Memory Remains

Memory Remains: Accept – 10 anos de “Blind Rage” e o toque de Midas de Andy Sneap

15 de agosto de 2024

Há 10 anos, em 15 de agosto de 2014, o Accept lançava “Blind Rage“, o décimo quarto álbum da carreira, o terceiro desde o retorno às atividades com o novo (e atual) vocalista, Mike Tornillo e o último com o guitarrista Herman Frank e também com o baterista Stefan Schwarzmann. Com um dia de atraso, o play é tema do nosso Memory Remains desta sexta-feira.

A banda vinha do aclamado “Stalingrad: Brothers in Death“, que foi um sucesso de crítica e público. Durante a tour deste play, a banda desembarcou no Brasil, quando tocou em Porto Alegre, Curitiba e São Paulo. O quinteto se reuniu no estúdio, novamente comandados pelo mago Andy Sneap, que teria dito aos integrantes que o Accept deveria soar como o Accept, ou seja, com todos as características que conseguimos perceber no álbum, os riffs precisos das guitarras, seja nas partes rápidas, seja nas partes mais cadenciadas.

São 58 minutos distribuídos em 11 faixas onde temos o Accept viajando pelo Hard ‘n’ Heavy, sem abrir mão do peso e até mesmo de uma pegada mais moderna e pesada, como a apoteótica “Stampede“, que de longe é a melhor do play. Outras faixas como “Trail of Tears” e “Bloodbath Mastermind” e “Final Journey” também merecem destaque. E aos que sentem falta do inesquecível Udo no vocal, Mike Tornillo deu mais uma prova de que era (e ainda é) a melhor opção disponível para ocupar a vaga. O cara dá um verdadeiro show em suas interpretações ao longo do play.

Existe uma versão limitada, em digipack, que traz um DVD bônus contendo uma apresentação ao vivo da banda em Santiago, Chile, no ano de 2013. O álbum foi lançado pela Nuclear Blast, selo que mantém contrato com a banda desde o seu álbum de retorno, “Blood of the Nations” (2010). Antes mesmo do lançamento, a banda já estava fazendo shows, no dia 31 de julho de 2014, 15 dias antes do lançamento do aniversariante do dia, a banda já apresentava a nova música, “Stampede“. Em dezembro de 2014, Herman Frank e Stefan Schwarzmann anunciaram as respectivas saídas.

O álbum estreou no topo das paradas germânicas e finlandesas. Ficou em 2° na Hungria, 9° na Suíça, 11° na Dinamarca, 16° na Suécia, 17° na Noruega, 18° na Áustria, 35° na “Billboard 200”, 39° na Espanha, 46° na Bélgica e 48° na França. A estreia no topo em seu país natal foi a primeira vez na carreira do Accept e a 35ª posição entre os 200 mais na “Billboard” foi a mais alta posição de um disco dos alemães na maior e mais badalada parada musical do planeta. Nada mal para uma época em que já não mais se vendiam álbuns físicos, as plataformas digitais ainda estavam engatinhando e o download ilegal de MP3 ainda era uma atividade em alta.

Com boas críticas da imprensa especializada e ótima recepção do público, o Accept ganhou mais motivação para se manter na ativa e para nossa felicidade eles estão até hoje por aí, inclusive, estiveram tocando por nossas terras no ano passado, durante a primeira edição do Summer Breeze Brasil, Uma pena que não tocaram nenhuma música do aniversariante do dia. Então vamos celebrar os dez anos deste play. O Accept acabou de lançar o excelente “Humanoid“, que mostra que eles ainda têm muita lenha para queimar.