Crédito das fotos: Natália Eidt/Headbangers News
No último sábado, dia 22, o Carioca Club, localizado no bairro de Pinheiros em São Paulo, foi palco de um evento especial: o show da banda sueca de metal progressivo Evergrey. O evento faz parte da turnê intitulada ‘A Live Time of Metal Latin America Tour 2024’, que, além deste show, também passou por Brasília no dia 20 e por Limeira, no interior de São Paulo, no dia 23.
No final da tarde, por volta das 18h, já era notável a movimentação dos fãs da banda, que se dispersavam pelos bares, barracas de lanches e pelos tradicionais varais de camisetas, que sempre marcam presença nas portas dos locais de shows de rock. O clima era bastante agradável, com os termômetros marcando cerca de 22°C, o que, para o inverno, era um tanto surpreendente, considerando o cenário climático global.
Apesar de a casa não estar completamente lotada, a atmosfera era acolhedora e o público se posicionava de maneira elegante, vestindo suas camisetas do novo álbum adquiridas no merchandising oficial da banda, além de peças de outras bandas como Haken, Tesseract, Opeth, Alcest e Katatonia. Era evidente que todos ali eram fãs fervorosos do metal progressivo moderno.
Às 19h em ponto, após uma contagem regressiva, Tom Englund (vocalista/guitarrista), Henrik Danhage (guitarrista), Johan Niemann (baixista), Rikard Zander (tecladista) e Simen Sandnes (baterista), anunciado como substituto de Jonas Ekdahl, que deixou a banda alegando ‘falta de estímulo para tocar ao vivo’, sobem ao palco escuro para iniciar o show de forma apoteótica com a belíssima ‘Falling From The Sun’, seguida por ‘Say’, ambas faixas do novíssimo álbum ‘Theories Of Emptiness’, lançado no início deste mês. Todos ali, eu incluso, estavam ansiosos para ver as novas músicas ao vivo, e a expectativa, que era bastante alta, foi prontamente correspondida.
Representando o excelente álbum ‘A Heartless Portrait (The Orphéan Testament)’ de 2022, a banda cativou o público entoando de forma lírica e ‘ensaiada’ – ôôôô ôôôô – dando um toque brasileiro à ‘Midwinter Calls’. O sorriso de gratidão estampado no rosto de Tom Englund indicava que ele certamente gostou dessa participação especial.
Com performances arrebatadoras, destacaram-se as poderosas ‘Distance’, com seus riffs maravilhosamente repetitivos e charmosos, e ‘Weightless’, que encantou até a funcionária do caixa rápido da casa, que comentou: “Que música bonita, gente. Me arrepiou!”
A faixa ‘Where August Mourns’, do álbum ‘Escape of The Phoenix’ de 2021, soa muito mais interessante ao vivo, pelo menos para mim, que vi a banda pela primeira vez. A camada dos teclados se destacando nos intervalos das guitarras cria uma atmosfera muito elegante e climática, sabe?
Uma das músicas mais impactantes do setlist, ‘Silent Arc’, representa um dos pontos altos do show. Carregada de emoção e com um refrão poderoso, trouxe a banda em total sintonia com seu público, transmitindo sentimentos e energia. É o tipo de música que se ouve com o coração. Simplesmente incrível!
À medida que nos aproximávamos da reta final da apresentação, foi a vez de apreciar os arranjos harmônicos – com os teclados quase em primeiro plano – de ‘Call out the Dark’ e ‘Eternal Nocturnal’, esta última brutal como só ela sabe ser.
A clássica ‘Touch of Blessing’, que ecoa litúrgica desde o seu nascimento há duas décadas, fez os fãs cantarem juntos, com as mãos erguidas. Enquanto isso, a potente ‘King of Errors’ trouxe um destaque especial para Simen Sandnes, o baterista norueguês que estava “quebrando tudo” lá atrás, tocando de pé, “dançando com a cabeça” e interagindo com o público presente. Sim, o rapaz é um fenômeno! Muito talentoso, sem dúvida alguma.
Após uma breve pausa – ou o ‘bis inesperado’ -, a banda emerge da escuridão com ‘A Theory of Emptiness’, uma canção ‘incidental’ que encerra o recém-lançado ‘Theories of Emptiness’. Em seguida, emendam com ‘Misfortune’ e, finalmente, a sofisticada, maravilhosa e todos os adjetivos cabíveis, ‘Save Us’.
Ainda houve tempo para Mr. Tom Englund capturar a alegria dos fãs com seu celular e, em seguida, estender não apenas uma, mas três bandeiras idênticas: metade da bandeira da Suécia, metade do Brasil, além do nome Evergrey.
Fomos privilegiados por ser um dos primeiros países do mundo a ouvir as músicas do novo disco ao vivo – foram quatro faixas das quatorze que compuseram o setlist. Sem dúvida, foi uma noite memorável, senhoras e senhores!
Obrigado, Evergrey. Até a próxima!