Em 08 de julho de 2014, o Judas Priest lançou “Redeemer of Souls”, décimo sétimo álbum da longeva carreira, que tem o marco por encerrar o hiato de seis anos de seu lançamento anterior, “Nostradamus”. O álbum é tema do nosso Memory Remains deste sábado.
“Reedmer of Souls” foi lançado em diferentes datas e em diferentes localidades: 8 de julho nos Estados Unidos e Canadá, 11 de julho na Austrália e Nova Zelândia e também em alguns países da Europa como Áustria, Benelux, Finlândia, Alemanha, Noruega, Suécia e Suíça; 14 de julho na Ásia (exceto Japão), Dinamarca, República Tcheca, França, Polônia, Portugal, Grécia, Hungria, Reino Unido e África do Sul; em 15 de julho foi a vez da América Latina, Itália, Rússia e Espanha, e por fim no dia 16 de julho, o play foi lançado no Japão.
Em relação ao álbum anterior, que foi o primeiro álbum conceitual lançado pelo quinteto britânico, que além de ter sido marcado pela despedida do guitarrista KK Dowing, também ficou conhecido pela mudança no direcionamento musical. E ainda que eles não tivessem saído do Heavy Metal, isso causou estranheza. E em “Redeemer of Souls”, a veia do Metal Tradicional está de volta.
O guitarrista Richie Faulkner foi recrutado para substituir o “insubstituível” KK Dowing e a nova formação foi ao estúdio na companhia de Mike Exeter na produção, com Glenn Tipton atuando como co-produtor, A banda gravou o play entre 2013 e 2014. Em entrevista à época do lançamento, Rob Halford deu a seguinte declaração:
“É um álbum difícil, pesado. É algo que achamos que os nossos fãs ficarão emocionados. Sabemos que temos uma reputação a zelar, e sabemos que precisamos entregar algo realmente forte e sólido. O álbum está cheio de todas as grandes coisas que vocês gostam no Judas Priest.”
Vamos lá destrinchar faixa a faixa deste play: “Dragonaut” abre os trabalhos com excelentes riffs de guitarra e o Metal Tradicional está de volta, em uma música vigorosa e com destaque para a performance do Metal God, Rob Halford. A faixa título chega sem pedir licença e nos brinda com uma faixa mais Hard. Os riffs são novamente os destaques, além de um belíssimo solo de guitarra.
“Hells of Valhalla” é pesada, técnica, intensa e que não nega as origens NWOBHM que a banda sempre trouxe consigo. E ainda ganha uma parte bem sombria, com direito a vocal gutural. Minha favorita do play. “Sword of Damocles” tem uma veia mais prog, sem perder o peso e com mais riffs excelentes. É outra que faz parte da minha lista pessoal das melhores faixas do play.
“Match of the Damned” é uma música , digamos, mais radiofônica. Trata-se de uma pegada mais Hard Rock, com dois pés nos anos 1980, não é uma canção ruim. “Down in Flames” nos traz mais um pouco da NWOBHM em uma música bem interessante, enquanto que “Hell & Back” é um Hard Rock arrastadão, denso e muito pesado. Com um ótimo solo.
“Cold Blooded” mantém a pegada Hard Rock, mas aqui apesar do tom dramático da música e do peso, as coisas não acontecem e a música acaba ficando aquém das anteriores, ainda que tenha um solo pra lá de trabalhado. “Metalizer” é outra que merece ser colocada entre as melhores do play. Ela é bem mesclada, com riffs rápidos e com alternâncias no andamento, onde fica mais densa. Excelente música.
“Crossfire” é bem inspirada no Black Sabbath, tanto na sonoridade Stoner dos anos 70, quanto no peso da época de Dio nos vocais, sendo assim uma canção muito forte. “Secrets of the Dead” é muito pesada e arrastada, com mais riffs acima da média. Também, estamos falando de Glenn Tipton e Richie Faulkner, dois músicos sensacionais.
“Battle Cry” começa com ar de balada, mas logo ela vira um Metalzão para ninguém colocar defeito. Que levada maravilhosa tem essa música. E “Beginning of the Dead” encerra com uma balada bem melancólica, um disco muito acima da média.
13 músicas e 61 minutos depois, temos um bom álbum de Heavy Metal, com o selo de qualidade que o Judas Priest (quase) sempre colocou em suas obras. Existe uma versão deluxe do álbum com cinco faixas a mais. E “Redeemer of Souls” foi muito bem recebido pela crítica e público. E o leitor lembra da afirmação deste álbum ser um dos mais importantes da carreira deles? Sim, pois foi o primeiro álbum a alcançar o Top 10 da famosa “Billboard 200”, ficando na honrosa 6ª posição, sendo a primeira vez que o Judas Priest emplacou um álbum no Top 10 da maior parada musical do planeta.
Ao redor do mundo, “Redeemer of Souls” também ficou bem cotado nos chats: número 1 nos charts da República Tcheca, Finlândia, Reino Unido, além de duas categorias da “Billboard”, a “US Top Hard Rock Albuns”, a “US Top Rock Albuns”; 3º lugar na Alemanha e Noruega, 5º na Suécia e no Canadá e 6º na Suíça. Números muito bons.
O álbum foi lançado também em uma versão deluxe, na qual foi anexado um disco bônus contendo cinco músicas que foram lançadas em um EP chamado “5 Souls“. Glenn Tipton afirmou que essas músicas não entraram na versão original pelo fato da consistência delas e que a ideia da banda era a de lançar um disco de Heavy Metal indiscutível.
Enfim, hoje é dia de enaltecer este bom álbum dos mestres do Metal Tradicional e aqui aproveitamos para desejar uma longa vida ao Judas Priest. Estamos aguardando um novo álbum, já que o último, “Firepower” foi lançado em 2018, em um mundo pré-pandemia. Mas é bom saber que a banda permanece em plena atividade.
Redeemer of Souls – Judas Priest
Data de lançamento – 08/07/2014
Gravadora – Sony Music
Faixas:
01 – Dragonaut
02 – Redeemer of Souls
03 – Halls of Valhalla
04 – Sword of Damocles
05 – March of the Damned
06 – Down in Flames
07 – Hell & Back
08 – Cold Blooded
09 – Metalizer
10 – Crossfire
11 – Secrets of the Dead
12 – Battle Cry
13 – Beginning of the End
Faixas da edição deluxe:
01 – Snakebit
02 – Tears of Blood
03 – Creatures
04 – Bring It on
05 – Never Forget
Formação:
Rob Halford – Vocal
Ian Hill – Baixo
Glenn Tipton – Guitarra
Scott Travis – Bateria
Richie Faulkner – Guitarra