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Fenômeno mundial: Babymetal brilha ao lado de Seven Hours After Violet

Fenômeno mundial: Babymetal brilha ao lado de Seven Hours After Violet

23 de outubro de 2024


Crédito das fotos: Carlos Pupo/Headbangers News

Nem todas as segundas-feiras são iguais na cidade de São Paulo. Nesta, por exemplo, 21 de outubro, a Terra da Garoa se mostrava mais uma vez caótica — um cenário típico dessa metrópole. Além da rotina que envolve a vida do trabalhador, algo incrível estava prestes a acontecer na região da Barra Funda, na zona oeste da capital: Suzuka Nakamoto (Su-metal), Moa Kikuchi (Moametal) e Momoko Okazaki (Momometal) traziam o fenômeno Babymetal ao palco da Audio Club.

As estrelas do “Kawaii Metal”, febre entre jovens e veteranos do rock — e, claro, entre os otakus (por que não?) —, estenderam sua agenda além do Knotfest para presentear o público com um show mais íntimo, mais próximo de sua essência. Mas elas não estavam sozinhas: antes das japonesas, subiu ao palco a “Seven Hours After Violet”, o novo projeto de Shavo Odadjian, baixista do System of a Down, que apresentou ao público as faixas de seu álbum de estreia, homônimo à banda.

Crédito: Carlos Pupo/Headbangers News

AQUECIMENTO: FILA QUILOMÉTRICA E MUITA FOFURA DO LADO DE FORA

Nem bem amanheceu o dia, por volta das 7h da manhã, a fila já começava a se formar com dezenas de fãs ansiosos pela abertura dos portões, todos em busca do melhor lugar, de preferência na grade, para não perder nenhum detalhe do show. Para colorir o ambiente e deixar a festa ainda mais charmosa, os fãs capricharam nos looks, com adereços como bandanas, tiaras, pulseiras de luzes neon, gorros de orelhas, máscaras de raposa, faixas do Naruto, cartazes e, é claro, camisetas da Babymetal, além de uma infinidade de outros itens. Valia tudo!

Com os portões abertos por volta das 18h, o clima interno era extremamente acolhedor. O espaço se preenchia com fãs solitários, grupos de amigos e pais com seus filhos, todos lançando olhares ansiosos, prontos para explodir em euforia a qualquer movimento no palco ainda escuro. A atmosfera era embalada pela trilha sonora do sistema de som da casa, que tocava artistas como Lil Wayne, Beyoncé, Sheck Wes, Switchfoot e 50 Cent.

SEVEN HOURS AFTER VIOLET, PRAZER!

Às 19h47, com a casa quase cheia, a banda Seven Hours After Violet subiu ao palco em formato de quinteto. A receptividade do público superou as expectativas, especialmente para uma banda ainda pouco conhecida por muitos dos presentes.

Enquanto o público se acomodava, a atmosfera estava carregada de expectativa. Com a equalização de áudio ainda em fase de ajuste, a banda tomou o palco: Taylor Barber (Left To Suffer) no vocal, acompanhado por Alejandro Aranda (Scarypoolparty) na guitarra e backing vocal, Morgoth (Winds of Plague) na guitarra, Josh Johnson (Winds of Plague) na bateria e Shavo Odadjian (System of a Down) no baixo. Eles abriram a apresentação com “Paradise”, faixa que também dá início ao disco, e seguiram com “Cry”, onde alternavam entre vocais melódicos e guturais, utilizando efeitos de voz ao estilo “pig scream” e conquistando o público, que reagiu com palmas entusiasmadas.

A terceira música, “Float”, foi marcada por um áudio já mais adequado, fazendo tremer toda a estrutura da casa. Depois veio “Radiance”, que rendeu um belo coro de vozes a Shavo, que agradeceu em português: “vocês são foda!”

