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Projeto OUTRO apresenta single com letra inspirada em poema de Augusto dos Anjos

Projeto OUTRO apresenta single com letra inspirada em poema de Augusto dos Anjos

28 de agosto de 2021


O OUTRO, projeto paranaense do multi-instrumentista e vocalista Guilherme E Silveira, apresenta o primeiro single e vídeo, “Vísceras ao Verme Deus”. “A sonoridade parte do heavy metal, mas conta com influências que atravessam o rock e metal brasileiros, como Dorsal Atlântica, Planeta Cânhamo, Pavilhão 9 e Nação Zumbi, além de outros gêneros contemporâneos, como Boris, Terra e Unsane”, explica o músico.

As composições do projeto se constroem a partir de diálogos com outras linguagens, como literatura, histórias em quadrinhos e artes visuais. Na letra de “Vísceras ao Verme Deus”, por exemplo, Silveira se inspirou na poesia “Deus Verme”, do poeta Augusto dos Anjos.”No poema, o verme é visto como superior por ser o devorador de tudo, o que ainda está lá após a morte de tudo e todos. Não há como ler esse poema hoje sem, de alguma forma, pensar em pessoas que agem da mesma maneira, se colocando acima dos outros e sobrevivendo da morte ou do sofrimento alheios”, comenta Silveira. “O lyric vídeo brinca ironicamente com a vida familiar padrão e a presença da morte rondando e rindo dessa vida esvaziada. ‘Vísceras ao Verme Deus’ antecipa o álbum, que será lançado no final de outubro e contará com três vídeos realizados pela videomaker Leda Siloto”, completa.

O álbum de estreia, “Moebius e o Palácio”, contará com faixas combinadas a partir do HQ “Pra quem? Moebius e o Palácio”, também de autoria do músico e artista. “Antes de adotar o nome OUTRO, o projeto era conhecido como Horror. Cheguei a lançar os singles ‘Deus’ e ‘Ruas’, mas como havia muitas bandas homônimas, mudei o nome. Porém, a concepção se manteve”, recorda Silveira.

Assim que concluiu a publicação de “Pra quem? Moebius e o Palácio”, HQ construída com referências a outros artistas, Silveira buscou traduzir em músicas as sensações das imagens e do ritmo dos quadrinhos. “As imagens ainda estavam ecoando na minha cabeça e isso foi ótimo, porque o álbum saiu de uma só vez. Fui gravando riffs, organizando e modelando as ideias e em pouco tempo estava com dez músicas, ainda sem as letras. Não queria usar o texto da HQ, mas somente o clima e o ambiente. Por isso, usei as palavras-chave (verme, bruxa, caminho, margem), além de uma ou outra frase mais completa. No geral, as letras falam sobre a busca por encontrar brechas para seguir um caminho sem se adequar às pressões. Há um tom político por trás, sempre há”, detalha.

“Como queria o conceito refletido no som, não compus buscando um estilo. Por isso, as referências são variadas e aparecem sem muito cálculo, indo do stoner rock ao metal extremo. Gosto muito do som sujo e mais cadenciado que era típico dos anos 1990, inclusive muito presente no nosso rock, como Nação Zumbi, Sepultura e Pavilhão 9, assim como a liberdade de bandas que colocam o ruído e a ambiência na frente de uma forma ‘ideal’ de som, como Boris e Unsane. Todas essas cruzam sonoridades, não são puristas, e busco nelas essa referência à liberdade criativa”, concluiu.

 

Ouça o single” Vísceras ao Verme Deus “no Spotify: https://is.gd/vATSB4

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