Há 30 anos, em 6 de dezembro de 1994, o Bush lançava “Sixteen Stone”, o álbum de estreia da banda, que se inspirou no movimento Grunge de Seattle, ganhou as paradas de sucesso e é tema do nosso Memory Remains desta sexta-feira.
A banda foi formada em 1992, quando o vocalista/ guitarrista Gavin Rosadale conheceu o também guitarrista Nigel Pulsford e ambos resolveram montar uma banda, influenciados pela sonoridade que o Pixies fazia, embora um executivo de uma grande gravadora tenha dito, anos maks tarde, qua a sonoridade da banda mais se parecia com o lado comercial do INXS. A dupla recrutou o baixista Dave Parsons e o baterista Robin Goodbridge.
Com a formação definida, eles batizaram a banda com o nome Bush e a escolha se deu porque a banda resisdia em uma localidade de Londres conhecida por Sheperd’ Bush. No entanto, quando a banda se tornou conhecida mundialmente, eles eram conhecidos no Canadá pelo nome BushX, uma vez que existia uma banda chamada Bush, desde os anos 1970 e eles tinham o direito de uso do nome. Em 1997, ambas as partes chegaram a um acordo e os ingleses puderam usar seu nome original, mediante o pagamento de 20.000 dólares à Fundação Starlight e ao Canadian Music Therapy.
Em 1993, a banda assinou contrato com um empresário chamado Rob Kahane, que por sua vez, tinha um acordo de distribuição com a Disney’s Hollywood Records. No entanto, com a morte de um dos executivos do selo, os demais sócios não consideravam o Bush uma banda promissora e o lançamento acabou não acontecendo. Hoje, estes executivos devem sentir um remorso sem tamanho.
A banda seguiu trabalhando e em janeiro de 1994, eles se trancafiou no Westside Studios, em Londres. A produção é assinada por Clive Langer, Alan Winstanley e a própria banda. E se a distribuição pela Disney’s Hollywood Records não aconteceu, o Bush ao menos assinou com a Trauma Records.
“Sixteen Stone” é composto por doze canções, tem duração de 52 minutos e causou um sucesso muito grande. Muitos achavam se tratar de uma nova banda de Seattle. É o álbum .aos popular da banda e também o que produziu a maior quantidade de hits: “Machinehead“, “Comedown” e “Glycerine” são os maiores destaques, tendo seus respectivos videoclipes executados à exaustão na MTV e tocadas muitas vezes por dia nas rádios Rock. O álbum tem também outros bons momentos, como na faixa de abertura, “Everything Zen“, e também em outras faixas, como “Little Things” e grooveada “Monkey“. O álbum só chamou a atenção de todos, quando as músicas “Comedown” e “Glycerine” chegaram na América.
Quando perguntado porque o álbum se chama “Sixteen Stone“, o vocalista/ guitarrista Gavin Rosadale deu a seguinte declaração:
“Era uma vez houve um homem solitário … meu amigo, que ligou para um número de telefone que fazia publicidade de uma ‘beleza escandinava de 21 anos, nova na cidade’. Quando ela chegou, ela tinha quarenta anos e dezesseis pedras…”
No encarte do “Sixteen Stone“, há um coração e uma dedicação a Rupert e Julie, dois amigos de Gavin, que morreram em um acidente de barco ao longo do Tâmisa, na Inglaterra. O álbum rapidamente gerou comparações, principalmente, Pearl Jam e Nirvana, o que fez com que eles mudassem o direcionamento musical nos álbuns posteriores. Ainda que a sonoridade alcançada aqui esteja longe de ser uma novidade, o resultado aqui foi esplêndido, ainda mais pela carência afinal de contas, em abril Kurt Cobain havia cometido suicídio e o Pearl Jam estava em crise que quase pós fim na banda.
Em relação as comparações, Gavin Rosadale não concordou muito. Em entrevista à “Guitar World“, em 1997, ele disse que a influência do Grunge só era óbvia na música “Little Things“. Ele seguiu falando e nós deixaremos a transcrição de sua fala abaixo:
“Você tem uma progressão de acordes e um tipo de ritmo diferente no refrão, que é o mesmo efeito que você obtém com o Nirvana”, comentando ainda “se você ouvir ” Smells like Teen Spirit ” e depois ouvir [os Pixies ] ” Debaser “, é a mesma coisa”.
As críticas foram mistas, alguns críticos exaltaram as qualidades contidas em “Sixteen Stone“, enquanto alguns outros criticaram as fortes influências do Rock Alternativo praticado em Seattle. Nos charts mundo afora, o álbum alcançou o 2° lugar na Nova Zelândia, a 4ª posição na “Billboard 200”, e também no Canadá; ficou em 5° na Austrália, 14° na Bélgica, 20° nos Países Baixos, 35° na Finlândia, 42° no Reino Unido, 68° na Alemanha e 82° na Escócia. Foi certificado com Disco de Prata no Reino Unido, Duplo Platina na Austrália e Nova Zelândia e 6 vezes Platina nos Estados Unidos e no Canadá.
Em 2014, para celebrar os 20 anos de “Sixteen Stone”, a banda lançou o álbum com uma nova masterização. E neste ano, a banda lançou uma edição do especial, lem vinil, para celebrar os 30 anos do álbum. Gavin Rosadale foi questionado sobre a possibilidade de remixar o álbum para esta edição de aniversário, mas ele prontamente recusou. Aspas para ele:
“Eu tentei remixar … mas é realmente, tipo, você simplesmente não pode fazer isso. Você não pode mexer com as coisas. Essas mixagens, cada nível dessas músicas está arraigado no meu DNA, assim como provavelmente está no DNA de qualquer pessoa que as conheça. Soa muito estranho quando você mexe com isso.”
O Bush se manteve junto até o ano de 2002, quando se separou. Mas desde 2010 estão de volta à ativa, mas contando somente com Gavin Rosadale como membro original. A banda terá um encontro marcado com o público brasileiro, no dia 30 de março do ano que vem, quando será atração do Lollapalooza Brasil. Enquanto isso não acontece, vamos celebrar as três décadas deste álbum que envelhece muito bem, obrigado.
Sixteen Stone – Bush
Data de lançamento – 06/12/1994
Gravadora – Trauma
Faixas:
01 – Everything Zen
02 – Swin
03 – Bomb
04 – Little Things
05 – Comedown
06 – Body
07 – Machinehead
08 – Testosterone
09 – Monkey
10 – Glycerine
11 – Alien
12 – X-Girlfriend
Formação:
Gavin Rosadale – vocal/ guitarra
Nigel Pulsford – guitarra
Dave Parsons – baixo
Robin Goodbridge – bateria