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Memory Remains: Alice in Chains e as bodas de prata do seu disco autointitulado, a despedida do imortal Layne Staley

Memory Remains: Alice in Chains e as bodas de prata do seu disco autointitulado, a despedida do imortal Layne Staley

7 de novembro de 2020


Neste sabadão, o terceiro disco do Alice in Chains completa suas bodas de prata. E como não poderia deixar de ser, é tema do nosso Memory Remains de hoje. A banda vinha de dois excelentes petardos: Facelift e Dirt, que embora sejam bem diferentes entre si, obtiveram grande resposta de crítica e público e elevaram a banda a outro patamar.

O quarteto adentrou ao Bad Aninals Studio, em sua cidade natal, Seattle, entre os meses de abril e agosto de 1995, com produção de Toby Wright e de lá saíram com essa obra prima. O álbum marca a estreia do baixista Mike Inez em lugar de Mike Start e seria o último a contar com o inesquecível vocalista Layne Staley, que lamentavelmente morreria em 2002.

Grind” abre os trabalhos em uma música bem arrastada, densa e sem perder o peso, com um clima todo Southern. Excelente início. “Brush Away” tem um clima bem atmosférico em outro som arrastadão e uma boa interpretação do vocalista Layne Staley que na letra dá uma espécie de resposta aos fãs que achavam que a banda havia acabado, e ele, morto.

Sludge Factory” é arrastada e muito, mas muito pesada. Aquele clima dark dá a ela um brilho especial e grande parte disso é mérito do trabalho de Jerry Cantrell. “Heaven Beside You” é claramente influenciada pelo Country, uma delícia de música. Essa tocou muito nas rádios e traz muitas lembranças a esse redator que vos escreve.

Head Creeps” conta com riffs hipnotizantes e efeitos muito interessantes que Cantrell usou em sua guitarra. Há de se destacar também a performance do baterista Sean Kinney, impondo uma quebradeira excelente. “Again” mantém o clima do disco sombrio e pesado e novamente os bons riffs de Cantrell são destacados. No meio a música ganha um ímã parecido com o que o Nirvana costumava impor em suas canções.

“Shame in You” é o momento de calmaria no álbum. Uma balada bonitinha, bem feitinha, com bons momentos e bem melódica. God Am traz de volta o clima sombrio e o peso em uma boa canção que conta com uma virada de bateria de Sean Kinney que num primeiro momento soa meio nada a ver, mas ficou bem legal.

So Close” tem uma intro com um andamento ligeiramente mais rápido, que se repete antes da segunda estrofe, mas a música se desenvolve bem arrastadona, beirando o Doom Metal, como o disco todo em si. É a faixa mais curta do play, com pouco mais de dois minutos.

NothinSong” é o ponto fora da curva deste disco. Uma música bem chatinha, desnecessária. Dá pra pular. Ou escutar essa também, já que o disco está muito bom. “Frogs” chega com seu clima melancólico, o que não quer dizer que seja ruim, ao contrário, é uma música espetacular, e Jerry Cantrell inclui até umas notas de violão aqui e acolá. Perfeita.

O final se dá com a agradabilíssima “Over Now”, que tem uma introdução bem medonha, mas que o ouvinte não se deixa enganar, continue com o play rolando e logo logo entra a música quase acústica e com talvez a mais bela performance de Staley, nessa que seria a última faixa de estúdio dele em vida, não sabemos se essa foi a última faixa a ser gravada, mas é a última faixa do play.

Em pouco mais de uma hora de audição, temos um disco excelente, embora um pouco longo. Com certeza um dos melhores lançamentos do já longínquo ano de 1995.

A capa, bem curiosa, conta com uma foto de um cachorro com apenas três patas, o que faz o disco ser conhecido como Tripod, The Dog Album ou the Dog Record. E Tripod realmente existiu, foi um cão que aterrorizou a vida do baterista Sean Kinney, que quando criança era entregador de jornal e este cão de três patas sempre botava o futuro baterista para correr. O cão da capa foi fotografado em Los Angeles por Rocky Schenck.

Houve boatos na época de que o cão fotografado pertencia a Jerry Cantrell, que desmentiu. O álbum do cachorro tripé, como eu particularmente chamo, de forma carinhosa, alcançou a primeira posição da Billboard 200 ainda em 1995.

Outro disco que envelhece bem e merece ser celebrado. Não temos mais o grande Staley conosco, mas ainda temos o AIC na ativa e nos emocionando. A expectativa é para que essa pandenia dê um refresco para que possamos vê-los ao vivo em breve. 

Alice in Chains – Alice in Chains

Data de lançamento – 07/11/1995

Gravadora – Columbia

Faixas:

01 – Grind

02 – Brush Away

03 – Sludge Factory

04 – Heaven Beside You

05 – Head Creeps

06 – Again

07 – Shame in You

08 – God am

09 – So Close

10 – NothinSong

11 – Frogs

12 – Over Now

Formação:

Layne Staley – Vocal

Jerry Cantrell – Guitarra/ Vocal

Mike Inez – Baixo

Sean Kinney – Bateria