Memory Remains

Memory Remains: Helloween – 28 anos de “The Time of the Oath” e a segunda onda do sucesso

29 de fevereiro de 2024

O Memory Remains desta quinta-feira é especial e “só pode ser comemorado a cada quatro anos”, pois foi lançado em um ano bissexto. Há 28 anos, em 29 de fevereiro de 1996, o Helloween lançava “The Time of the Oath“, o sétimo álbum na discografia dos criadores do Power Metal.

Sobre a data de lançamento, na verdade, o álbum foi lançado em diferentes datas por diferentes países: em 5 de março, a bolacha foi lançada nos Estados Unidos e em 11 de março, no Reino Unido. Nós estamos nos utilizando da data do lançamento no Japão, puramente por ser a primeira na ordem cronológica e não é todo ano que temos um ano bissexto. Pois bem, o Helloween vivia um ótimo momento, com uma formação que havia mostrado que deu muito certo, principalmente pelos frutos colhidos no álbum anterior, o não menos maravilhoso “Master of the Rings” (1994).

Nosso aniversariante do dia é um álbum conceitual e a história se baseia nas profecias de Nostradamus, mais precisamente as previsões para um recorte de tempo entre os anos de 1994 à 2000. Estudiosos de Nostradamus entendiam que ele previu uma terceira guerra mundial, seguida de um período de paz por mil anos (N. do R: as guerras da Ucrânia e o holocausto cometido por Benjamin Netanyahu, matando doze mil crianças em Gaza, mostram que Nostradamus falhou grotescamente). A faixa “Before The War” talvez seja a música que mais exemplifica a profecia da guerra, que, como sabemos, acabou não se confirmando.

Para gravar o play, a banda se juntou mais uma vez ao produtor Tommy Hansen e todos foram ao Château Du Pape, em Hamburgo, mesmo local onde “Master of the Rings” foi gravado. Eles passaram boa parte do segundo semestre do ano de 1995 por lá, onde a mixagem também foi realizada. A masterização, foi feita no estúdio Metropolis, em Londres. Este é o primeiro álbum do Helloween a contar com a participação de todos os cinco membros como autores em uma ou mais canções.

Bolacha rolando, temos 61 minutos, divididos em 12 faixas, algumas bem longas, como “Mission Motherland“, com nove minutos e a faixa-título, com quase sete minutos. O álbum forjou alguns hits como “Power“, “Forever and One (Neverland)”, estas duas veicularam bastante na MTV, mesmo com essa emissora tentando de todas as formas “matar” o Heavy Metal naquela segunda metade dos anos 1990. Outros bons momentos do álbum são “We Burn“, “Wake up the Mountain” e “Steel Tormentor“, que é dedicada ao Judas Priest. É certamente o melhor álbum do Helloween depois dos dois “Keepers“.

“The Time of the Oath” foi o primeiro álbum do Helloween a ser lançado após a morte do ex-baterista Ingo Swichtenberg. Ingo foi o baterista original e ficou na banda por dez anos, entre 1983 e 1993, quando saiu devido aos seus problemas com vício em drogas e álcool, e também sofria de depressão e esquizofrenia. Ele cometeu suicídio em 8 de março de 1995, quando decidiu se jogar na frente da composição do metrô, na cidade de Hamburgo. A banda dedicou o álbum à memória de seu primeiro baterista.

O álbum frequentou alguns charts mundo afora, com performance bem discreta: 6° no Japão, 14° na Finlândia, 26° na Suécia, 28° na categoria de álbuns de Rock e Metal do Reino Unido, 30° na Suíça, 31° na Alemanha e 33° na Áustria. Foi certificado com Disco de Ouro no Japão.

O Helloween caiu na estrada para divulgar o novo álbum e pela primeira vez o Brasil recebeu a banda, foi na edição de 1996 do falecido festival Monsters of Rock, em uma apresentação cercada de polêmicas, pelo fato de a organização ter colocado o Helloween para se apresentar antes dos brasileiros do Raimundos, que na época se destacava como um dos maiores nomes da cena da música pesada tupiniquim. Os shows da Espanha e Itália se tornaram o VHS chamado “High Live“, anos depois lançado em DVD.

Hoje o Helloween está em outra vibe, com uma formação que reúne o passado e o presente: Michael Kiske e Andi Deris dividem os vocais, Kai Hansen compõe o trio de guitarristas, e os membros fundadores Michael Weikath e Markus Grosskopf seguem levando adiante aquilo que eles criaram, há mais de 40 anos atrás. Por isso, hoje é dia de celebrar esse belíssimo álbum, colocando-o para tocar no volume máximo, enquanto aguardamos uma nova visita dos alemães por nossas terras.