Após estrear a nova fase com músicas cantadas em português no início de 2025 com ‘Sonho Americano’, a experiente banda goiana Overfuzz lança nesta sexta-feira ‘Telas’, o segundo single referente ao ainda inédito terceiro álbum. A canção dinâmica e acelerada traz reflexões sobre a relação das pessoas com telas de dispositivos eletrônicos.
Ouça ‘Telas’ aqui: https://rebrand.ly/Overfuzz_Telas
‘Telas’ é uma música provocativa, que pede ao ouvinte repensar sua relação diária com as as redes sociais – e com as telas em geral.
“Dão cada vez mais importância e passam a consumir ‘vidas perfeitas’, se comparando com elas e sentindo-se menores, infelizes e impotentes. As pessoas se esquecem que o que elas consomem nas redes sociais é apenas um recorte da vida, nunca a totalidade, e que cada um controla a narrativa que quer mostrar ali”, contextualiza Victor César (baterista e vocalista), segundo ele, uma visão de artista e também enquanto psicólogo.
A escolha desta música como um single é exatamente por conta da mensagem, exalta a Overfuzz, que este ano celebra 15 anos de atividades com o lançamento do terceiro álbum, totalmente cantado em português. “Mas também por ser uma música animada e cheia de energia!”, completa Victor.
As referências para criar ‘Telas’ foram diversas. A cadência do corpo da canção foi inspirada em “No One Knows”, do Queens Of The Stone Age, e “Blood”, do Priestess. Já para o refrão e as linhas melódicas como um todo, tem influência do pop punk e até um pouco de hardcore.
Como curiosidade, Victor revela que esta é a primeira música que gravou ‘gritando’. “Sempre cantei com a voz limpa, mas nesse disco me arrisquei a ‘sujar’. No final de ‘Telas’ tem um grito que eu imaginava o Brunnim fazendo, mas quando falei isso pros meninos, eles me incentivaram a eu mesmo tentar fazer. E deu certo. A música está animal!”.
O lançamento de ‘Telas’, assim como todas as músicas deste novo álbum, foi viabilizado por meio de um projeto contemplado pelo Edital de Fomento à Música 13/2023 do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás.
Overfuzz com letras em português: a mudança
A Overfuzz trocou o inglês pelo português nas composições do vindouro terceiro disco de estúdio e mostra que cantar rock na língua nativa é libertador e empolgante. Uma mudança positiva, sem dúvida, que manterá a banda goiana no alto escalão da cena independente autoral nacional.
O processo de criação foi também reinventado pela banda: este trabalho representou uma nova fase de maior pluralidade e colaboração interna, já que todos os três integrantes participaram ativamente das composições, cada um trazendo suas bagagens, formações e vivências para dentro de cada canção, além de também gravar vocais e instrumentos. Um formato que definitivamente elevou a sinergia e a sintonia da banda.
O próximo disco, cujo título será revelado em breve, traz a energia dos palcos ao estúdio e vai divertir os ouvintes – o humor ácido e maduro e a levada contagiante já aparecem no single ‘Sonho Americano’.
Para Victor César (baterista e vocalista), a nova fase cantando em português é a realização de uma vontade antiga. “Queria cantar na nossa língua e passar uma mensagem clara pro nosso público. Também queria que as pessoas conseguissem cantar junto as músicas nos shows”.
A virada de chave aconteceu em 2022, na pós-pandemia, quando a Overfuzz retornou aos palcos e estava prestes a compor para um novo disco. “Nós não éramos mais os mesmos, então não tinha como voltar a ser a mesma Overfuzz de antes”, destaca o baterista.
Para Brunno Veiga (guitarrista e vocalista), o contexto do mundo e a complexa engrenagem de manter uma banda por tanto tempo levou à mudança. “O grande desafio (e que também é a parte mais legal) está em achar sonoridades e melodias que soem bem com as novas propostas, mas sem perder a potência e a agressividade que sempre nos caracterizaram.”
Mario Nacife (baixista e vocalista), que entrou na Overfuzz em 2020, afirma que a transição é ponto chave na vida da Overfuzz. “É como abrir novos horizontes: um recomeço que acelera o coração e traz renovação para a banda”.
Overfuzz, 15 anos de banda e de estrada
A Overfuzz é um power trio que faz um rock com presença, atitude e energia em suas apresentações. Formado em 2010, o grupo goiano tem um público consolidado em todo o Brasil, que engloba fãs de diferentes estilos e gerações.
A banda tem dois EPs lançados, o primeiro em 2012 e o segundo em 2014, e um compacto em vinil 7″: “Split it Up!”, de 2015. O primeiro álbum completo é “Bastard Sons Of Rock ‘n’ Roll”, 2015, seguido de um ao vivo, “Drunk Sessions”, de 2018. O segundo álbum de estúdio é “Signs Of Reality”, de 2019.
Todos foram gravados por Gustavo Vazquez, no Rocklab Produções Fonográficas, em suas diversas localizações ao longo desses anos, exceto o disco ao vivo, gravado no estúdio Family Mob, em São Paulo, durante um show da turnê de agosto de 2017, mas com mixagem, masterização e pós-produção feitos no Rocklab.
O álbum “Bastard Sons Of Rock ‘n’ Roll” ficou com a 15ª colocação na lista dos 50 melhores lançamentos de 2015 pelo site “Tenho Mais Discos Que Amigos” e ainda teve sua faixa título emplacada na coletânea “Stone Deaf Forever”, produzida e lançada pela revista inglesa “Classic Rock Magazine”.
Em 2 anos fazendo as turnês dos discos, a banda teve 86 shows, passando por 34 cidades em 10 estados diferentes. No currículo constam apresentações em festivais como Bananada, DoSol, Canto da Primavera, Vaca Amarela, Goiânia Noise, Goma, entre outros, além de tocar em eventos lado a lado com nomes como Kadavar, Mondo Generator, Vintage Caravan e Mudhoney.
O trio também participou do “Rubber Tracks”, projeto da marca Converse – All Star – voltado para artistas e produtores do mundo inteiro.
O segundo álbum, “Signs Of Reality”, traz uma sonoridade mais ousada, que explora conceitos de liberdade em várias visões e colocações diferentes, com timbres, ritmos e texturas versáteis. O lançamento, em 2019, foi feito pelo selo Abraxas Records.
Mesmo com a extensa experiência em gravação e produção, são declaradamente uma banda de palcos, e só quem já presenciou uma de suas festas regadas a cerveja e suor (dentro ou fora da rodinha!) sabe a energia dessas ocasiões.
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