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Pentagram em São Paulo: Mais que um show…uma aula de Doom Metal

Pentagram em São Paulo: Mais que um show…uma aula de Doom Metal

31 de março de 2025


Crédito das fotos: Natalia Eidt/Headbangers News

Formado no início da década de setenta, o Pentagram lançou seu auto-intitulado álbum de estreia apenas em 1985. Liderados pelo carismático frontman Bobby Liebling – único membro presente em todas as formações – a banda é uma das precursoras do ‘doom metal’, possuindo obras que são verdadeiros pilares para o estilo e influenciando toda a geração de músicos que veio na sequencia.

Com uma carreira marcada por alguns percalços – retratadas no documentário ‘Last Days Here’ de 2011 – lançaram recentemente seu mais novo full-length ‘Lightning in a Bottle’.

Após pouco mais de dois anos da sua última – e única – passagem pelo Brasil, o Pentagram retorna para mais duas apresentações: dia 29 de março em Curitiba e um dia após em São Paulo no Fabrique Club.

A banda escalada para a abertura do evento foi o Pesta. Iniciando suas atividades em Belo Horizonte no ano de 2014 como um tributo a bandas como Black Sabbath, Trouble e Pentagram; possuem dois álbuns lançados – ‘Bring Out Your Dead’ (2016) e ‘Faith Bathed in Blood’ (2019).

Após uma introdução, “Anthropophagic” dá início a apresentação sendo recepcionados de forma calorosa por uma platéia que já se fazia presente em ótimo número. Seu doom metal clássico possui nuances do hard rock setentista dando um maior brilho às suas canções, prendendo a atenção do público mesmo nas longas passagens instrumentais.

Executando canções de seus dois lançamentos, os maiores destaques são “Witches’ Sabbath” e “Words Of A Madman”, ambas com instrumental calcado nas ‘Escrituras Sabáticas’ com poderio para tremer o ambiente. Parecendo ter surgido de alguma máquina do tempo vinda da década de setenta, o vocalista Thiago Cruz possui um carisma que conquistou todos os presentes com sua performance que lembra alguma espécie de xamã.

Foi uma apresentação curta – cerca de 35 minutos – mas deixando uma ótima impressão em quem assistiu.

Formação:

Thiago Cruz – vocal

Marcos Resende – guitarra

Flávio Freitas – bateria

Anderson Vaca – baixo

Setlist do Pesta:

Anthropophagic
Hand of God
Witches’ Sabbath
Black Death
Words of a Madman

Após a arrebatadora apresentação do Pesta, chegou a hora de conferir o Weedevil. Formado em São Paulo no ano de 2019, já possuem uma carreira sólida com dois EP´s – ‘Weedevil’ (2020) e ‘The Death Is Coming’ (2021) – e dois álbuns, ‘The Return’ (2022) e ‘The Profane Smoke Ritual’ (2024).

“Serpent´s Gaze”, canção de seu mais recente lançamento, abre a apresentação seguida por “Chronic Abyss Of Bane”, chamando a atenção a ótima performance dos músicos, especialmente da vocalista Poison, dona de um vocal que se encaixa perfeitamente na proposta da banda: um stoner / doom metal com influências psicodélicas que acerta em cheio no gosto do público.

Optando por executar todas as canções de ‘The Profane Smoke Ritual’, reservaram espaço para duas ‘mais antigas’: “Underwater” e o encerramento com “Hi I’m Lucifer!”.

Essa apresentação deixa uma certeza: o Weedevil caminha a passos largos para se tornar uma das bandas mais relevantes não só do cenário ‘doom metal’, mas de todo heavy metal brasileiro.

Formação:

Poison – vocal

Henrique Bittencourt – guitarra

Paulo Ueno – guitarra

Flávio Cavichiolli – bateria

Rafael Gama – baixo

Setlist do Weedevil:

Serpent´s Gaze
Chronic Abyss Of Bane
Underwater
Veil Of Enchanted Shadows
Profane Smoke Ritual
Necrotic Elegy
Serenade Of Baphomet
Hi I’m Lucifer!

Quando o Pentagram adentrou o palco um frenesi tomou conta da plateía. Bobby Liebling, ultimo a adentrar, proferiu um ‘good evening São Paulo’ iniciando o show com “Live Again”, faixa de seu mais recente álbum, soando como uma auto reflexão e passando um recado.

“Starlady” mantém os animos nas alturas mas é “The Ghoul”, faixa do clássico auto-intitulado álbum de estréia, que levanta o público ouvindo-se os primeiros gritos de ‘Pentagram’ ao seu final.

Priorizando tocar canções do seu mais recente lançamento como “I Spoke to Death” e “Might Just Wanna Be Your Fool”, são os momentos mais ‘antigos’ que causam maior comoção: “When the Screams Come”, “Review Your Choices” e “Sign of the Wolf (Pentagram)” são a própria definição do que se chama ‘doom metal’.

Com 71 anos, Bobby Liebling possui carisma de sobra, esbanjando simpatia ao se comunicar com a platéia e fazendo a ‘pose do meme’ a todo instante – é interessante notar que tal meme foi responsável por aumentar os ouvintes da banda no streaming, algo que não existia nem em sonho quando foram lançados seus álbuns mais clássicos.

“Thundercrest” e “Walk the Sociopath” encerram a apresentação, mas é no encore que o nível de adrenalina atinge o máximo com a sua canção mais conhecida, “Forever My Queen”. “20 Buck Spin”, que fecha seu auto-intitulado álbum de estréia, aqui também finaliza a apresentação de forma gloriosa.

Apesar do show durar cerca de uma hora – provavelmente pela idade avançada de Bobby Liebling – nada substitui a emoção de estar diante de uma verdadeira lenda do heavy metal e, se faltaram alguns clássicos, o material mais recente não fica devendo em nada, fato comprovado pela excelente resposta do público em praticamente toda a apresentação. .

Formação:

Bobby Liebling – vocal

Tony Reed – guitarra

Scooter Haslip – baixo

Henry Vasquez – bateria

Setlist do Pentagram:

Live Again
Starlady
The Ghoul
I Spoke To Death
When the Screams Come
Sign Of The Wolf (Pentagram)
Might Just Wanna Be Your Fool
Solve the Puzzle
Review Your Choices
Thundercrest
Walk the Sociopath

Encore

Forever My Queen
20 Buck Spin

Galeria do show