Memory Remains

Memory Remains: Morbid Angel – 35 anos de “Altars of Madness”, possivelmente o álbum mais importante do Death Metal

Memory Remains: Morbid Angel – 35 anos de “Altars of Madness”, possivelmente o álbum mais importante do Death Metal

12 de maio de 2024


Há 35 anos, em 12 de maio de 1989, o Morbid Angel lançava “Altars of Madness”, o disco de estreia desta banda de Tampa, Flórida, a Meca do Death Metal estadunidense e que é tema do nosso Memory Remains deste domingo, o segundo do mês, consequentemente, dia das mães.

O Morbid Angel foi formado no ano de 1984 e é considerada uma das bandas pioneiras do Death Metal. Foram cinco anos até que eles lançassem o álbum de estreia, que é nosso tópico de hoje, mas antes, eles lançaram algumas demos. Inclusive, eles gravaram um álbum antes mesmo deste “Altars of Madness“, que acabou sendo lançado somente no ano de 1991, “Abominations of Desolation“. Este não foi o álbum de estreia porque a banda não ficou satisfeita com o resultado final das gravações. Entretanto, músicas como “Chapel of Ghouls” e “Welcome to Hell“, esta última renomeada “Evil Spells“, estão presentes aqui no aniversariante do dia.

Altars of Madness” é considerado como um dos três álbuns que deram origem ao Death Metal, juntamente com “Seven Churches” (1985), do Possessed e “Scream Bloody Gore” (1987), do Death, a banda de Chuck Schundiler também é de Tampa. O Morbid Angel se reuniu no icônico Morrisound Studio, durante o mês de dezembro de 1988, com o produtor Dig (que já havia trabalhado com o Carcass no álbum “Reek of Putrefaction“, em 1988).

Trey Azagthoth certa vez falou sobre a época das composições para “Altar of Madness” e sobre as coisas que lhe inspiraram a escrever um disco tão cheio de fúria. Aspas para o guitarrista:

Naquela época, eu realmente queria destruir todo mundo. Eu queria que as pessoas tivessem que trabalhar muito mais depois que os fãs testemunhassem o que estávamos acontecendo. Eu queria fumar gente. Eu realmente acreditava que as bandas estavam desafiando umas às outras, tentando superar umas às outras e fazer as outras desistirem – quase como as rivalidades com os rappers da Costa Leste e da Costa Oeste. Eu realmente pensei que as pessoas queriam escrever partes que engolissem o mundo inteiro. Eu queria subir no palco e fazer as pessoas dizerem: “Puta merda, que porra está acontecendo?” Eu queria escrever coisas que fizessem outras bandas fugirem e se esconderem. Não é realmente muito legal, mas foi isso que me motivou.”

Bolacha rolando, temos um álbum que inovou o estilo que estava emergindo na época, o Death Metal. São 9 canções espalhadas em 34 minutos de muito peso, brutalidade e velocidade acima do normal. Músicas como “Immortal Rites“, “Suffocation“, “Visions From The Dark Side“, “Damnation“, “Maze Of Torment“, entre outras, se tornaram clássicas não somente para o Morbid Angel, mas da vertente em si. Dificilmente “Altars of Madness” não é citado como referência para as bandas que vieram depois. As revistas Decibel e Terrorizer compilaram listas dos melhores álbuns de Death Metal de todos os tempos e nosso aniversariante do dia foi o vencedor em ambas.

 

Outro destaque é a capa, cuja imagem traz um disco com diversas almas como se estivessem derretendo em um recipiente com uma espécie de ácido. É perturbadora. E ao mesmo tempo encantadora. A obra é de autoria de Dan Seagrave, que tem em seu currículo, trabalhos em capas de outras bandas como Entombed, Benediction, Hypocrisy, Malevolent Creation, Monstrosity, Pestilence, Suffocation, Vader, Warbringer e seu trabalho mais recente foi desenhar a capa do vindouro álbum dos brasileiros do The Troops of Doom, intitulado “A Mass to Grotesque“, que será lançado no dia 31 deste mês. Quando fez a capa, Dan tinha 18 anos de idade e certa vez ele relembrou a ocasião:

Isso era algo que eu estava trabalhando em casa e que a banda viu parcialmente finalizado. Conseqüentemente, tornou-se meu primeiro cover de Death Metal. Antes disso, eu fazia capas de álbuns de bandas de thrash britânicas como Warfare e Hydravein. Embora eu tivesse 18 anos quando fiz isso, ainda acho que é bastante interessante. Não deveria ser esférico como foi sugerido. É mais como um disco achatado feito de material fóssil, que capturou almas.

Hoje em dia, temos um racha: o Morbid Angel permanece na ativa, porém, apenas o guitarrista Trey Azagthoth é membro fundador. Já Dave Vincent e Pete Sandoval estão levando a cabo o projeto I Am Morbid, que inclusive, passou pelo Brasil no ano passado, tocando “Covenant“, o terceiro play da banda e que em breve será tema aqui em nosso quadro. Hoje é dia de celebrar a pedra fundamental de uma das bandas mais importantes do Death Metal. É dia de escutar essa bolacha no volume máximo.

Altars of Madness – Morbid Angel 

Data de lançamento – 12/05/1989

Gravadora – Earache

 

Faixas:

01 – Immortal Rites 

02 – Suffocation

03 – Visions from the Dark Side 

04 – Maze of Torment 

05 – Chapel of Ghouls 

06 – Bleed for the Devil 

07 – Damnation

08 – Blasphemy

09 – Evil Spells

 

Formação:

David Vincent – baixo/ vocal

Trey Azagthoth – guitarra

Richard Brunelle – guitarra

Pete Sandoval – bateria