Em 15 de Agosto de 1983, o AC/DC lançava “Flick of the Switch”, o nono álbum da carreira dos australianos no geral e oitavo lançado mundialmente. O mais novo quarentão do Rock é tema do nosso Memory Remains desta terça-feira.
É também o terceiro com Brian Johnson e lançado logo após a saída do baterista Phil Rudd, que participou das gravações e tem seu nome devidamente creditado. A banda repetiu a experiência de gravar nas Bahamas, tal como em “Back in Black”. Porém, a parceria com o produtor Robert “Mutt” Lange desta vez foi deixada de lado, tendo a própria banda se encarregado de produzir a obra. A banda afirmaria mais tarde que “Flick of the Switch” era uma tentativa de fazer o AC/DC soar com uma sonoridade crua, que segundo eles foi atingida com sucesso.
O clima no estúdio foi bastante tenso, com Phil Rudd enfrentando problemas com álcool e drogas, o que culminou com a sua demissão, ainda nas Bahamas, Mas os problemas já vinham acontecendo bem antes do processo de gravação, tendo, inclusive, um caso em que Malcolm Young agrediu o baterista após este se atrasar para uma apresentação e de não ter tido condições de retornar ao palco e tocar no encore.
O processo de gravação durou todo o mês de Abril de 1983 e quatro meses depois, o disco estava disponível ao grande público; vamos então destrinchar cada uma das 10 faixas presentes aqui: “Rising Power” marca a abertura do play com um Hard Rock bem cadenciado, que conta também com um bom solo executado por Angus Young. “The House is on Fire” chega trazendo aquele clima Stoner bem legal e bons riffs.
A faixa título traz de volta os riffs e o clima dos anos do saudoso Bon Scott, o que desperta a nostalgia dos que preferem esta época da banda. Um Rockão de primeira qualidade. “Nervous Shakedown” tem novamente um clima cadenciado e é bem tocada, perfeitinha, ainda que seja dotada de extrema simplicidade.
“Landslide” tem uma levada bem rápida, fazendo dela uma das melhores, senão a melhor faixa do play. E uns riffs que hipnotizam o ouvinte. Linda! “Guns for Hire” pelo seu clima, poderia perfeitamente fazer parte de “Back in Black”, pelo mesmo clima e energia deste álbum. Muito boa também.
“Deep in the Hole” traz novamente a pegada mais cadenciada da qual o AC/DC investiu pesado aqui, mas tudo bem feito e de maneira bem simples que não chega a comprometer. O clima setentista está de volta com “Bedlam in Belgium”, uma música marcante pelo seu refrão que gruda e também com os riffs dos irmãos Young, além de um ótimo solo.
“Badlands” chega com riffs bluesy e recebe a honraria de ser uma das que se destacam, exatamente por ser bem diferente da maioria das faixas do aniversariante de hoje. E ela é relativamente pesada. Finalizando, “Brain Shake” traz novamente o clima setentista e riffs levemente técnicos nos dá um clima sensacional que poucas bandas de Rock and Roll como o AC/DC pode nos proporcionar. E encerra bem este álbum.
São 37 minutos de uma audição em que você sabe bem o que esperar: a musicalidade típica do AC/DC, porém, sem o brilho de outros álbuns. É considerado mais fraco do que os seus dois antecessores, e aqui o redator que vos escreve pode até acrescentar que os quatro antecessores são infinitamente melhores do que o aniversariante do dia, e não é desmerecendo este, e sim reconhecendo que os outros tiveram mais relevância na carreira dos australianos.
Nosso homenageado de hoje teve um relativo sucesso comercial, alcançando o 3º lugar na Austrália, 4º lugar nas paradas britânicas e também na Noruega, 15º na “Billboard 200”, e os singles “Guns for Hire”, “Nervous Shakedown” , além da faixa título foram bem sucedidas. Certificado 3 vezes com Platina na Austrália, Platina nos Estados Unidos, Ouro na França e Alemanha e Prata no Reino Unido. São bons números, mas nem chega perto dos seus dois antecessores, “Back in Black” e “For Those About to Rock (We Salute You)”.
A banda saiu em turnê, que teve seu primeiro show nos Estados Unidos em 3 de setembro de 1983, em Pittsburgh, Philadelphia e se estendeu pela América do Norte e depois Europa, com mais de 70 datas, tendo a última data sendo 16 de setembro de 1984, em Barcelona. Após o cumprimento das datas, a banda se reuniu para a gravação de seu sucessor, “Fly on the Wall“, mas deram uma pausa para duas apresentações na primeira edição do Rock in Rio de 1985, quando tocaram nos dias 15 e 19 de janeiro daquele ano. Então, tecnicamente, as apresentações na Cidade do Rock pertenceram à turnê do nosso novo quarentão.
Embora muito criticado pelo fato de a banda optado em abrir mão de um produtor, tendo ela mesma produzir o álbum, “Flick of the Switch” foi citado à época como um dos melhores lançamentos daquele ano de 1983 e por isso ele se faz digno de celebração. Nós desejamos uma longa vida ao AC/DC.
Flick of the Switch – AC/DC
Data de lançamento – 15/08/1983
Gravadora – Columbia Records
Faixas:
01 – Rising Power
02 – This House is on Fire
03 – Flick of the Switch
04 – Nervous Shakedown
05 – Landslide
06 – Guns for Hire
07 – Deep in the Hole
08 – Bediam in Belgium
09 – Badlands
10 – Brain Shake
Formação:
Brian Johnson – vocal
Angus Young – guitarra
Malcolm Young – guitarra
Cliff Williams – baixo
Phil Rudd – bateria