Há 30 anos, em 29 de novembro de 1993, o Motörhead lançava “Bastards“, o décimo primeiro álbum desta banda tão amada por muitos de nós e que é tema do nosso Memory Remains desta quarta-feira, o penúltimo do mês.
O álbum foi o único a ser lançado pelo selo ZYX Music, para onde o Motörhead foi depois do contrato frustrado com a Epic, quando lançou seu álbum anterior, “March or Die“. O álbum marca também a estreia do baterista Mickey Dee, como membro efetivo da banda. Ele já havia tocado no álbum anterior, mas foi creditado como convidado especial. E a partir do aniversariante do dia, ele seria fiel à Lemmy até o dia que o Motörhead deixou de existir. É também o primeiro álbum da banda a não ter uma faixa com o mesmo título do play.
“Bastards” também foi o primeiro dos quatro álbuns a ser produzido por Howard Benson. Assim sendo, o quarteto embarcou para a Califórnia, onde eles fizeram uso de dois estúdios: o A&M Studios e o Prime Time Studios, ambos em Hollywood. Quanto a capa, segundo o artista Joe Petagno, em um primeiro momento, o álbum seria chamado “Devils” e ele já havia, inclusive, trabalhado em uma capa para esse titulo, mas se viu obrigado a mudar tudo quando a banda trocou o nome para o qual o conhecemos.
A bolacha tem 12 canções em 47 minutos, onde temos a percepção de que o Motörhead agiu corretamente em retornar às suas raízes sonoras, trazendo muito barulho e músicas rápidas. No conteúdo lírico, os temas variavam por guerras (“Death or Glory” e “I am the Sword“), crítica social (“On Your Feet or on Your Knees”), abuso infantil (“Don’t Let Daddy Kiss me“) e o caos total, como em “Burner“. O guitarrista Phil Campbell certa vez falou, com empolgação sobre as músicas contidas aqui. Aspas para ele:
“Trabalhamos muito nisso. As músicas estavam lá, o compromisso estava lá, a forma de tocar estava lá, a produção estava lá, tudo estava lá… Estou tão orgulhoso desse álbum. Não há nada de errado com esse álbum. . Algumas ótimas músicas.”
Infelizmente, o selo ZYX não fez o mínimo esforço em lançar o álbum fora da Alemanha, país sede da gravadora, o que acabou irritando Lemmy, que, claro, tirou sua banda de lá. O sucessor, “Sacrifice“, já foi lançado pela Steamhammer. Em uma
“É tão decepcionante quando você faz todos os esforços para criar um álbum e fica realmente emocionado com ele e ninguém mais se importa, especialmente sua gravadora.”
A receptividade do álbum foi incrível, tanto por parte do público quanto por parte da crítica especializada. E compartilhada por Lemmy, que afirmava ser este “um dos melhores álbuns que já fizemos”. Nos charts, o álbum alcançou a 28ª posição na Alemanha, a 37ª na Finlândia e a 48ª na Suécia. “Bastards” foi o primeiro dos dois últimos álbuns a ter o Motörhead como quarteto, pois em “Overnight Sensation” (1996), o segundo guitarrista, Würzel estaria fora e os três seguiriam até a morte de Lemmy, que automaticamente resultou no fim da banda.
O Motörhead ainda tinha mais vinte anos pela frente a partir daqui e muita coisa boa seria lançada pela banda. Muitos, como este redator que vos escreve não tiveram a chance de vê-los ao vivo. Mas o legado desta banda está aí, pouquissimas bandas na cena conseguiram unir os fãs das mais variadas vertentes do Rock em geral. E hoje é dia de celebrar o mais novo trintão do Rock/ Metal. Vamos curtir esse álbum no volume máximo, enquanto vos digo a já célebre frase: eu ouço gente morta!
Bastards – Motörhead
Data de lançamento – 29/11/1993
Gravadora – ZYX Music
Faixas:
01 – On Your Feet or on Your Knees
02 – Burner
03 – Death or Glory
04 – I Am the Sword
05 – Born to Raise Hell
06 – Don’t Let Daddy Kiss Me
07 – Bad Woman
08 – Liar
09 – Lost in the Ozone
10 – I’m Your Man
11 – We Bring the Shake
12 – Devils
Formação:
Lemmy Killmster – baixo/vocal
Phil Campbell – guitarra
Würzel – guitarra
Mikkey Dee – bateria