Não é novidade que, por muitos anos, houveram inúmeras tentativas de se trazer (ou de tentar reproduzir) festivais europeus de metal para o Brasil. Por anos, negociações correram sem chegar a uma solução de fato viável. No ano passado, porém, a primeira edição do festival Summer Breeze, originalmente alemão, ocorreu no país sendo um sucesso absoluto. Não foi nenhuma surpresa quando a segunda edição do festival foi anunciada, marcada para ocorrer nos dias 26, 27 e 28 de Abril, novamente no Memorial da América Latina, na capital paulista. Recheado de bandas de diversos gêneros do Rock e Metal, o festival deu um exemplo de organização e qualidade, envolvendo shows com produções dignas do que é visto na Europa, tudo acontecendo em quatro palcos diferentes (Hot e Ice Stage eram os principais, enquanto Sun e Waves Stage eram os secundários). Além dos palcos, praças de alimentação, bares e lojas com merchandising das bandas e do festival ocupavam todo espaço do ponto turístico paulistano. Apesar do forte sol, nada disso impediu que o público formado por fãs apaixonados de vários cantos da América Latina aproveitasse da primeira banda de sexta até a última de domingo à noite. Bandas de diferentes gerações foram escaladas para celebrar a música pesada nesta edição, mostrando toda a pluralidade do rock e metal atual. Confira abaixo textos e galerias de fotos dos três dias do festival.
Confira as resenhas e galerias de fotos de cada dia de cobertura:
Summer Breeze 2024: 26/04 – O Hard Rock Vive!
Summer Breeze 2024: 27/04 – O Brilho É Delas!
Summer Breeze Brasil 2024: 28/04 – Quando o tradicional e o moderno se encontram!
A paixão pelo Metal nos une!
O saldo da segunda edição do Summer Breeze foi extremamente positivo. O brasileiro sempre esperou por festivais como esse e marcou presença durante os três dias de festival. Claro que, como em todo festival, nem tudo são flores. O quarto palco, o Waves Stage, além de ficar relativamente mais distante dos outros palcos, tinha sua situação piorada quando as apresentações de lá coincidiam com grandes shows. O Troops of Doom, banda de Jairo Guedz, guitarrista original do Sepultura, se apresentou neste pequeno palco no mesmo horário do Mercyful Fate, o que dificultou a banda receber um número maior de público. Bandas como Noturnall, Kryour, Santo Graal, Zumbis do Espaço e até Jeff Scott Soto, ficaram isolados neste palco e não receberam o público merecido. Os preços de alimentos, bebidas e merchandising, apesar de altos, estavam dentro do esperado para um festival deste porte. A pontualidade entre os shows, assim como abertura de portões e organização para que tudo isso ocorresse foram pontos muito positivos. Conhecidos que pagaram pelo Lounge, com acesso ao open bar e open food relataram que a comodidade e o conforto apresentados fizeram o preço valer a pena.
Joey Belladonna (Anthrax) expressou no palco algo que eu vinha pensando durante os dias do festival. Antes da música “Keep it in the Family”, o vocalista comentou que, observando todo o público presente no festival, ele via todos como uma grande família, uma família unida pelo Metal. Essa sensação de união, comumente observada em grandes festivais europeus, não era difícil de ser percebida. Muitas pessoas encontraram na música pesada um abrigo. Criou-se amizades, famílias, parcerias, tudo por intermédio da música. Claro que isso não é algo restrito ao metal, mas viver um festival como esse nos dá esse sentimento mediúnico de ser família, de se ter uma conexão. O Summer Breeze, com sua terceira edição já confirmada para 2025, encontrou uma nova casa na América Latina e provou, por dois anos consecutivos, que é possível se fazer um festival desse porte aqui. Além da falta desses grandes festivais, a carência dos brasileiros fãs de rock e metal é também causada pela falta de continuidade dos mesmos (vide Maximus Festival, SWU e as idas e vindas do Monsters of Rock). O metal no Brasil existe, está repleto de bandas incríveis dentro da cena e merece ser celebrado com um grande festival como esse. Que seja eterno enquanto dure. Que celebrem o metal enquanto se está vivo!