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Memory Remains: Testament – 32 anos de “Practice What Tou Preach” e o auge do Thrash Metal

Memory Remains: Testament – 32 anos de “Practice What Tou Preach” e o auge do Thrash Metal

4 de agosto de 2021


Há exatos 32 anos, o Testament lançava o seu terceiro álbum de estúdio. “Practice What You Preach” vinha para estabelecer a banda como uma das gigantes do Thrash Metal, o que já estava para acontecer depois do lançamento do álbum antecessor, o não menos excelente “The New Order”. Esse discaço é assunto do nosso Memory Remains desta quarta-feira.

No aniversariante de hoje, os temas adotados nas letras são política (N.do R: de pensar que o headbanger de hoje torce o nariz e bate o pezinho quando alguém fala ou cita o tema hoje em dia, três décadas atrás, os caras falavam abertamente e ninguém ficava melindrado) e tópicos da sociedade de maneira geral.

É preciso recapitular o contexto musical da época: no final dos anos 1980, ,ais precisamente no ano de 1988, o Thrash Metal era a vertente do estilo criado por Tony Iommi e seus companheiros de Black Sabbath, que estava na crista da onda: se o Metallica se recuperava da perda de Cliff Burton e lançava o técnico “… And Justice for All“, o Megadeth vinha com o matador “So Far, So Good… So What!“, o Anthrax com seu clássico “State of Euphoria“, o Slayer tirando o pé do acelerador e lançando o extraordinário “South of Heaven“, saindo do The Big 4, tivemos o Nuclear Assault lançando “Survive“, o Overkill com o poderoso “Under the Influence” e o próprio Testament com o antecessor “The New Order“. Esses exemplos só demonstram o quão prolífero era o cenário Thrash Metal e esse fator evidentemente influenciou de maneira mais que positiva em “Practice What You Preach“.

Então o quinteto se trancou no “Fantasy Studios”, na Califórnia, acompanhados do produtor Alex Perlalas. Este contou com o apoio de Roy Rowland e David Pigg, que atuaram na produção dos vocais e das guitarras, respectivamente. Vamos então destrinchar cada uma das dez faixas deste play:

A faixa título, clássica e obrigatória nos shows da banda abre o petardo, apresentando o melhor do Thrash Metal oitentista. Belos riffs e uma levada muito bacana. “Perilous Nation” começa com o baixo nervoso de Greg Christian e logo a música cresce, com muita técnica e algumas partes rápidas que são um chamariz para um moshpit, ainda que breve.

Envy Life” tem um andamento mais cadenciado, não sendo necessariamente uma música típica de Thrash Metal, o que não tira o brilho dela em nenhum momento. Aqui Chuck Billy já arrisca um drive em sua voz, coisa que ele faz com toda a naturalidade nos dias atuais.

A energia Thrash Metal volta com “Time is Coming” e o peso do baixo de Greg Christian chega a surpreender aqui, em alguns momentos ficando mais evidente do que as duas guitarras. As mudanças de andamento aqui são também muito interessantes.

Stephanie Cabral

Blessed in Contempt” é o Thrash Metal que só o Testament sabe fazer: pesado e que vai alternando partes rápidas (os grandes destaques aqui) com partes mais cadenciada e muito bem trabalhadas. “Greenhouse Effect” é mais arrastada, intrincada, com muito peso, enquanto que “Sins of Omission” é fortemente inspirada na NWOBHM, com ótimas linhas de guitarra e uma performance espetacular de Chuck Billy.

The Ballad” do alto dos seus seis minutos de duração, começa com uma bela passagem de violões e a sua primeira metade é de fato, uma balada, com muitas harmonias, mas a segunda metade a música ganha peso e um clima épico, se tornando um dos grandes destaques. Em “Nightmare (Coming Back to You)”, o Testament mostra a sua veia punk em uma música bastante enérgica, em pouco mais de dois minutos. “Confuson Fusion” encerra o álbum em grande estilo, em um instrumental cujos riffs são hipnotizantes. Excelente fechamento.

Em 46 minutos temos uma aula de Thrash Metal. Um disco indispensável para os fãs do estilo e certamente um marco na carreira do Testament, que caiu na estrada logo após o lançamento. Em Outubro de 1989, a banda circulou pelos Estados Unidos com o Annihilator, além de duas apresentações em dezembro na Califórnia com o Nuclear Assault e o Voivod; Já no ano de 1990, a banda foi para a Europa e Japão promover o então novo álbum e voltou aos Estados Unidos por onde tocou até maio daquele ano.

Practice What You Preach” alcançou o 77º lugar na “Billboard 200” e em junho de 1992 já havia vendido 450 mil cópias. Apesar de ser um grande disco, apenas a faixa título é tocada nos shows. A faixa “Confusion Fusion” nunca foi tocada ao vivo e é a única do play com este status. Algumas outras faixas não são executadas desde os shows dos anos 1990. Desejamos uma longa vida ao Testament e esperamos pelo fim desta pandemia, ou ao menos, pelo controle dela, com o maior número de pessoas vacinadas (sem contar os ignorantes que apegados ao negacionismo irão se recusar a se imunizar, mas aí não é problema nosso, não é, caro leitor?) para vê-los em ação novamente,

Practice What You Preach – Testament
Data de lançamento – 04/08/1989
Gravadora – Megaforce

Faixas:
01 – Practice What You Preach
02 – Perilous Nation
03 – Envy Life
04 – Time is Coming
05 – Blessed in Contempt
06 – Greenhouse Effect
07 – Sins of Omission
08 – The Ballad
09 – Nightmare (Coming Back to You)
10 – Confusion Fusion

Formação:
Chuck Billy – Vocal
Alex Skolnick – Guitarra
Eric Peterson – Guitarra
Greg Christian – Baixo
Louie Clemente – Bateria

Participações especiais:
Mark Waters – Backing Vocal
Bogdan Jablonski – Backing Vocal
Willy Lang – Backing Vocal
Elliot Cahn – Backing vocal