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SolNegre lança o novo single “Ethereal, A Song for Nel”

11 de junho de 2023

A banda espanhola de doom/death metal SolNegre compartilhou uma nova música intitulada “Ethereal, A Song for Nel”. Se o primeiro single de estreia “Vessel Part I: The Night Within” mostrou como a banda criou uma verdadeira obra-prima inspirada no doom death metal dos anos 90, a nova faixa é um momento de reflexão e uma homenagem pessoal ao bebê falecido de um casal muito próximo à banda e membros da cena que infelizmente faleceram dias após o nascimento. A atmosfera é, portanto, íntima, delicada, mas ao mesmo tempo trágica. Aqui, a convidada Gadea Es Ineseta assume os vocais e contribui para um clima delicado e etéreo que explora o senso de impermanência e perda. Também contém um trecho virtuoso de piano por Sebastià Pujol, da banda de metal progressivo Hyde XXI.

Esta é uma declaração detalhada sobre a música por Gebre:

“O processo de composição dessa música foi um daqueles estranhos eventos na vida em que o véu que separa os mundos se torna tênue e você tem claramente um vislumbre de uma realidade mais transcendental, ou pelo menos de uma sincronicidade que é impossível compreender de uma perspectiva lógica, embora do ponto de vista espiritual alguém possa sentir um profundo senso de conexão e consciência.

Deixe-me explicar. Começamos a desenvolver as principais linhas estruturais da música tendo em mente aquelas músicas “estranhas e fora do lugar” dos álbuns de doom metal dos anos 90 que amávamos e admirávamos. A maioria dos discos dos anos 90 que amávamos tinha aquelas músicas “ruins” ou pelo menos “diferentes” que não combinavam com as outras, como “Everwake” ou “J’ai fait une promesse” do Anathema, “Deus Misereatur” ou “Christendom” do Paradise Lost ou “A dream of Wolves in the Snow” do CoF.

Achávamos isso fascinante porque eram verdadeiros desvios e experimentos sonoros das bandas, então sempre quisemos experimentar algo assim.

É bem sabido que pertencemos a uma comunidade de músicos, bandas, gravadoras, entusiastas da música e amantes da música que é surpreendentemente ativa e produtiva. Durante esses tempos específicos, e aqui serei extremamente discreto, alguns bons amigos compartilharam com todos que estavam esperando gêmeos, e durante esses tempos difíceis para mim, devido aos meus ataques de bipolaridade e minha luta particular contra a depressão, eles sempre trouxeram esperança e alegria, o que eu achei reconfortante e tranquilizador. Uma luz que cancelava minha escuridão. Então, a música foi concluída e os gêmeos nasceram. E então, o inimaginável aconteceu da noite para o dia. Não vou me estender aqui por razões óbvias de privacidade.

Basta dizer que todos nós estávamos arrasados e, na necessidade de canalizar aquela corrente absurda e brutal de perguntas sem resposta antes que ela nos destruísse, eu chamei o coletivo, bem como nossa amiga de longa data Gadea (que estava em um hiato em sua carreira musical, sou muito grato por isso) e meu amigo Tià Pujol, um pianista e tecladista clássico de primeira linha, e propus a todos que mudássemos a abordagem da música para falar sobre fragilidade e transcendência, e sobre como nos sentíamos naquele momento, como em uma comunidade fechada onde todos estavam muito mal. Obviamente, também chamei a família, que aceitou e acolheu o esforço desde o início.

A tragédia se desdobrou somente quando a página em branco que era a música contando aquela história estava pronta para contê-la.

Então, o que você está ouvindo agora é a catarse de uma perda real no mundo real, um vislumbre vívido e absoluto do que é perder alguém, criado e nascido da tragédia, uma sincronicidade com a clara intenção de servir como um bálsamo, a bênção da transcendência.”

“Ethereal, A Song for Nel” foi gravada no Diorama Sound, Mallorca. Produzida por Toni Salvà. O logo da banda foi criado por Andreu Art, enquanto a arte foi feita por Threadbare.