Na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris 2024, realizada nesta sexta-feira, 26 de julho, a banda francesa Gojira fez história ao se tornar a primeira banda de metal a se apresentar no evento. Em uma performance marcante que misturou metal e ópera, entregou uma versão poderosa da canção revolucionária francesa “Ah,Ça Ira!” durante o segmento “Liberté”, em homenagem ao lema francês da Revolução Francesa. A apresentação contou com a participação que com a participação da cantora de ópera experimental Marina Viotti.
“Ah,Ça Ira!”, que significa “Ah, tudo bem!”, no sentido “isso vai dar certo”, é uma canção revolucionária francesa que emergiu durante a Revolução Francesa, simbolizando o fervor popular e a aspiração por liberdade e igualdade. Composta por Ladré em 1790 e inspirada na melodia de uma contredanse, suas letras refletiam o sentimento revolucionário e a luta contra a opressão aristocrática. A canção tornou-se um hino para os revolucionários, frequentemente entoada em manifestações e celebrações, galvanizando o espírito de resistência e unidade entre os cidadãos. “Ah,Ça Ira!” tornou-se uma canção muitom popular tocada por Jean-Antoine Bécourt (1760-1794). É mais do que uma simples canção; ela encapsula a essência do movimento revolucionário francês e permanece um marco na história cultural da França, representando a força e a determinação de um povo em busca de justiça social e liberdade.
Gojira, conhecida por sua presença marcante na cena do metal extremo, trouxe um toque inovador ao evento olímpico ao colaborar com a cantora de ópera Marina Viotti. A performance incluía uma recriação sombria e simbólica com referências à figura histórica à Maria Antonieta sem cabeça, sinônimo de uma monarquia decadente.
Dirigida pelo renomado Thomas Jolly, a apresentação destacou-se pela combinação única de Heavy Metal com Ópera experimental. O espetáculo começou com o baterista Mario Duplantier comandando a audiência de uma janela de um castelo cenográfico, enquanto os outros membros da banda tocavam de diferentes partes da estrutura. A performance foi enriquecida com elementos visuais impressionantes, como serpentinas vermelhas, fumaça e fogo sincronizado, criando um ambiente dramático e energético. A performance de Gojira foi descrita como um “tributo musical completo” que misturou metal, ópera e uma estética revolucionária.
A direção de Thomas Jolly foi impecável, contribuindo para a grandiosidade do espetáculo. A performance dos músicos foi magistral.
Formada em 1996 pelos irmãos Joe Duplantier (vocal eguitarra) e Mario Duplantier (bateria), Gojira é uma das mais influentes no cenário do metal contemporâneo. Junta-se a eles Christian Andreu (guitarra) e Jean-Michel Labadie (baixo). Originária de Bayonne, a banda é conhecida por sua fusão única de death metal progressivo com elementos ambientais e letras profundamente introspectivas e ecológicas. Com álbuns aclamados como “From Mars to Sirius” e “Magma,” a banda conquistou um público global, destacando-se pela complexidade técnica e emocional de suas composições. A apresentação da banda não apenas celebrou um momento icônico da história francesa, mas também solidificou seu status como porta-estandarte do rock francês mundial.
A apresentação não só destacou a habilidade da banda em levar o metal a um público internacional, mas também reafirmou a importância de Gojira como ícone do rock francês. Ao lado de artistas como Lady Gaga e Céline Dion – que também se apresentaram na cerimônia, Gojira trouxe uma abordagem única e poderosa ao palco das Olimpíadas, consolidando seu status como uma força inovadora na música mundial.