Memory Remains

Memory Remains: Lamb of God celebra os 15 anos de “Wrath” e uma sutil mudança na sonoridade

23 de fevereiro de 2024


Há 15 anos, em 23 de fevereiro de 2009, o Lamb of God lançava “Wrath“, o quinto álbum da discografia desse quinteto de Richmond, “fucking Virgínia”, como costuma bradar o vocalista Randy Blythe nos shows da banda. Este álbum é tema do nosso Memory Remains desta sexta-feira.

O aniversariante do dia foi lançado por diferentes gravadoras: a Roadrunner soltou a bolacha na Europa, Japão e Austrália, enquanto que a Epic o fez nos Estados Unidos e Canadá. Eles vinham de dois super discos, “Ashes of the Wake“, considerado por muitos como o melhor disco da carreira da banda, e “Sacrament“, o disco mais bem sucedido comercialmente. A expectativa era grande por um novo trabalho. Chris Adler falou sobre essa expectativa. Vamos abrir as aspas para esse monstro das banquetas.

Este álbum vai surpreender muita gente. Normalmente as bandas que chegam onde estamos em nossa carreira começam a relaxar, cheirar as rosas e regurgitar. Nós escolhemos um caminho diferente. Ninguém quer ouvir outro membro da banda divulgando um novo disco. Wrath não precisa de exageros. Nós nos superamos e em 24 de fevereiro (como 2009) você sentirá isso.”

Em agosto de 2008, foi anunciado o sucessor de “Sacrament“. O álbum marca também o início da parceria com o produtor Josh Wilbur, que dura até os dias atuais. Então a banda se utilizou de nada menos que seis estúdios para conceber esse “Wrath“: o Electric Lady, em Nova Iorque, o Barbarosa, na Virginia, o Sound of Music, em Richmond e o Dizzylander, em New Hampshire foram utilizados na gravação, enquanto que a mixagem aconteceu em Londres e a masterização ocorreu na Califórnia.

Bolacha rolando, temos 11 faixas em 44 minutos e o álbum é bem diferente dos discos anteriores lançados pelo Lamb of God, a começar pela sonoridade, mais crua e por vezes até mesmo mais atmosférica. A primeira metade é irrepreensível, com grandes canções, algumas clássicas e obrigatórias em shows até hoje, como “Set to Fail” e “Contractor“. “Fake Messiah” é outro grande destaque, sobretudo na bateria poderosa de Chris Adler, que flerta com o blast-beat. Mas ainda há espaço para o Groove que a banda sempre apresentou ao longo de sua carreira.

Se não está entre os melhores da carreira do Lamb of God, está longe de ser um dos piores. Ele já mostra o início da transição musical que a banda passaria, abordando temas não tão agressivos, ainda que hajam algumas faixas por aqui que são e muito brutais.

O play estreou de cara na 2ª posição na “Billboard 200”. Alcançou o topo das paradas canadenses e nas categorias UK Rock e Metal Albums (Reino Unido), além da US Top Rock, US Top Hard Rock e US Top Tastemakers Albums (todas da Billboard). Ainda na Billboard, ficou em 2° lugar na categoria US Digital Albums. Pelo mundo, 5° lugar na Finlândia, 8° na Austrália, 14° na Nova Zelândia, 20° na Noruega, 21° na Escócia, 32° na Irlanda, 35° na Suécia, 61° na Alemanha. Somente na primeira semana, vendeu mais de 68 mil cópias apenas nos Estados Unidos, totalizando 200 mil vendas um ano depois.

As críticas no geral foram bastante positivas e o Lamb of God bateu na trave por duas oportunidades no Grammy Awards; em 2010, concorreu na categoria “Melhor Performance Heavy Metal”, com a música Set to Fail, mas perdeu para o Judas Priest com Dissident Aggressor. Em 2011, concorreu na mesma categoria, com a música In Your Words e perdeu para o Iron Maiden, com El Dorado. Ou seja, são derrotas aceitáveis, pois a banda foi superada apenas por duas das maiores instituições do Heavy Metal.

O Lamb of God hoje é uma das melhores da atualidade. E eles merecem todos os confetes. Vamos celebrar esse play, que chega na sua adolescência muito bem, obrigado. Felizmente eles passaram sem grandes sustos pela pandemia e seguem fazendo muito barulho. Hoje é dia de botar essa bolacha para tocar no volume máximo.

Wrath – Lamb of God

Data de lançamento – 23/02/2009

Gravadora – Roadrunner/ Epic

 

Faixas:

01 – The Passing

02 – In Your Words

03 – Set to Fail

04 – Contractor

05 – Fake Messiah

06 – Grace

07 – Broken Hands

08 – Dead Seeds

09 – Everything to Nothing

10 – Choke Sermon

11 – Reclamation

 

Formação:

Randy Blythe – vocal

Willie Adler – guitarra

Mark Morton – guitarra

John Campbell – baixo

Chris Adler – bateria