Memory Remains

Memory Remains: Led Zeppelin – 54 anos de “Led Zeppelin II” e o estrondoso sucesso

22 de outubro de 2023


Há 54 anos, em 22 de outubro de 1969, o Led Zeppelin lançava o álbum “Led Zeppelin II” e essa pérola da música pesada é tema do nosso Memory Remains deste domingo.

A banda mal havia lançado seu aclamado disco de estreia e já estava preparando novo material. O quarteto se reuniu por diversos estúdios na Inglaterra e nos Estados Unidos entre os meses de janeiro e agosto de 1969. Tal como o Black Sabbath, em menos de um ano, eles também já tinham dois álbuns em sua discografia.

Considerado por muitos como o trabalho mais pesado e influente da banda, “Led Zeppelin II” é caracterizado por uma sonoridade mais complexa, como iremos observar mais abaixo ao comentarmos faixa a faixa e por isso acabou ganhando maior notoriedade do que o seu antecessor.

A explicação para a utilização de diversos estúdios é bem simples: a banda estava fazendo a turnê de seu disco de estreia e eles aproveitavam os momentos livres para escrever e gravar as músicas. O baixista John Paul Jones disse em entrevistas que a maior parte do material contido neste álbum veio de improvisações que Jimmy Page fazia no palco durante o solo da música “Dazed and Confused” e depois das apresentações, todos tentavam lembrar o que foi feito no palco para gravar e assim o álbum foi sendo concebido. Page também deu sua explicação sobre o processo de composição e gravação do álbum:

Em outras palavras, parte do material surgiu enquanto reuníamos novos sons e ensaiávamos para a próxima turnê.”

Como foi um disco produzido com a banda na estrada, obviamente nem todos os estúdios tinham recursos para suprir as necessidades da gravação; por exemplo, um local utilizado em Vancouver, Canadá, foi creditado como uma cabana e não como um estúdio. Não havia uma mesa de som com mais de 8 canais e sequer havia suporte para que os músicos pudessem utilizar headphones. E se pararmos para analisar, uma gravação precária em alguns momentos, resultou nesse trabalho magnífico, imaginemos como seria se a banda tivesse parado em um bom estúdio, com tempo para fazer e refazer tudo até alcançar a perfeição que eles almejavam, uma vez que para nós, a perfeição está aqui neste play.

Sobre esse louco processo de composição, Robert Plant também deu uma declaração. Aspas para o vocalista:

Foi realmente uma loucura. Compúnhamos em quartos de hotel, gravávamos a faixa de ritmo em Londres, adicionávamos os vocais em Nova Iorque, a gaita em Vancouver e, por fim, fazíamos a mixagem em Nova Iorque.”

O trabalho contou com a participação de Eddie Kramer na engenharia de som e também na mixagem. Kramer havia trabalhado com Jimi Hendrix e havia impressionado a todos no Led Zeppelin, em especial, Jimmy Page e o cara fez tudo acontecer aqui no aniversariante do dia.

Em 41 minutos temos um play versátil, onde o peso do Rock se funde com outros estilos, dando à obra uma forma única e visceral. As nove músicas são uma viagem às profundezas da musicalidade. Aqui temos um dos grandes clássicos de sempre da banda, “Whole Lotta Love“. Temos também outros bons momentos como em “Moby Dick“, “The Lemon Song“, ou a psicodélica e maravilhosa “Heartbreaker“.

Após o lançamento, a banda saiu em turnê que se iniciou em janeiro de 1970 e se estendeu até dezembro de 1971. Um desses shows, em Londres, foi especial e causou nervosismo em Jimmy Page: a razão? Nomes como John Lennon, Eric Clapton e Jeff Beck estavam entre o público e a responsabilidade era grande. Tal apresentação foi filmada e trechos dela foram incluídas no DVD duplo lançado pelo Led Zeppelin, no ano de 2003.

O álbum vendeu 400 mil cópias logo de cara e em abril de 1970 as vendas já ultrapassavam a marca de 3 milhões de cópias vendidas. Nos charts, a banda alcançou o topo da “Billboard 200“, batendo ninguém menos do que o clássico “Abbey Road“, do The Beatles; a primeira posição também foi repetida na Alemanha, Canadá, Espanha, Austrália e no Reino Unido, sendo que neste último, o álbum permaneceu por 138 semanas consecutivas na lista. O álbum chegou ao 2° na Noruega, 3º na França e 8° no Japão. Foi certificado com Disco de Ouro na Argentina e na Áustria, duas vezes Ouro na França; na Alemanha recebeu Platina; na Austrália e no Reino Unido foi 4 vezes Platina, 9 vezes Platina no Canadá e 12 vezes Platina nos Estados Unidos. É o terceiro disco da banda que mais vendeu na terra do Tio Sam, ficando atrás somente de “Physical Graffiti” e de “Led Zeppelin IV“. É um baita feito.

Hoje é dia de celebrar esse discaço que vai envelhecendo cada vez melhor e que deixa o rico legado do que foi o Led Zeppelin, banda que inspirou e inspira ainda as gerações. Para quem reclama por exemplo que o Greta Van Fleet copia a banda de Page e Plant, eu vos digo: melhor que eles copiem o Led Zeppelin do que copiar por exemplo, o Ghost, não é mesmo, caro leitor? Vamos colocar essa bolacha pra tocar no volume máximo e celebrar o riquíssimo legado deixado por Page, Plant, John Paul Jones e John Bonham.

Led Zeppelin II – Led Zeppelin

Data de lançamento – 22/10/1969

Gravadora – Atlantic

Faixas:

01 – Whole Lotta Love

02 – What is What Should Never be

03 – The Lemon Song

04 – Thank You

05 –  Heartbreaker

06- Living Loving Maid (She’s Just a Woman)

07 – Ramble on

08 – Moby Dick

09 – Bring It on Home

 

Formação:

Jimmy Page – guitarra/ backing vocal/ teremim em Whole Lotta Love

Robert Plant – vocal/ harmônica

John Paul Jones – baixo/ órgão

John Bonham – bateria/ tímpano