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Entre hits e emoção: o impacto sonoro e visual do Twenty One Pilots em São Paulo

Entre hits e emoção: o impacto sonoro e visual do Twenty One Pilots em São Paulo

28 de janeiro de 2025


Crédito das fotos: 30e/Flashbang

São Paulo, a cidade símbolo cultural do mundo, completou 471 anos no último sábado (25), e um dos presentes para a cidade veio no domingo (26) com mais uma grande atração musical internacional. O Allianz Parque, estádio do Palmeiras, na Barra Funda, recebeu a turnê “The Clancy World Tour” da banda Twenty One Pilots.

Poucas horas antes do evento começar, por volta das 15h, uma chuva intensa causou alagamentos em diversos pontos da cidade. Contudo, esse fenômeno natural, que poderia ter comprometido a rotina do evento, não foi capaz de abalar a motivação dos fãs, que compareceram em grande número para viver uma noite especial. O público teve a chance de curtir não apenas o show da dupla americana, formada por Tyler Joseph e Josh Dun, mas também a apresentação da banda neozelandesa Balu Brigada.

Balu Brigada brilha no palco e conquista corações com sua estreia no Brasil.

Antes da atração principal subir ao palco, o público teve a oportunidade de conferir a apresentação da Balu Brigada, uma dupla de alt-pop da Nova Zelândia. Muito bem recebidos, os irmãos Henry e Pierre Beasley, esbanjando simpatia, abriram o show com o astral lá em cima, deixando claro o domínio que têm sobre o palco.

Acompanhados de uma banda de apoio, com baterista e tecladista, os músicos se apresentaram com estilo, usando camisas de futebol americano do Palmeiras (Henry) e da Seleção Brasileira, além de uma faixa no cabelo, também do Palmeiras (Pierre). Um detalhe curioso foi que Pierre foi comparado a Bruno Mars por um espectador, o que gerou risos dos que ali estavam.

O show de estreia da banda no Brasil foi breve, como é comum nas apresentações de abertura, mas a interação com o público foi gigante. Pierre fez questão de ler, em português, uma anotação que trouxe no bolso: “obrigado por virem na chuva”. A resposta do público foi à altura, com aplausos, gritos de apoio e luzes acesas pelos celulares, iluminando toda a arquibancada em seus dois níveis.

Foi um aquecimento perfeito para a noite, que logo receberia as estrelas principais da vez.

Setlist – Balu Brigada:
1. Moon Man
2. Number One
3. 2good
4. Designer
5. The Question
6. Find a Way
7. So Cold

Entre Ritmos e Papel Vermelho: A Magia ao Vivo do Twenty One Pilots.

Enquanto o palco era preparado para receber a grande atração da noite – que, sem dúvida, se tornará um dos shows do ano – o público já dava um verdadeiro show à parte. O estádio, quase lotado, foi preenchido com efeitos especiais vindos do público: “Olas” ritmadas, seguidas de aplausos e coro com o nome da banda ecoando em cada canto. Valia de tudo para liberar a ansiedade que se acumulava no coração.

E foi nesse clima de muita expectativa que, às 20h45 – 15 minutos após o horário previsto (20h30) – as luzes se apagaram, e os fenômenos do indie pop mundial subiram ao palco. Com a triunfal “Overcompensate”, a banda deu início ao espetáculo, logo após as projeções nos telões.

Na segunda faixa, “Holding On to You”, a performance atingiu novos patamares. Josh Dun subiu no piano e, para surpresa de todos, executou um mortal para trás, levando o público ao delírio. Em seguida, Tyler Joseph, com sua presença cativante, tocou teclado de joelhos no chão, deixando claro que estava completamente à vontade no palco.

A noite seguiu com a energia calibrada, trazendo “Vignette” e “Car Radio” em sequência. Foi nesta última que Tyler – sempre ele, no centro das atenções – nos surpreendeu com o “truque do teletransporte”: apareceu na torre, retirou a máscara e finalizou a música, criando um momento de puro delírio no público, que retribuiu com aplausos intensos e gritos emocionados.

