Armored Dawn / Divulgação
Rafael Agostino, além de músico profissional, estudou multimídia e trabalha produzindo bandas de rock.
Armored Dawn, banda de Metal nacional formada em 2011, é uma das revelações de 2019, tendo se destacado bastante não só no Brasil, mas também internacionalmente. Formada por Eduardo Parras (vocal), Tiago de Moura (guitarra), Heros Trench (baixo), Rafael Agostino (teclado), Rodrigo Oliveira (bateria) e pelo finlandês Timo Kaarkoski (guitarra), o grupo tem mostrado em seu trabalho um alto nível de profissionalismo, tanto sonora quanto visualmente.
Rafael Agostino, tecladista, concedeu uma entrevista exclusiva ao site Headbangers News para contar sobre a carreira, o novo álbum “Viking Zombie” e ascensão da banda.
https://www.youtube.com/watch?v=2aGHWmyecps
Armored Dawn tem um estilo Viking Metal, um estilo europeu não muito popular no Brasil. Como é ter uma banda desse estilo no Brasil?
O estilo vem se popularizando no Brasil, entre o Folk e vários
outros estilos medievais mas, na verdade, nós não nos entitulamos como uma banda de Viking Metal. Nós trazemos apenas o tema Viking nas nossas letras, o nosso som às vezes se aproxima mais do Power Metal.
A banda lançou o novo álbum “Viking Zombie”, como foi trabalhar neste novo álbum?
Foi totalmente diferente dos outros álbuns. Nesse terceiro disco,
trabalhamos muito na pré-produção, mais de um ano rearranjando e testando tudo em estúdio. Tivemos a chance de produzir com o Heros e o Rodrigo, nossos baixista e baterista respectivamente, mais uma vez no Dharma Studios, onde já havíamos trabalhado no “Barbarians In Black”. O fato de termos feito com mais calma nos permitiu um disco mais bem arranjado e produzido, já que nos outros álbuns, nos trancávamos em estúdio por 1 mês gravando e fazendo tudo de uma vez. Faz muita diferença ouvir bastante o álbum e ter a possibilidade de ir ajustando detalhes e madurecendo
melhor cada ideia.
Carlos Pupo / Headbangers News
Armored Dawn faz o show de abertura para a banda Saxon, no Tropical Butantã, em zona oeste de São Paulo, em Maio de 2018
A banda já possui dois discos lançados, o ‘Power Of Warrior’ (2016) e ‘Barbarians In Black’ (2018). O grupo sentiu alguma evolução entre estes trabalhos e o novo álbum?
Com certeza! A evolução é natural e sempre vem com o tempo, nosso primeiro disco gravado na Dinamarca com o Tommy Hansen, era mais old school. Para o “Barbarians in Black”, nós precisávamos de algo mais elaborado. Foi quando conhecemos o Kato Khandwala e o Bruno Agra, que nos trouxeram outra visão. Porém, foi somente no “Viking Zombie” que pudemos fazer tudo com mais calma, elaborando, trabalhando e amadurecendo muito em cada ideia.
Alguns integrantes possuem outras bandas de estilo bem diferentes. Como vocês mantem isso? É difícil conciliar todos os projetos, com estilo musical diferente?
O mais difícil é conciliar todas as agendas, mas até agora tem dado
certo. Nosso volume de trabalho é sempre muito maior com o Armored Dawn. Ou estamos em turnê ou gravando disco ou filmando video-clipes ou ensaiando… Nós encaixamos os outros projetos nas brechas de tempo que temos por aqui.
Carlos Pupo / Headbnagers News
Armored Down se apresenta durante o Dark Dimensions Folk Festival 2017, no Carioca Club, em São Paulo, em Novembro.
Um dos guitarristas da banda é da Finlândia, o Timo Kaarkoski, o que o fez vir para o Brasil? E como é estar em uma banda brasileira que trabalha com influências européias?
O Timo está no Brasil há quase 20 anos. Ele casou com uma brasileira e fala que a cerveja aqui é mais barata também rs. Para nós é muito importante ter um europeu na banda, pelo fato dele ser meio que o nosso termômetro, se estamos abordando o tema de forma natural e tudo mais.
É perceptível que a banda tem passado por uma grande e rápida ascensão, ao que se deve isso?
É trabalho, muito trabalho! Em 5 anos gravamos 3 discos, fizemos 4
turnês na Europa e inúmeros outros shows. Além disso, apostamos sempre em fazer bons videoclipes, pois geralmente é onde o público tem o primeiro contato conosco, pra depois irem nos shows. A gente não pára nunca. Estamos sempre ensaiando, temos uma equipe no escritório que trabalha todos os dias. Na real, o ‘segredo’ é trabalhar.
Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts
Armored Dawn faz o show de abertura no Rock Festa, no Allianz Parque, em São Paulo em Setembro de 2019
Armored Dawn realizou algumas turnês na Europa, como foi a aceitação do público ao ver uma banda brasileira tocando Viking Metal? E para vocês, como foi essa experiência?
Como eu disse, não somos uma banda de Viking Metal, é importante deixar isso claro. A experiência é sempre muito boa! Em outubro/novembro do ano passado fizemos uma tour ao lado do Hammerfall e pode-se dizer que a aceitação foi de 100%. Também tocamos com o Saxon em fevereiro de 2018 e o público apesar de mais velho, curtiu muito nosso estilo. Na nossa última passada por lá, em nossa própria tour, muitos fãs já vinham com camiseta da
banda e alguns foram em vários shows seguidos. É muito legal ver isso acontecer.
A banda possui um fã-clube no Brasil muito ativo, o Dragon Club, que sempre acompanha o Armored Dawn. Vocês também possuem um grande número de fãs em outros países?
O fã-clube foi essencial no crescimento da banda, muitos nos
acompanham desde o primeiro álbum. É um grupo muito grande espalhado por todo Brasil. Na Alemanha temos muitos fãs também, por termos tocado bastante lá. O nosso show de abertura para o Hammerfall no Leste Europeu também foi muito impactante, mas ainda não voltamos por lá com nossa própria turnê para termos um termômetro. Muitas das vendas da nossa loja virtual são da Europa.
E pra nossa surpresa, nosso novo álbum está indo muito bem nos Estados Unidos. Nas plataformas digitais eles estão em segundo lugar de país que mais ouviu Armored Dawn, perdendo somente para o Brasil. Já até estamos programando uma turnê por lá ano que vem.
Para bandas brasileiras, que estão com poucos anos de carreira, qual o maior desafio para ser reconhecida fora do Brasil?
Os europeus e os americanos estão sempre muito atentos a bandas
estrangeiras, então as que vem fazendo um melhor trabalho tanto na parte musical como na promocional tem se destacado por lá. Acho que o maior desafio é chegar até outros países. Só com a música digital isso é bem difícil, sem uma turnê e uma campanha por lá fica impossível sair do underground.