A alucinante banda Guild Theory apresenta o tão esperado álbum de estreia, inititulado ‘Streaks of Light Burn the Sky’. Ricas em versatilidade sonora, as doze canções são uma odisseia emocionante e transcendental. A música de Guild Theory é um lembrete do grande rock alternativo que surgiu durante os anos 2000. bandas como Oceansize, Interpol e The Cooper Temple Clause influenciaram o estilo da dupla – mas Guild Theory cria uma abordagem melancólica, atmosférica e emocional da alternativa.
‘Streaks of Light Burn the Sky’ representa a marca única da alma da banda. Há simplicidade e perfeição juntas que tornam o som mais progressivo e grandioso. O som bruto da banda combina elementos de metal progressivo, pós-punk e doom metal de várias épocas, com um toque de metal alternativo, em um caldeirão rodopiante de guitarras densas e energia sônica impulsionada pelo groove. Com esse disco provam que seguem com a ideologia artística, ousada e cativante, junto com o som penetrante e peculiar, que traz uma atmosfera sonora nostálgica ao mesmo tempo que exala um frescor sincero graças a energia jovial e mente visionária dos integrantes.
Logo na primeira faixa, “Cackled Smile”, percebemos aonde a banda quer chegar, entregando um choque elétrico de paixão mesclado com uma atitude destemida, onde provam que são uma banda em constante avanço com uma sonoridade que remete as bandas Opeth e Katatonia, mas ainda assim com o toque único. A música seguinte, “Free From You”, já mostra o lado multifacetado remetendo também a tons de Anathema – na forma da atmosfera densa e sombria. Criando uma vibe majestosa para amantes deste estilo, este disco mostra o quanto a banda adora dobrar e moldar gêneros musicais com sua atmosfera depressiva e sombria. Esta é a minha preferida, pelo sentimentalismo e profundidade.
Subindo impecavelmente na ordem musical com seus riffs em camadas com seções de metais e arranjos progressivos, seu som está amadurecendo em algo único. Em “Rust”, a banda mantém o espírito do doom metal mas também incorpora o ethereal rock com um tom mais depressivo e exala técnica e talento – por isso adorei essa banda, ela mistura diversas referências inusitadas para criar seu som, bem ao estilo que eu gosto pessoalmente. “Switch” é uma fusão fervorosa e expressiva, uma satisfação conceitual de uma mistura eclética de ideias. Começa com um lick de guitarra distorcido que é compacto e suave, nostálgico e remete ao rock alternativo, mas também tem tons de dark wave, com um refrão que entra facilmente em nossa mente e um swing que nos faz viajar, sendo uma canção com mais balanço.
“A Hundred Ways to Forgett” destila a melancolia penetrante e intimista com um ar sombrio e difícil de digerir – um tom que ora remete a musicalidade profunda do black metal, ora do post punk, mantendo o ambiente denso. “The Haunt” é uma canção de 8 minutos que é uma viagem que soa como instrumental mas depois entendemos a genialidade por trás dessa criação absurda e ousada, que tem lirismo cativante.
Uma melodia cativante e atraente com um arranjo musical genuíno é sentida na faixa “Teenage Years”, sendo a música comercial do álbum que leva o ouvinte aos limites do desconhecido de uma forma prazerosa e impossível de descrever – é preciso ouvir e sentir por si só esse momento, pois os vocais cantam de forma teatral e penetra no ouvinte de uma forma única. “Outlaws” injeta em nossa mente a mensagem, fazendo o ouvinte entrar nessa imersão, trazendo uma sonoridade mais pesada do metal. “No Time to Sit and Think” chega com o instrumental drástico, extenso e sombriamente alucinante, mostrando as mentes brilhantes dos garotos do Guild Theory. Fechando o disco, “Captors” coloca fim a essa viagem maravilhosa, mas despertando a vontade de apertar o play novamente e embarcar nesse mundo criativo do Guild Theory. Essa última faixa traz o lado mais pesado e denso, destilando a nostalgia e o momento sombrio. Com uma técnica e estilo perfeito que remete aos clássicos geniais de bandas grandes.
‘Streaks of Light Burn the Sky’ mantem a frequência, conduzindo o ouvinte em uma viagem sonora inesquecível, com destaque na forma como a banda misturou referências dentro do rock e de uma maneira peculiar criou um trabalho atemporal perfeito para os fãs do estilo, conversando diretamente com seu instrumental e com o ouvinte, transmitindo diversos sentimentos de forma satisfatória. Guild Theory chegou para ficar e já ganhou destaque repleto de ideias vibrantes, exclusivas e de pura nostalgia, sendo uma banda potente, de imersão com um domínio tão forte e confiante sobre seu som, que consegue encantar desde o público mais exigente até quem busca bandas novas. A banda prova que está no caminho certo para estar entre os grandes nomes da música atual, e já tem tudo para abrir shows das minhas bandas preferidas: Katatonia, Opeth e a extinta Anathema.