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Leprous em São Paulo: uma noite de emoção e técnica irretocável

Leprous em São Paulo: uma noite de emoção e técnica irretocável

14 de março de 2025


Crédito das fotos: Tamires Lopes/Headbangers News

O Leprous encerrou sua passagem pelo Brasil com um show memorável na VIP Station, em São Paulo, na última quinta-feira, 13 de março. Com produção da Estética Torta e Talent Nation, essa foi a terceira e última apresentação da turnê no país, após passagens por Belo Horizonte e Curitiba. Como fã, é emocionante escrever sobre essa experiência, que foi não somente um espetáculo musical, mas também um reencontro com amigos e memórias.

A banda norueguesa, um dos grandes nomes do prog moderno, trouxe para o palco uma apresentação impecável, carregada de emoção e técnica. Este show marcou a primeira vinda ao Brasil com Harrison White no teclado — ele se juntou à banda em maio de 2024 para as performances ao vivo, permitindo que Einar Solberg tivesse mais liberdade no palco. Ainda assim, Einar não abriu totalmente mão do teclado, dividindo alguns momentos com Harrison. Além disso, Harrison interagiu com o restante da banda, protagonizando momentos divertidos ao apoiar Baard Kolstad na percussão. Foi bonito ver essa interação fluida e como a banda parece cada vez mais entrosada ao vivo.

O show seguiu a turnê do mais recente álbum, Melodies of Atonement, mas o setlist foi generoso, incluindo faixas de diferentes fases da carreira da banda. Era um deleite para qualquer fã ver músicas icônicas sendo revisitadas com uma energia única, misturando o peso e a melodia que fazem do Leprous uma banda tão singular. Desde os primeiros acordes, a atmosfera na casa de shows foi de pura entrega. O público, que lotou o espaço mais do que o esperado, estava ávido por cada nota e retribuiu a energia da banda com intensidade.

Em um momento curioso e interativo, Einar perguntou quantos fãs estavam acompanhando a turnê e há quanto tempo conheciam a banda. Gritos do público afirmando conhecer o Leprous desde o primeiro álbum arrancaram risadas e um pouco de descrença do vocalista, que, ao mesmo tempo, ficou visivelmente feliz ao perceber que a base de fãs no Brasil é fiel e engajada. Também houve espaço para os novos admiradores, cheios de energia e animação. Esse carinho entre banda e público foi um dos aspectos mais marcantes da noite. Não era somente um show; era um encontro entre amigos que compartilham uma paixão profunda pela música.

Uma das grandes interações da noite foi quando o público pôde escolher entre Passing e Forced Entry para a setlist, com Passing vencendo por maioria. Passing é uma das faixas que encapsulam bem o espírito do Leprous: emotiva, técnica e arrebatadora. O público brasileiro, sempre apaixonado e enérgico, fez questão de demonstrar sua empolgação com os tradicionais cânticos “Olê, olê, olê, olá, Leprous, Leprous”, tirando sorrisos sinceros dos músicos. Não importa o tamanho da plateia, a energia da audiência brasileira faz toda a diferença.

Outro momento inesquecível foi a participação dos fãs no coro de Faceless, que tornou a música ainda mais intensa e especial. A união entre banda e público criou um dos pontos altos da noite, com vozes se entrelaçando em um momento quase ritualístico. Para completar a noite de surpresas, a banda recebeu uma capivara de pelúcia, gerando uma nova onda de gritos no público, desta vez alternando entre “Leprous” e “Capybara”. Quem estava lá sabe: foi impagável.

O set principal foi fechado com uma performance arrebatadora de Slave, uma das músicas mais marcantes do repertório. Já no encore, a banda entregou um final poderoso com Atonement e a segunda parte de The Sky Is Red, deixando a sensação de que aquela noite entraria para a memória de todos os presentes. O bis foi um presente, uma última dose da intensidade que define o Leprous ao vivo.

E, como se não bastasse, após o show a banda ainda ficou um tempo na porta da casa de shows, tirando fotos, conversando e distribuindo autógrafos. A simpatia e o carinho do Leprous com os fãs reforçam o que já sabemos: além de músicos talentosos, são artistas que valorizam seu público. Essa proximidade com os fãs é algo raro e precioso, e faz com que cada show da banda tenha um sabor especial.

Sair da VIP Station naquela noite foi como acordar de um sonho intenso e maravilhoso. Leprous entregou um espetáculo que ficará para sempre na lembrança de quem esteve lá, reafirmando sua força no prog e seu vínculo especial com os fãs brasileiros. A sensação de pertencimento, a comunhão entre banda e público e a energia daquele palco são coisas que levaremos conosco por muito tempo. Até a próxima, Leprous!

Setlist

Silently Walking Alone

The Price

Illuminate

I Hear the Sirens

Like a Sunken Ship

Passing (audience vote between Passing and Forced Entry)

Distant Bells

Nighttime Disguise

Unfree My Soul

Below

Faceless (with fan choir)

Castaway Angels

From the Flame

Slave

Encore

Atonement

The Sky is Red (2nd part only)

Galeria do show