Pudemos acompanhar um ensaio do quarteto paulista O Preço, cujo guitarrista é Christian Targa (Gordo), ex-Blind Pigs, que prepara o lançamento do compacto ‘Sonhos da Televisão’ com o apoio dos selos Detona Records (@detonarecordsbrasil), Vertigem Discos (@vertigemdiscos) e Neves Records (@nevesrecords). No dia 20 de fevereiro, data marcada para lançamento, às 20h, O Preço participa também de uma live na Mutante Rádio.
Depois do ensaio (fotos abaixo na galeria), aproveitamos para bater um papo sobre o novo trabalho, pandemia e perspectivas sobre o futuro. Confiram.
Carlos Pupo/Headbangers News
Pode me contar um pouco mais deste trampo novo ‘Sonhos da Televisão’ e o compacto de 7 polegadas?
(Christian Targa) Sonhos da Televisão é um compacto de 7 polegadas com 2 músicas e vai sair agora dia 20 de fevereiro, junto com uma live da Mutante Radio que a gente vai fazer. A gente vai começar a divulgar esta semana agora a arte deste disco que é um pouco diferente, tem algumas versões diferentes, tem um recorte diferente. A gente gravou um primeiro disco em 2019 e eu separei 2 músicas deste disco pra serem lançadas depois e é o que a gente está fazendo agora. Então estas 2 músicas são sobras do primeiro disco. Sobras no bom sentido, elas foram tiradas do disco mesmo pra um compacto, né?
Falando em live, com a pandemia ocorreu este recesso forçado para todas as bandas e todos os shows. Vocês acham que este formato de live pode continuar? E uma forma de se conectar com os fãs, aquele público que é um nicho de vocês?
(Christian Targa) Eu acho o seguinte, entre não fazer show e fazer live, muito legal! Salva a necessidade do músico de tocar. Tudo bem que não tem plateia, mas é muito legal. Agora, o que eu acho mais legal nesta história é que a maioria dos músicos não tinha este desprendimento de fazer uma gravação em casa e apresentar. Porque estava todo mundo acostumado neste formato de entrar estúdio, gravar disco, fazer foto. Todo um trabalho assim, entendeu? E os músicos meio que se desligaram disso pra poder gravar.
Os maiores acabam até fazendo uma superprodução, não?
(Christian Targa) Isso, é exatamente disso que eu estou falando. Os caras não botavam a cara num esquema simples porque estão acostumados a lançar de outra forma. A pandemia limitou todo mundo e estes músicos tiveram vontade de se expressar e acabaram optando em às vezes fazer uma coisa caseira ou uma coisa impessoal. Isso aí é a parte boa, o pessoal se desprendeu um pouco do perfeccionismo de todo o lançamento. Eu falo mim mesmo, eu enfrentei a fobia de fazer violão e voz, que é uma coisa que eu não curto muito. Foi legal, tudo tem um lado bom, apesar de tanta merda… Tudo tem um lado bom.
Falando do lançamento do compacto em si, muita gente coleciona material físico. Tivemos toda esta onda que fez renascer LP, K7 e outros formatos. Algum de vocês é colecionador e curte material físico?
(Mario Rolim) Eu curto bastante, mas não chego a ter uma coleção, né? Tenho alguns disquinhos lá e quando sobra um (dinheiro) e a gente acha num garimpo aí alguma coisa que brilha o olho, a gente pega. Até de lançamento de banda nova nacional, que está rolando bastante comparado com os últimos anos em vinil e compacto mesmo. Sempre que dá a gente ajuda também, para prestigiar o trampo das bandas parceiras e do som que a gente gosta daqui também. Principamente de lançamento independente.
(Christian Targa) Acho que todo mundo da banda tem vinil e tem CD. Colecionar vinil no Brasil é difícil porque o custo é alto. Pro gringo é como se fosse pagar vinte reais em um disco. Tem este problema (do preço). Vinil é maravilhoso, você pegar ele na mão, você ver o encarte, olhar os detalhes. Um milhão de vezes mais legal do que o formato digital.
(Mario Rolim) Outra relação que você cria com a música. Outro tempo, você ouve em outro tempo. Às vezes você põe no Spotify, vai trampar e nem presta atenção no som direito. Fica em segundo plano ali.
(Christian Targa) O som também muda um pouco, mas a gente não é contras as plataformas (de streaming), muito pelo contrário. Eu acho que tem que estar disponível para as pessoas ouvirem se quiserem e se quiserem comprar o CD ou o vinil.
E a questão de remuneração das plataformas? Há uma reclamação recorrente de diversas bandas com relação a remuneração. As plataformas de streaming só servem para aproximar os fãs e proporcionar que eles possam conhecer as coisas novas ou bandas novas pra depois capitalizar isso em shows e vender material físico?