Memory Remains

Memory Remains: Obituary – 15 anos de “Darkest Day” e as despedidas de Ralph Santolla e Frank Watkins

30 de junho de 2024

Há 15 anos, em 30 de junho de 2009, o Obituary lançava “Darkest Day“, o oitavo álbum da carreira desta que é uma das bandas mais importantes do cenário Death Metal da Flórida, e que é tema do nosso Memory Remains deste domingo, o último do mês.

Este é o terceiro álbum desde o retorno da banda. Retorno este que, felizmente, dura até os dias atuais. A banda manteve a formação que tocou no álbum antecessor, “Xecuntioner’s Return“, lançado em 2007. Entretanto, é o último álbum do Obituary a contar com o guitarrista Ralph Santolla e o baixista Frank Watkins. Infelizmente, ambos já nos deixaram. Frank em 2015 e Ralph se foi em 2018.

A banda se juntou novamente ao produtor Mark Prator e todos foram para o Redneck Studios, localizado na cidade de Gibsonton, na Flórida. A mixagem foi realizada no Redroom Recorders, em Tampa e a masterização aconteceu do outro lado do Atlântico, em Oxford, Inglaterra, no Turan Audio. O próprio Obituary trabalhou na co-produção e mais na frente a própria banda se encarregou de produzir os próprios álbuns.

Musicalmente, aqui em “Darkest Day“, o Obituary não soa como nos seus primórdios, o que não faz de nosso aniversariante do dia um álbum ruim, muito pelo contrário. Temos alguns bons momentos, bons riffs, solos interessantes e uma coisa da qual o “Bitu” jamais abriu mão: o peso e a brutalidade. São 13 canções em 52 minutos e principalmente o início do play é muito bom, com as faixas “List of Dead“, “Blood to Give“, “Lost Inside” e “Payback“.

No site Metal Archives, o álbum tem uma média de 72% na avaliação dos fãs, número que supera álbuns como o clássico “World Demise” (1994), com 71% e os álbuns “Frozen in Time” (2005) e “Inked in Blood” (2014), com 68% e 67%, respectivamente. Mas acima de tudo, “Darkest Day” é um álbum honesto, coisa que o Obituary sempre foi em sua carreira, por isso, nunca lançou um álbum ruim sequer em seus quase 40 anos de história.

Os caras saíram em turnê para divulgar o álbum. Em 2010, Frank Watkins saiu e antes de Terry Butler assumir o posto, Steve DiGiorgio fez alguns shows com a banda, sem ser efetivado no cargo. Em 2011, foi a vez de Ralph Santolla sair e em seu lugar entrou o guitarrista Kenny Andrews. E desde 2012, a formação do Obituary segue estável, sendo essa a formação que mais longeva da história da banda.

O Obituary seguiu em atividade e nem mesmo a pandemia conseguiu deter os caras, que se não puderam excursionar, regravaram os dois primeiros álbuns em apresentações “ao vivo”, sem plateia, obviamente, por conta do distanciamento social e fez com que os fãs tivessem acesso às novas abordagens para as canções dos álbuns clássicos “Slowly we Rot” e “Cause for Death“. E no ano passado, a banda nos brindou com o excelente “Dying of Everything“, que provou o porquê de o Obituary seguir como sendo um dos nomes mais relevantes do Death Metal.

E hoje é dia de celebrar os quinze anos deste belo álbum, enquanto aguardamos o retorno dos caras por nosso país. Então vamos escutar a bolacha no volume máximo, desejando uma longa vida ao Obituary, banda que tanto nos orgulha por sua preocupação com o meio ambiente e a causa animal, antes que alguém diga que a banda está “lacrando” ou entrando na moda, há pelo menos 30 anos eles já alertam à todos dos perigos que nossa sociedade enfrenta. E a ONG que Donald Tardy tem com sua esposa, destinada a acolher gatos de rua, só mostra o quanto eles são fofinhos!