Crédito das fotos: Tamires Lopes/Headbangers News
O mês de novembro tem sido movimentado para o mercado de shows. Com eventos acontecendo do dia sete ao dia dezessete sem nenhuma pausa, a última quinta-feira (14) contou com o retorno do Enslaved ao país, importante banda do cenário norueguês. Com uma potente mistura de seu black metal com temperos de progressivo, um retorno da banda era questionado pelos fãs dado ao baixo público de sua última vinda ao país, em 2019.
Com produção no Brasil da Agência Powerline, Aldeia Produções Artísticas e assessoria da Tedesco Mídia, o retorno do grupo foi marcado por um setlist curto. Com um bom número para o Fabrique Club, os fãs assistiram um show recheado de peso em uma performance memorável.
Ivar Bjørnson (guitarra), Grutle Kjellson (vocal e baixo), Arve Isdal (guitarra), Håkon Vinje (teclado), Iver Sandøy (bateria) subiram no palco para uma plateia tímida, abrindo o show com “Kingdom”. Ao final da canção, Grutle comentou que o público não precisava ser tão educado. “É um show de rock, não um brunch durante o golfe”, disse o vocalista.
As influências do progressivo em “Kingdom” e “Homebound”, que veio na sequência, estavam muito presentes. Na segunda, Iver assumiu os vocais limpos, fazendo um excelente trabalho. O baterista foi um dos grandes destaques do show, sempre ajudando em belíssimos backing vocals.
Com a plateia mais animada depois de “Forest Dweller”, “Congelia” surpreendeu a todos. Durante a faixa, que ainda não tinha sido apresentada nos shows desta turnê latinoamericana, o teclado marcante de Håkon se destacou em meio ao black metal do grupo noruêgues. Seus experimentos musicais acontecem sem perder suas raízes, o que dá destaque ao grupo no cenário.
Em “Havenless”, melhor música do show, Grutle assumiu uma espécie de sintetizador ao seu lado, deixando o baixo de fora. Cadenciada, a música trouxe um clima diferente para o show, com corais no meio enquanto os músicos cantavam de braços abertos. Um espetáculo à parte que elevou o nível da apresentação.
“Fenris” foi outra grata surpresa para os fãs. Música do disco “Frost”, de 1994, a faixa também não havia sido apresentada durante a turnê latinoamericana atual. Não apenas nessa faixa, Arve Isdal, guitarrista conhecido como Ice Dale, abrilhantou a apresentação do grupo com sua maneira animada de tocar. Sem camisa desde o início do show, era um performer nato, sempre solando cheio de estilo e técnica.
Dando uma aula de simpatia, Iver apareceu sozinho no palco. Convidando o público a fazer barulho enquanto voltava para seu kit, o baterista fez um solo muito divertido de se assistir. Ele traz uma energia diferente para a banda com seus vocais limpos e simpatia invejável, sendo um dos destaques da banda.
Na sequência, “Isa” e “Allfǫðr Oðinn” foram as escolhidas para encerrar a apresentação, ambas com uma ambientação mais sombria e pesada. A banda se despediu do público agradecendo e parecendo satisfeitos com a apresentação. Os músicos ainda ficaram na beira do palco, atendendo os fãs com autógrafos, cumprimentos e fotos com os que ali estavam.
Alguns relatos de fãs sobre o som não estar tão audível em certos pontos da casa também aconteceram. No entanto, isso não tirou a beleza da performance de um grupo dedicado a entregar o melhor em cima do palco. Em sua terceira vinda ao Brasil, os noruegueses entregaram, talvez, sua melhor performance já vista no país, deixando o público ir embora para casa com um sincero sorriso no rosto.
SETLIST – ENSLAVED
1 – Kingdom
2 – Homebound
3 – Forest Dweller
4 – Congelia
5 – The Dead Stare
6 – Havenless
7 – Fenris
8 – Isa
9 – Allfǫðr Oðinn