A banda Kaleidoskope, liderada pelo músico David Borges, lança nesta sexta-feira (14) o seu segundo álbum de estúdio, “2”, sucessor de “I”, lançado em 2017. O trabalho, que já está disponível em todas as plataformas digitais, é um lançamento do selo musical Marã Música.
“2” traz onze faixas, um compilado de composições lançadas pela banda nos últimos anos. “Este é um álbum um pouco ‘surpresa'”, conta David. “A pandemia tinha fechado meio mundo, não tinha mais shows ou ensaios para ninguém, então foi estranho conseguir compor, escrever e gravar, nesse contexto. Os temas são, consequentemente, talvez um pouco mais ‘enclausurados’, talvez. Mas ainda assim, saiu muito melhor do que eu poderia imaginar!”
Mesmo que haja uma predominância do rock, a sonoridade do álbum é um mix de diversos estilos, algo comum para quem acompanha o trabalho da kaleidoskope. “Talvez ele venha mais unificado, mais consistente que o (álbum) anterior. Ainda assim, deu para navegar por estilos de música e linguagens variadas”, conta David.
A obra traz participações especiais de artistas como Daniela Firme (na faixa “Ritmo Traiçoeiro”) e do rapper, cantor e escritor GOG (na elogiada faixa “Blackout”). Mas se engana quem pensa que os artistas se encontraram em estúdio para compor as faixas. O músico explica: “Foi tudo remoto, digital, ‘internético’. Talvez por isso a leve sensação de claustrofobia de que falo acima. O processo foi muito menos prazeroso do que se fechar com amig@s e ensaiar sem objetivo até sair uma música, compor em conjunto. Neste caso, o processo de composição foi bastante solitário, mas no final de tudo acabou por solidificar um grupo de parceiros/amigos da kaleidoskope, que contribuíram, cada um de uma forma, para que as ideias fossem se concretizando.”
Além do mix de estilos, outra característica marcante do trabalho da banda se faz presente em “2”: os temas sociais – embora David afirme que este não seja um álbum (só) de canções de protesto. “Os temas são aqueles que me interpelam (pessoas, estado do mundo, sociedade, equidade, pobreza, etc), mas tem muita coisa mais leve, letras mais leves, harmonias e melodias que dão para cantarolar ou assobiar. Além disso, ainda tem homenagens escondidas aqui e ali, que só algumas pessoas irão decifrar. Isso é divertido de fazer”, ele conta.
Ao traçar um paralelo entre o primeiro álbum da banda, “I”, lançado em 2017, e “2”, o artista conta que o recente trabalho não foi originalmente pensado como um álbum, mas sim uma compilação de pensamentos sonoros que ele foi soltando nos últimos dois anos: “É quase como um diário musical. O primeiro era a materialização de muitas ideias que já tinham alguns anos, na minha cabeça. Não quero dizer que foram músicas antigas, mas unicamente que eu já tinha uma ideia muito clara de como ele soaria, antes de gravar. Este segundo, nem por isso.”
A banda prepara um show de lançamento de “2” para o dia 16/10, em sua cidade natal, Brasília. “Será no Infinu, na Asa Sul. “É um espaço que tem cara da kaleidoskope, tudo muito misturado, coletivo, colorido e cheio de boas vibes (além de comidas e bebidas deliciosas)”, conta David. O evento terá show de abertura da cantora e compositora paulista Giovanna Moraes.
Célio Maciel