Em Psychedelic Soul & Trash Vol.3, o duo britânico Legends of the Seven Golden Vampires (LTSGV) faz uma verdadeira alquimia musical, trazendo uma coleção de faixas que misturam rock psicodélico, funk, disco,techno, house e até jazz em um som divertido e eclético. Nick e Luke, a dupla por trás do projeto, são mestres na arte do mashup. Inspirados pelo espírito da cena DIY dos anos 2000, eles unem décadas de influências musicais, de rock garage a Detroit techno, e criam uma experiência que é tão imprevisível quanto dançante.
A primeira coisa que chama atenção em LTSGV é o contraste entre a doçura melódica e a transgressão das temáticas. Eles mergulham em uma vibe de nostalgia e moderna – imagine algo entre o charme do Motown e a energia crua das ruas que emana o Techno e o Dance. É como se os velhos sucessos do rádio ganhassem uma nova face, demoníaca e misteriosa, transformando a inocência das melodias retrô em algo sinistramente sedutor.
O álbum começa com “Cosmic Discotheque”, uma faixa que parece uma homenagem ao som cru dos White Stripes misturado com uma pitada de jazz e rockabilly. As guitarras e os metais dão um tom nostálgico, mas a execução é moderna e cheia de energia. Em “Close To You”, eles mergulham no funk, com um groove que acena para a disco music. A batida é contagiante e cria uma atmosfera dançante, quase irresistível.
Logo em seguida, “Something Wicked This Way Comes” eleva a dose de disco, trazendo instrumentos de sopro e uma vibe festiva que lembra as pistas de dança dos anos 70. É uma daquelas faixas que faz qualquer um querer se jogar no ritmo, enquanto “Autumn Fall” dá uma guinada para o rock n’ roll de estilo surf dos anos 50. A guitarra aqui é direta e forte, e as influências de jazz dão um ar clássico que equilibra a pegada acelerada do rock.
“Summer Haze” mantém a inspiração nos anos 50 e 60, mas adiciona um toque sombrio com sintetizadores e uma batida eletrônica marcante. Essa combinação cria uma atmosfera quase cinematográfica, lembrando trilhas de filmes de terror vintage. Em “Rialto”, eles evocam o psicodelismo do The Zombies, com uma melodia sombria e melancólica que soa quase hipnótica.
“A Long Walk Home” é uma faixa experimental que traz uma linha vocal em estilo de narração, criando um ambiente mais urbano e introspectivo. Já “Season of the Witch” é uma peça instrumental profunda e misteriosa, onde o baixo e a percussão dominam, dando uma sensação quase ritualística ao álbum.
Para fechar, “Cosmic Discotheque pt 2” retoma a faixa inicial, agora com uma pegada mais explosiva e intensa. Elementos de house e dance surgem, transformando-a em uma verdadeira celebração de ritmos que nos surpreende até o último segundo.
Psychedelic Soul & Trash Vol.3 é um álbum que quebra barreiras e brinca com o tempo. Cada faixa é um portal para uma época diferente, mas, juntas, criam uma discoteca cósmica onde o passado e o futuro se encontram para uma dança irresistível.