Carlos Pupo/Headbangers News
A Banda Surra termina o show com enorme pato inflável
Conhecida por receber grandes shows de Rock e Metal, o Carioca Club recebeu neste domingo, dia 10 de Novembro, o segundo dia do festival Kool Metal Fest – O primeiro dia do evento aconteceu há duas semanas, em 27 de Outubro, com Violator como headliner. Em uma tarde quente e chuvosa, o Carioca Club abriu as portas ás 15h, e de cara já vimos bancas com merch das bandas que se apresentaram. Observando os materiais bem elaborados do merch, não imaginávamos o que estaria por vir – quando o line-up foi anunciado, já dava para imaginar que seria um show de bandas com letras bem críticas e que expõe tudo o que pensam sem medo.
Em tempos como este em que estamos vivendo, com representantes políticos pífios e um cenário intolerante, achamos importante sempre ressaltar festivais com ideologias de democracia e protesto. Kool Metal Fest foi um show completo, ótimas bandas nacionais veteranas e novatas no cenário do Metal, um público participante que se entregou do primeiro ao último show, som pesado, mosh pit e claro, aquele hino presente na maioria dos shows que demonstra a insatisfação com o governo atual: “Ei Bolsonaro, vai tomar no C…!!!”.
Ficar quase 8 horas curtindo um evento de Metal é cansativo, mas também é gratificante. Confira como foi a apresentação das bandas em poucas palavras e tente vivenciar o Kool Metal Fest pela lentes do nosso fotógrafo Carlos Pupo.
Carlos Pupo/Headbangers News
Para fechar a noite, Brujeria sobe ao palco junto com fãs que agitaram da primeira á última música
A cena de metal extremo tem ganhado cada vez mais força graças a bandas feministas responsáveis por arejar a cena com performances e trabalhos cheios de intensidade, fúria e inspiração, e a Eskröta abriu o Kool Metal Fest mostrando tudo isso e muito mais. Com seu som pesado e letras feministas, a banda realizou um show tão maravilhoso que parecia até show de encerramento. Com muitas garotas agitando o mosh, ao final da apresentação, a banda convidou todas para subirem ao palco e cantar o que parecia um hino, uma música com menos de 1 minuto de duração chamada ” Mulheres”, que diz ”’Ninguém me representa. Não sou obrigada. Machista não passa”’.
Alguns minutos depois, o Cemitério traz seu Death Metal inspirado em filmes de terror em uma apresentação mais leve, mas que fez o público cantar todas as letras. A banda Surra apresentou seu Thrashpunk inusitado e super agitado, um power trio capaz de realizar um show arrebatador com letras cheia de protesto 100% antifascista. Faltando pouco para o fim da apresentação, a banda joga um pato inflável gigante para flutuar no mar de gente… Todos sabem o motivo, né?
O power trio que vem ganhando notoriedade mundial não poderia ficar de fora deste evento. Nervosa entra em cena com suas letras políticas e toda agressividade do Death/Trash Metal. Em meio a tantos shows que presenciamos da banda, neste foi possível notar toda emoção e satisfação das meninas em se apresentar para um público participativo, respeitoso e que apoia toda essa cena atual do metal nacional. Para conhecer mais sobre a banda Nervosa e a ideologia por trás das letras, confira nossa entrevista exclusiva com a banda. Seguindo o line-up, os veteranos do Krisiun apresentaram músicas do novo álbum e os clássicos. Mesmo com alguns problemas técnicos, o show seguiu o que estava acontecendo no festival: Apresentaçōes destruidoras e aquela breve pausa para agradecer o público e criticar o atual presidente. Com tantos anos de estrada, os irmãos do Krisiun mostraram o amor á música e a importância de apoiar o metal nacional como forma de combater certas atitudes de repressão.
A catarse acontece com a entrada do Brujeria. Com atraso de quase 40 minutos a banda começa o show e faz o público cantar, rir, chorar, voar para o palco e… Vimos um sangrando, deve ter se machucado no mosh. Apresentação cômica, muitas garotas no palco agitando e se jogando no público, comparação dos governos do Brasil e EUA e muitos clássicos resumem bem o que foi essa passagem do Brujeria pelo país. Fechando o show com uma versão da música ”La Macarena” com todo mundo dançando, o festival chega ao fim cumprindo o que todos esperávamos e ansiosos para a prócima edição.
Esse festival foi tudo o que a oposição quer destruir, mas seguimos protestando e lutando por igualdade e direitos da melhor forma possível: Música e união.
O Brujeria, representante máximo do death/grind mundial, além de uma das bandas mais polêmicas da música pesada, está de volta a São Paulo, desta vez como atração principal do tradicional festival da capital paulista, o Kool Metal Festival. Será dia 10 de novembro, no Carioca Club.
Carioca Club
Data: 10/11/19
Horário: 15h
Rua Cardeal Arcoverde, 2899 - Pinheiros