A Centro da Terra está divulgando um álbum muito forte, cujo qual leva o mesmo nome da banda. O álbum é uma jornada sonora repleta de improvisos e citações, uma verdadeira celebração musical psicodélica, com épicos pomposos e ‘rockões’ de respeito direto ao ponto.
Conversamos com o trio para sabermos mais sobre sua jornada, sobre o trabalho atual (que além de CD conta com DVD e também uma versão lindíssima em vinil) e os planos do conjunto. Embarque nesta viagem ao Centro da Terra.
Divulgação
Como surgiu a banda e qual conceito do nome Centro da Terra?
Zeca Mustang: A banda foi formada em 2010 pelos irmãos Fred e Guilherme Pala, em São José do Rio Preto/SP. O nome é inspirado no álbum Journey to the Centre of the Earth do lendário tecladista do Yes, Rick Wakeman, que por sua vez foi inspirado na obra de Júlio Verne.
Vocês estão divulgando o álbum Centro da Terra. Como foram as gravações e o processo de composição em si?
Zeca Mustang: As músicas desse álbum foram compostas muito antes da gravação do disco, por isso tivemos tempo pra trabalhar em cima delas e lapidar muito bem os arranjos. Ainda assim, elas também foram tomando forma durante todo o processo de gravação e mixagem. Nós gravamos tudo num estúdio montado em uma grande e antiga casa em uma chácara, tudo feito por nós mesmos. O “esqueleto” de todas as músicas foi gravado “ao vivo”, ou seja, todos tocando juntos como se fosse no show, então os overdubs foram sendo gravados na sequência. Todo o processo de gravação e mixagem levou muito tempo e foi um trabalho árduo até que conseguíssemos chegar na sonoridade que queríamos e ter o melhor resultado possível.
O trabalho foi masterizado na Abbey Road, eternizada pelos Beatles. Como surgiu esta oportunidade única? Vocês participaram de perto deste processo?
Fred Pala: O Abbey Road sempre foi um sonho distante e quase surreal, mas hoje em dia com a internet as portas se abrem e as distancias se tornam um problema do passado. O famoso estúdio tem atuado recentemente oferecendo o serviço de mixagem e masterização não só presencial, mas também online. Quando descobrimos isso, entrei em contato com a secretária do estúdio (Lucy), à qual nos deu todo o suporte em relação ao cronograma, a escolha do engenheiro de som de acordo com o nosso gosto musical, etc.
Optamos pelo engenheiro de som Sean Magge o qual tem um currículo invejável tendo trabalhado com nomes como Deep Purple e Gary Moore. O processo foi um pouco longo, sendo necessárias três masterizações diferentes até chegarmos na qualidade desejada. Estamos felizes com o resultado, foi uma longa caminhada desde as captações feitas com baixo orçamento mas muita criatividade até a conclusão do disco no conceituado estúdio londrino.
O trabalho também foi lançado em um formato box, com CD e DVD. Nele há um documentário sobre a cena musical do estilo que vocês tocam, como foi compilar as gravações e confeccionar este vídeo?
Fred Pala: Muita luta e dedicação [risos]. Horas de filmagens, viagens de Kombi, noites mal dormidas, baixíssimo orçamento e que só foi possível graças à parceria de grandes amigos e fãs que sempre admiraram e apoiaram a banda. É incrivelmente árdua a luta de uma banda independente no Brasil, pouco ou quase zero apoio de grandes canais da mídia, portanto até mesmo o mais “simples” trabalho se torna uma grande aventura. Somos gratos pelas portas e experiências maravilhosas que o nosso som sempre nos proporcionou.
No DVD há também algumas músicas gravadas ao vivo. Por que escolheram o show no Psicodália, e qual a relação da banda com este festival em específico?
Zeca Mustang: O Psicodália tem muito a ver com a banda e com a cena musical que fazemos parte. É um dos festivais mais importantes do Brasil e os shows que fizemos lá foram muito marcantes pra nós e não podíamos deixar de registrar esses momentos no vídeo.
Falando nisto, a banda fez diversos shows pelo Brasil, incluindo algumas apresentações no Psicodália, um dos mais importantes do Brasil atualmente. Conte-nos mais sobre como foi tocar lá. Viram shows de outras bandas nas edições que vocês estiveram presentes?
Zeca Mustang: Tocar no Psicodália foi um marco muito importante pro Centro da Terra. Nós já éramos fãs e frequentadores do festival e sabíamos que tocar lá seria um grande passo e nos daria muita visibilidade por ter gente de todo o Brasil. Acabou sendo melhor do que esperávamos, pois conseguimos tocar em quatro edições seguidas e o público sempre foi incrível, nos receberam muito bem desde a primeira apresentação. É um festival que tem uma energia única que nunca vamos esquecer. Com certeza vimos muitos shows memoráveis de muitos artistas que nos inspiram. Os mais marcantes pra mim foram os shows da banda Ave Sangria, Morais Moreira, Erasmo Carlos e tantos outros que não dá nem pra listar.
Há também uma versão em vinil do disco, e claro que o LP é uma coisa muito legal, um item altamente colecionável. Vocês conseguem ver um paralelo entre o som que vocês tocam e a nostalgia em que vinil emana?
Zeca Mustang: Nós somos apaixonados por essa cultura dos discos de vinil, equipamentos analógicos e instrumentos antigos e nossas músicas trazem muito essa influência do rock dos anos 60 e 70, então faz todo sentido pra nós e é também uma realização muito legal lançarmos o álbum também nesse formato.
Quais são os planos da banda para 2021?
Fred Pala: A banda continua ativa virtualmente em frente a essa terrível crise do Covid, estamos lançando o vinil duplo, o CD e o DVD com um show ao vivo e horas de filmagens em festivais, foram 12 anos de história para chegarmos nesse material que estamos divulgando, portanto o foco agora é levarmos esse material ao maior número de ouvintes que pudermos e esperamos estar de volta aos palcos e à estrada assim que possível.
Qual banda vocês acham que gravariam uma cover legal de alguma das músicas do Centro da Terra?
Zeca Mustang: Tem uma banda de Recife chamada Quarto Astral que eu acho que seria muito legal uma versão deles de alguma música nossa. São nossos amigos, já dividimos o palco com eles várias vezes e eu gosto muito do trabalho que eles fazem.
Fred Pala: Tem também um grande amigo de São Jose do Rio Preto, o Rafael Garcia, que está para lançar uma versão de “Vejo o Sol”. Estamos ansiosos para ouvir.
Para comprar o vinil, acesse: linktr.ee/centrodaterravinil
Informações
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