Hoje é dia de celebrarmos mais um álbum dos criadores dessa bagaça chamada Heavy Metal: a mãe das mães das bandas, o Black Sabbath tem neste 28 de julho, “Sabotage”, seu sexto álbum apagando as velinhas. Lançado em 28 de julho, há 48 anos, o álbum é tema do nosso Memory Remains desta sexta-feira.
Depois do sucesso do álbum anterior, o clássico “Sabbath Bloody Sabbath”, que rendeu a banda discos de Ouro no Reino Unido e Canadá e Platina nos Estados Unidos, também colocou o quarteto de Birmingham entre os primeiros nos charts em sua terra natal e na “Billboard 200”, além de exaustiva turnê, o que só dava maior alcance para os criadores.
O quarteto se trancou em Bruxelas, capital da Bélgica, no “Morgan Studios”, com a própria banda produzindo e Mike Butcher atuando na co-produção. O título é uma alusão ao processo judicial que a banda estava sofrendo pela antiga administração e segundo Iommi afirmou em entrevista, era como eles se sentissem “sabotados o tempo todo”. Geezer Butler foi mais além e deu a seguinte declaração:
“Na época do “Sabbath Bloody Sabbath”, descobrimos que estávamos sendo roubados pela nossa administração e gravadora e então por muitas oportunidades, ao invés de estarmos nos palcos ou em estúdios, estávamos nos escritórios de advocacia, tentando cancelar os contratos. Sentíamos que estávamos sendo sabotados e por isso a escolha do nome como título.”
Então a banda usou tudo isso a seu favor e trabalhou para que o aniversariante de hoje fosse diferente do antecessor, que Iommi já declarou “não o considerar como um álbum de Rock”. Vamos destrinchar as oito faixas que fazem parte de “Sabotage”; A abertura se dá com a psicodélica “Holy in the Sky” e os bons riffs de Tony Iommi, onde o peso dita o ritmo das coisas e garantindo um bom início.
“Don’t Start (Too Late)” é uma intro com uma bela performance de violão de Tony Iommi e ela serve de ponte para o petardo que vem a seguir e que atende pelo nome se “Sympton of the Universe.” A primeira vez que escutei essa música foi na versão do Sepultura que entrou como bônus track do álbum “Roots” e se eu já tinha pirado com a versão dos brasileiros, fui conferir a original e fiquei ainda mais embasbacado com os riffs sujos e o timbre perfeito escolhido por Iommi, além de um Bill Ward insano no seu kit de bateria. Perfeita!
“Megalomania”, do alto de seus nove minutos tem um clima viajante e traz consigo muito do Rock Progressivo, muitas mudanças de andamento e inclusive, inserções de teclado, tocadas pelo próprio Tony Iommi. Em “The Third of it All”, Tony Iommi manda ver em um belo solo na intro e depois nos riffs bem rústicos que compõem a base da música, além de mais clima Progressivo na música.
“Supertzar” é praticamente instrumental por completo, pois se não tem Ozzy cantando, temos o coral English Chamber Choir acompanhando Iommi. E sabe aquele clima épico que o leitor acompanha em bandas mais contemporâneas? Pois é, o Sabbath já fazia isso nos anos 1970. Realmente os caras estavam na vanguarda.
“Am I Going Insane (Radio)” volta al viajar no progressivo e tem até boas harmonias, mas quem procura guitarras pesadas essa não é a música ideal. A faixa se encerra com gargalhadas sinistras que invadem a música que encerra o play, “The Writ”, carregada de psicodelismo. Com bons riffs, o disco se despede.
Em 43 minutos temos um bom álbum, que se não é tão brilhante como os primeiros atos, tem sim momentos excepcionais e não pode ser desprezado. Há uma versão em CD que tem uma versão ao vivo para “Sweet Leaf”.
“Sabotage” foi bem recebido e premiado com disco de Ouro nos Estados Unidos no ano de 1997 e Prata no Reino Unido no ano de 1977. Nos charts, figurou também no 6º lugar na Noruega, 7º no Reino Unido, 9º na Áustria e 28º na “Billboard”. O álbum foi certificado com Disco de Prata no Reino Unido e com Disco de Ouro nos Estados Unidos.
E para sair em turnê, o tecladista Gerald “Jezz” Woodroffe, que participou das gravações, se juntou a banda, devido a necessidade de reproduzir as partes orquestrais do álbum pudessem ser reproduzidas nos palcos.
Enfim, hoje é dia de comemorarmos o lançamento deste disco e se não temos mais o Black Sabbath na ativa, ao menos temos todo esse maravilhoso legado deixado por eles. E nada do que escutamos e curtimos existiria se não fosse esses quatro cavaleiros de Birmingham, que resolveram tocar em afinação mais baixa, tocando uma espécie de Blues com mais peso, acabando por inventar esse tal de Heavy Metal, que todos nós amamos.
Sabotage – Black Sabbath
Data de lançamento – 28/07/1975
Gravadora – Virgo/ Castle/ Sanctuary
Faixas:
01 – Holy in the Sky
02 – Don’t Start (Too Late)
03 – Sympton of the Universe
04 – Megalomania
05 – The Thrill of it All
06 – Supertzar
07 – Am I Going Insane (Radio)
08 – The Writ
Formação:
Ozzy Osbourne – Vocal
Tony Iommi – Guitarra
Geezer Butler – Baixo
Bill Ward – Bateria
Participações especiais:
Gerald Jezz Woodroffe – teclados
Coro de Câmara Inglês – vocais em “Supertzar“