Após uma breve pausa para a mudança de figurino, o telão exibiu um mini documentário com depoimentos de fãs e imagens que destacavam o visual do público ao entrar no estádio, na fila e até posicionados na grade. A grande maioria usava algo que remetesse à banda: camisetas, mãos e pescoços pintados, máscaras, fitas adesivas nos ombros, bandeiras do “NED” (criatura emblemática que representa o espírito criativo central no processo do álbum “Trench”), gorro… Tudo para se sentir parte do show!

De volta ao palco, a banda trouxe “The Judge”, uma faixa com influências reggae, acompanhada de uma estética mais clean, com Tyler Joseph em destaque, tocando violão no estilo folk. A sequência seguiu com músicas focadas principalmente nos discos “Blurryface” (2015), “Scaled and Icy” (2021), Clancy (2024), além de “Heathens”, que faz parte da trilha sonora do filme Esquadrão Suicida.

Dividindo o show, os dois foram até o meio do gramado para tocar o medley “Addict With a Pen / Migraine / Forest / Fall Away” e “Mulberry Street”. Para o delírio do público, eles atravessaram o espaço entre as barricadas, que se apertavam para vê-los de perto, deixando buracos na pista Premium. Valia de tudo! E valeu mesmo!

Na volta ao palco principal, a estética havia mudado, com torres industriais e chamas ao fundo, dando início a mais uma sequência poderosa. A primeira faixa foi “Navigating”, que, sem dúvida, agradou aos mais jovens e adolescentes, enquanto “Nico and The Niners”, lançada em 2018 no belíssimo álbum “Trench”, conquistava o público mais velho. Ao menos foi o que pude perceber ao meu redor, claro!

Um pouco mais adiante, em “My Blood”, Josh Dun arrancou o moletom para ostentar a regata com o nome de São Paulo. Já em “Ride”, tivemos um dos momentos mais fofos da noite: a participação de Maria Alice, uma fã mirim super querida, que cantou parte da música com Josh, mais uma vez no meio do gramado. E antes do “encore”, em “Paladin Strait”, Josh tocou no meio da galera, em cima de uma base segurada por várias mãos.

Após mais uma pausa para troca de figurino, chegou o momento do encore, que abriu com “Jumpsuit”, seguido por “Midwest Indigo” e “Stressed Out”. Às 22h55, o show chegou ao fim com a performance de “Trees” no meio do público, culminando em uma chuva de papéis vermelhos que marcou para sempre a memória de quem estava presente.

Música após música, fica evidente o porquê de a dupla ser tão gigantesca, a ponto de “preencher” um palco desse porte com tanta intensidade e profundidade. Cada detalhe é aproveitado, cada elemento faz parte do espetáculo: as quebras de ritmo, as coreografias, a interação com os telões e câmeras. Durante todo o tempo, eles mantiveram os “Skeleton Clique” (como é chamado o fandom da banda) nas mãos, um domínio típico de fenômenos pop — e é exatamente o que eles são!

Na sua quinta passagem pelo Brasil, a dupla se consolida como uma das forças mais potentes do mainstream mundial. Com canções cheias de significado e profundidade, Tyler e Josh entregam um show longo, repleto de camadas e momentos memoráveis — seja no palco, na torre ou no meio dos fãs. Uma apresentação que percorreu todas as fases e discos do grupo. Simplesmente impressionante!

Setilist – Twenty One Pilots:
1. Overcompensate
2. Holding On to You
3. Vignette
4. Car Radio
5. The Judge
6. The Craving (Jenna’s Version)
7. Tear in My Heart
8. Backslide
9. Shy Away
10. Heathens
11. Next Semester
12. Routines in the Night

B-Stage:
13. Addict With a Pen / Migraine / Forest / Fall Away
14. Mulberry Street

Main Stage:
15. Navigating
16. Nico and the Niners
17. Heavydirtysoul
18. My Blood
19. Guns for Hands
20. Lavish
21. Ride
22. Paladin Strait

Encore:
23. Jumpsuit
24. Midwest Indigo
25. Stressed Out
26. Trees

Galeria do show