Ainda tivemos tempo para apreciar a bela e cadenciada “Gloom”, seguida de “Abandon”, que trouxe inserções de drum’n’bass, uma referência ao auge do nu metal nos anos 2000, e a brutal “Alive”. O ponto alto da noite ficou por conta da emocionante “Sunrise”, que provocou uma roda de mosh e interação intensa da plateia.

Ao contrário dos relatos não tão elogiosos sobre o show da banda no Knotfest, Shavo e sua trupe entregaram uma apresentação bastante interessante, repleta de camadas e com a postura de uma banda que promete amadurecer com brilho próprio. Cabe a nós, fãs de System of a Down, torcer para que este projeto tenha vida longa.

Crédito: Carlos Pupo/Headbangers News

DE CARA COM O FENÔMENO BABYMETAL

A Audio Club estava com a temperatura agradável, como sempre, e completamente lotada. Todos se espremiam para garantir um espaço entre as centenas de cabeças, em busca da melhor vista e do melhor ângulo para ver as grandes estrelas da noite. O que importava era o lugar perfeito para aproveitar o espetáculo.

Pontualmente, às 21h, após a introdução da turnê, o Babymetal subiu ao palco acompanhado por sua excelente banda de apoio, levando o público ao seu estágio mais alto de euforia.

Como de costume, o show começou com a faixa “Babymetal Death”, que apresentou as integrantes e a estética, uma fusão única entre os elementos do J-Pop e o visual do heavy metal. Logo em seguida, foi a vez de “PA PA YA!!”, que na versão original conta com a participação especial do rapper tailandês F. Hero. E, claro, quando “PA PA YA!!” toca, é hora de rodar os lenços, pular, dançar, sacudir e se entregar à festa. E assim se fez o momento!

Sem perder o ritmo intenso, as meninas mandaram a “Distortion”, e logo nos primeiros acordes dos riffs poderosos, a canção — que conta com a participação de Alissa White-Gluz (Arch Enemy) no álbum — levantou um coro afiado da plateia. O mesmo aconteceu nas faixas seguintes, “BxMxC” e “Metali”, que trouxe o genial Tom Morello (Rage Against The Machine / Audioslave) ao telão, já que ele também participou da gravação de estúdio.

Crédito: Carlos Pupo/Headbangers News

Em “Megitsune”, que faz referência à “Fox God”, a música apresenta um conto de empoderamento muito interessante. Durante a apresentação, as crianças que estavam mais ao fundo ativaram o modo “karaokê”, repetindo aos gritos “sore sore sore”. Foi um momento mágico!

O setlist apresentado na Audio teve uma música a mais em comparação ao show do dia anterior no Knotfest: a baladinha “Monochrome”, que contou com a participação da plateia, que acendeu as luzes dos celulares em uma bela paisagem.

Ao se aproximar da reta final do show, todos esperavam poder cantar os grandes hits (e quem não gostaria?). Então, fomos agraciados com uma sequência sensacional que incluiu “RATATATA”, que originalmente conta com a participação do Electric Callboy, além de “Gimme Chocolate!!”, que fechou a primeira parte do show antes do tão esperado bis.

Pausa para respirar — tanto a banda quanto o público se prepararam para a volta triunfante com mais duas pedradas: “KARATE” e “Road of Resistance”, canção que, na versão original, conta com a participação de Sam Totman e Herman Li, ambos da banda Dragonforce.

Crédito: Carlos Pupo/Headbangers News

Em “Road of Resistance”, especialmente, tivemos o grande momento da noite: uma incrível roda de mosh, onde, de forma muito pacífica, todos se entregaram de corpo, alma, voz e coração. Aqueles que não entraram na roda, por qualquer motivo, pulavam e faziam o símbolo das “raposinhas” com as mãos — especialmente as crianças!

Assim, encerramos a apresentação do Babymetal, que durou pouco mais de uma hora. Sem dúvida, foi uma das experiências mais impactantes e espetaculares que pudemos vivenciar ao longo deste ano. Demorou para acontecer, mas, quando aconteceu, superou todas as expectativas. Foi real, puro amor e alegria!

Galeria do show