Memory Remains

Memory Remains: Exodus – 14 anos de Exhibit B: The Human Condition e a despedida do vocalista Rob Dukes

7 de maio de 2024

Há 14 anos, em 7 de maio de 2010, o Exodus lançava “Exhibit B: The Human Condition“, o nono álbum desta que é uma das mais importantes bandas de Thrash Metal, e, claro, assunto do nosso Memory Remains desta terça-feira.

Nosso aniversariante do dia é o último a contar com o vocalista Rob Dukes, que foi demitido às vésperas de a banda lançar o sucessor, “Blood in, Blood Out“. Também é o primeiro a manter a mesma formação entre um álbum e outro, o que não acontecia desde “Fabulous Disaster“, de 1989. Se contarmos a regravação do clássico álbum “Bounded by Blood“, que foi rebatizado de “Let There be Blood”, é o terceiro registro seguido com a mesma lineup.

Em janeiro de 2010, Exodus estava em turnê com o Testament e o Megadeth, que celebrava os 20 anos do clássico álbum “Rust in Peace“, quando a banda anunciou o vindouro álbum, que inclusive, já tinha sido inteiramente gravado, no mês de dezembro de 2009. Eles recrutaram mais uma vez o mega produtor Andy Sneap. Dois estúdios foram utilizados para as gravações: a bateria foi gravada no Sharkbite Studios, em Oakland; os demais instrumentos e os vocais foram gravados no Camp Crunch, Guerneville. Mixagem e masterização foram feitas no Backstage Studios, de propriedade de Sneap, que fica em Derbyshire, Reino Unido.

Para a capa, eles recrutaram o artista Colin Marks e o guitarrista Gary Holt falou sobre a ideia que a banda quis passar para estampar o novo play. Aspas para ele:

“Queríamos retratar a violência do homem no seu melhor, então começamos com nossa própria versão do esboço de Leonardo da Vinci do Homem Vitruviano , mas fizemos do jeito ‘EXODUS’! Fui apontado na direção de Colin Larks da Rainsong Design para a capa e ele arrasou! Para mim, a arte representa o homem e sua afinidade com o derramamento de sangue, a ignorância e a capacidade geral de ser conduzido como ovelhas ao matadouro. A imagem se encaixa perfeitamente nas músicas deste disco. vai ser tão doentio quanto o próprio disco!”

Bolacha rolando, temos um álbum extremamente longo: são 13 faixas em 74 minutos, e como no álbum anterior, as faixas são bem extensas e trazem um Exodus moderno, técnico e sem abandonar o Thrash Metal que o consagrou. A abordagem lírica é bem sombria e fala de assuntos como política, guerra, morte, sociedade e religião. Conta com inserções até mesmo de teclados, feita por Raymond Anthony na faixa “The Ballad of Leonard and Charles“. O frontman do Hypocrisy, Peter Tägtgren também registrou backing vocal na faixa “The Sun Is my Destroyer” e o guitarrista Brendon Small gravou o solo na faixa bônus “The Devil’s Teeth“. Os fãs mais radicais poderão reclamar do play, mas é inegável que mesmo bem extenso, é uma aula de Thrash Metal moderno.

O álbum foi muito bem recebido pela crítica em geral e obteve também boa resposta por parte dos fãs: nos charts, ficou em 14° na Grécia, 32° na Alemanha, 49° na Áustria, 50° na Finlândia, 53° na Suíça e 114° na “Billboard 200“. O Exodus saiu em turnê para divulgar seu play, quando foi co-headliner do Thrashfest no final do ano de 2010, ao lado de nomes como Kreator, Death Angel e Suicidal Angels. Em 2011, a banda foi uma das atrações do badalado Wacken Open Air.

Hoje é dia de celebrar esse belo álbum. Recentemente o Exodus foi uma das atrações da segunda edição do Summer Breeze Brasil, onde esteve arregaçando tudo com sua sonoridade matadora. Embora nosso homenageado do dia tenha sido esquecido nos shows mais recentes da banda, não vamos deixar a data passar em branco e vamos pôr o álbum para rodar no volume máximo, enquanto desejamos longa vida ao Exodus, essa instituição do Thrash Metal mundial. Para quem só pensa nessa besteira de The Big 4, Gary Holt mostra que a vertente não pode se resumir à apenas quatro bandas.