O Vulcano é uma das pioneiras do Metal nacional. Com mais de 40 anos de história, a banda merece todo nosso respeito. Seu fundador, Zhema Rodero é um guerreiro, tem mantido o legado e agora nos presenteia com “Stone Orange”, o 13° álbum desses veteranos de Santos, o qual iremos destrinchar mais abaixo.
Com lançamento previsto para a próxima sexta-feira, 29, o sucessor de “Eye in Hell” (2020) foi produzido por Zhema Rodero e Ivan Pellicciotti e gravado no O Beco Estúdios. A masterização ficou por conta de Marco Angioni e aconteceu no Angioni Studios. Os caras se mantém fiéis ao estilo que abraçaram há 40 anos, mostrando o que de melhor o Brasil pode produzir na música pesada. O fundador da banda, Zhema, falou sobre a atmosfera do álbum. Aspas para essa lenda do underground:
“Stone Orange aproxima a atmosfera do início dos anos 1980 do amadurecimento da banda, sem ficar entediado oi enjoado.”
A obra será lançada pela Emanzipation Productions em CD, Vinil (turquesa, limitado a 300 cópias) e também em formato digital. Vamos lá sem mais delongas trafegar pelas 16 faixas presentes aqui.
“Metal Seeds” abre o play de maneira estrondosa, tendo uma longa introdução e uma composição que mescla o Thrash Metal Old School com o Death Metal ríspido e brutal, porém, técnico. “Putrid Angels Ritual” é uma pedrada e faz o Vulcano soar bem parecido com as bandas do Thrash Metal alemão, principalmente o Spdom. Música curta e grossa.
“Tear Gas” mantém a banda fiel ao seu Thrash Metal oitentista, chegando a soar meio cru em alguns momentos, mas é garantia de bateção de cabeça. “Keep Mind” é rápida, crua e muito pesada, com influências de Venom e Possessed. Já “A Night in a Metal Gig” se destaca pelos riffs rápidos e o baixo de Carlos Diaz que ajuda a deixar o som mais pesado. Os riffs cavalgados da dupla Zhema Rodero e Gerson Fajardo são também outros pontos a se destacar.
“7 Seconds in Hell” é uma das mais curtas do play. Em pouco mais de dois minutos eles conseguem expressar toda a brutalidade e crueza do som. A faixa título é a mais trabalhada do álbum e nem por isso ela perde em peso e na fúria. Excelente música. “Trigger of Violence” é a que apresenta a maior variação na composição, alternando partes que nos remetem ao Thrash Metal alemão com outras mais arrastadas, bem legal também.
‘Night Terror With Satan” abre a parte final do play e mostra a veia mais Black Metal da banda, em uma música mais reta, onde as guitarras e a bateria promovem um caos sonoro enorme. “Rebels From 80’s” traz uma bela viola na introdução, dando uma falsa impressão de que os caras irão tirar o pé do acelerador, mas é só para enganar o desavisado, pois logo logo as guitarras com riffs ensandecidos.
Em “Ship of Dead“, as guitarras são os instrumentos que guiam as coisas, com seus riffs certeiros. “Altar of Deviance” traz mais algumas mudanças durante a sua extensão, que passam por blastbeats, riffs a lá Slayer dos primórdios e um solo bem trabalhado e um desfecho épico. “Witchies Don’t Lie” devolve a banda ao som sujo e ríspido, em uma homenagem da banda às bruxas.
“Lives Moves Toward Death” mantém a pegada da música anterior, com momentos ainda mais rápidos. Novamente destaco o baixo como fator principal para colaborar com o peso. E o final com duas faixas, a curtíssima “418” e a versão para “Vulcano Will Lives Forever“, do Cadaverise, que deixam o play com o mesmo pique com o qual se iniciou.
Em 47 minutos temos um disco bem honesto e com ótimos momentos. Indicado para fãs Old School, mas vale também para quem não conhece o trampo da banda. É certeza de divertimento, o headbanger vai bater muita cabeça durante a audição desta banda, que é um dos tesouros do Metal extremo nacional.