Em 19 de outubro de 1999, o Cannibal Corpse lançava “Bloodthirst“, o álbum de número 7 na discografia dos reis do Death Metal. A banda começava a fazer músicas cada vez mais pesadas e complexas. Esse álbum é tema do nosso Memory Remains desta quarta-feira.
A banda vinha em ascenção e se consolidando com uma das formações mais duradouras de sua história, tendo o vocalista George Corpsegrinder Fisher e o guitarrista Pat O’Brien. Era o segundo disco repetindo a escalação e a expectativa era enorme, pois “Gallery of Suicide“, o álbum anterior mostrou uma banda afiada e ainda mais brutal.
Gravado no estúdio “Village Productions“, na cidade de Tornillo, Texas, com produção de Colin Richardson, o álbum já apresenta uma evolução da banda em termos de técnica nas composições. Os outros álbuns são bastante técnicos, mas aqui o Cannibal Corpse já dava mostras do que a banda se tornaria nos dias atuais: uma banda cada vez mais pesada, brutal e técnica como poucas na cena. Vamos sem mais delongas passear pelas onze faixas contidas aqui.
O disco abre com a curta e direta “Ponded Into Dust“, com seus poucos mais de dois minutos, avisa que os caras não vieram para brincar. Velocidade é o que dita esta música aqui. Ela lembra muito as músicas de “Gallery of Suicide“. “Dead Human Collection” dá a sequência, e aqui temos uma bela mistura de velocidade com partes mais cadenciadas, onde as guitarras de Jack Owen e Pat O’ Brien brilham com seus riffs pra lá de cavernosos. A música é pura brutalidade e em minha opinião é uma das melhores composições do Cannibal Corpse em todos os tempos.
“Unleashing the Bloodthirsty” é outra música brutal, onde temos partes mais rápidas conciliadas com partes mais arrastadas. Aqui destaco o vocal de George “Corpsegrinder” Fischer, cantado de maneira tão rápida que mal dá para acompanhar mesmo com o encarte na mão. Excelente música.
“The Spine Splatter” é outra ótima música, rápida, pesada, precisa. Outra excelente música, onde além das mudanças de andamento sempre pontuais e precisas, destaco o trabalho dos bumbos de Paul Mazurkiewicz. “Ecstasy in Decay” é uma faixa em que os caras tiraram o pé do acelerador, mas não te impede de banguear. Aqui o peso das guitarras e a densidade da música ditam o ritmo.
“Raped By The Beast” traz de volta a velocidade ao álbum, as guitarras com riffs hiponotizantes não permitem com que você fique com o pescoço parado. Metade do disco já passou e o ouvinte nem se tocou, tamanha a qualidade das músicas anteriores.
“Coffinfeeder” começa com Alex Webster dando seu show no baixo. O cara mostra porque é uma lenda, tocar Death Metal no baixo sem palheta é para os fortes. A música tem uma excelente estrutura instrumental, com diversas mudanças no andamento e riffs que são simplesmente maravilhosos.
“Hacksaw Decaptation” tem uma intro bem chatinha, mas não demora muito para a pancadaria sonora recomeçar e colocar tudo nos seus devidos lugares, com mais uma vez as guitarras fazendo um excelente trabalho com partes bem complexas, o que se tornaria uma constante nas músicas do Cannibal Corpse atualmente.
“Blowtorch Slaughter” é outra que podemos colocar como uma das melhores composições da carreira da banda: uma música rápida, pesada, violenta e, claro, com as já conhecidas mudanças no andamento, que proporciona um casamento perfeito. E sem falar nas “paradinhas” que as guitarras e a bateria dão nas partes mais rápidas desta música e os “apitos” nas guitarras que aqui jamais soam chatas como algumas outras bandas. O riff final também é fantástico, que repete e fica ali grudado na sua cabeça.
“Sickening Metamorphosis” ajuda a manter o nível do álbum no alto, outra música complexa, com partes rápidas e até uma parte mais grooveada. Aqui, destaco a bateria de Paul Mazurkiewicz fazendo ótimas viradas.
“Condemned to Agony” fecha o álbum de forma sensacional, mostrando novamente a criatividade enorme dos caras de compor: aqui temos um pouco de tudo, solos trabalhados, partes mais cadenciadas com riffs bem pesados e velocidade, aqui com riffs que realmente nos dão a impressão de que estamos de fato, “condenados à agonia”. E no final, bateria e guitarra nos presenteiam com uma performance para lá de maravilhosa.
E na turnê de divulgação deste álbum que a banda acabou gravando seu primeiro CD ao vivo, o maravilhoso e brutal “Live Cannibalism”, que além de revisitar todas as fases da banda, contou com quatro das onze músicas presentes aqui. Eis aqui um álbum onde você não encontra uma música ruim: todas com o selo Cannibal Corpse de qualidade. Recomendado a todos que curtem um som mais extremo, dos reis do Death Metal. E vamos celebrar esta data importante, escutando esse disco no talo e agradecendo pelo fato de eles seguirem na ativa, fazendo discos cada vez melhores e voltando as turnês. Eles sobreviveram a essa pandemia interminável e estão aí aterrorizando a todos com seus filmes de terror em forma de música.
Bloodthisrst – Cannibal Corpse
Data de lançamento – 19/10/1999
Gravadora – Metal Blade
Faixas:
01 – Pouded Into Dust
02 – Dead Human Collection
03 – Unleashing the Bloodthirsty
04 – The Spine Splatter
05 – Ecstacy in Decay
06 – Raped by the Beast
07 – Coffinfeeder
08 – Hacksaw Decaptation
09 – Blowtorch Slaughter
10 – Sickening Metamorphosis
11 – Condemned to Agony
Formação:
George “Corpsegrinder” Fischer – Vocal
Jack Owen – Guitarra
Pat O’Brien – Guitarra
Alex Webster – Baixo
Paul Mazurkiewicz – Bateria