O alucinante projeto Blindness & Light apresenta o tão esperado álbum de estreia, auto intitulado. Após 6 singles nos últimos 9 meses e mais de 50 críticas positivas, disco chega com oito faixas ricas em versatilidade sonora, em uma odisseia emocionante e transcendental. A música de Blindness & Light é um lembrete do grande rock alternativo que surgiu durante os anos 80 e 90, voltado para o post punk, criando uma abordagem melancólica, atmosférica e emocional.
A estreia representa a marca única da alma do projeto solo do britânico Colin M. Potter. Considerando que Potter só começou a lançar música como artista solo em 2022, ele pode ser considerado um novato na indústria da música indie; no entanto, a sofisticação de suas músicas mostra que ele tem um conhecimento muito além daqueles novatos. Há simplicidade e perfeição juntas que tornam o som mais delicado e grandioso. Blindness & Light combina elementos de pós-punk e indie rock de várias épocas, em um caldeirão rodopiante de guitarras densas e energia sônica impulsionada pelo groove. Com esse disco Colin M. Potter prova que seguem com a ideologia artística, ousada e cativante, junto com o som penetrante e peculiar, que traz uma atmosfera sonora nostálgica ao mesmo tempo que exala um frescor sincero graças a energia jovial e mente visionária.
Logo na primeira faixa, “Time For Something Drastic”, percebemos aonde a banda quer chegar, entregando um choque elétrico de paixão mesclado com uma atitude destemida, onde provam que são uma banda em constante avanço, mas aqui a sonoridade remete as bandas Joy Division mas uma energia de Katatonia, mas ainda assim com o toque único. A música seguinte, “The Old Skylight”, foi lançada como single mostrando o lado multifacetado remetendo também a tons de The Smiths – na forma da atmosfera sombria mas com sonoridade mais agitada. Criando uma vibe majestosa para amantes deste estilo, este disco mostra o quanto Colin adora dobrar e moldar gêneros musicais com sua atmosfera depressiva e sombria. Esta é a minha preferida, pelo sentimentalismo e profundidade.
Subindo impecavelmente na ordem musical com seus riffs em camadas com seções de metais e arranjos nostálgicos, seu som está amadurecendo em algo único, o que pode ser visto em “Unholy Flaming”, e logo perceberá a nítida influência de “Atmosphere”, de Joy Division. Em The Ballad of Them and Us (Ynys Môn mix), mantém o espírito do post punk mais animado mas também incorpora o indie rock com um tom mais depressivo e exala técnica e talento – por isso adoro Blindness & Light, ele mistura diversas referências inusitadas para criar seu som, bem ao estilo que eu gosto pessoalmente. “Another Day” é uma fusão fervorosa e expressiva, uma satisfação conceitual de uma mistura eclética de ideias. Começa com um lick de guitarra distorcido que é compacto e suave, nostálgico que remete ao Rradiohead e The Jesus and Mary Chain, mas também tem tons de dark wave, com um refrão que entra facilmente em nossa mente e uma energia que nos faz viajar.
“Chains (Old Town mix)” destila a melancolia penetrante e intimista com uma atmosfera mais balançada, onde os riffs são dançantes mas mantem o ambiente denso, lembrando clássicos de Echo & the Bunnymen. Com uma genialidade por trás dessa criação absurda e ousada, é a música perfeita para rádios.
Uma melodia cativante e atraente com um arranjo musical genuíno é sentida na faixa “We All Lose”, sendo a música que leva o ouvinte aos limites do desconhecido de uma forma prazerosa e impossível de descrever – é preciso ouvir e sentir por si só esse momento, pois os vocais cantam de forma teatral e penetra no ouvinte de uma forma única. Injeta em nossa mente a mensagem, fazendo o ouvinte entrar nessa imersão, trazendo a sonoridade cativante e apaixonante do post punk. Fechando o disco, “The First Light Of Day” coloca fim a essa viagem maravilhosa, mas despertando a vontade de apertar o play novamente e embarcar nesse mundo criativo do Blindness & Light – que embora seja uma sonoridade simples e típica, há toda a emoção e perfeição que o artista conseguiu colocar. O disco encerra com todo o ar pesado, triste e denso, destilando a nostalgia e o momento sombrio. Com uma técnica e estilo perfeito que remete aos clássicos geniais de bandas grandes do post punk.
‘Blindness & Light’ traz o instrumental drástico, extenso e sombriamente alucinante, mostrando as mentes brilhantes de Colin M. Potter . mantem a frequência, conduzindo o ouvinte em uma viagem sonora inesquecível, com destaque na forma como o artista misturou referências dentro do rock e de uma maneira peculiar criou um trabalho atemporal perfeito para os fãs do estilo, conversando diretamente com seu instrumental e com o ouvinte, transmitindo diversos sentimentos de forma satisfatória. Blindness & Light chegou para ficar e já ganhou destaque repleto de ideias vibrantes, exclusivas e de pura nostalgia, sendo uma banda potente, de imersão com um domínio tão forte e confiante sobre seu som, que consegue encantar desde o público mais exigente até quem busca bandas novas.
