Dan Szyller é um criativo e sincero cantor, compositor e músico brasileiro que atualmente mora em Metz, na França. Nascido e criado em São Paulo, Brasil, ele também passou um tempo morando nos Estados Unidos e em Israel antes de emigrar para a França, e essas experiências de vida enriqueceram sua habilidade de composição e maneira de ver o mundo, levando a escrever e gravar canções para seu álbum de estreia, ‘The Celestial Immigrant’.

Desde muito jovem desenvolveu um verdadeiro amor pela música e muitos de seus heróis foram artistas como The Doors, Iron Maiden, King Crimson e Pink Floyd, que o ajudou a localizar uma enorme paixão pela música dentro de si. Dan Szyller já está em processo de composição do segundo álbum, que será lançado em breve.

Dan Szyller segue promovendo seu álbum de estreia, The Celestial Immigrant, lançado em 27 de julho de 2022. Acumulando mais de 100 mil streams e conquistando o público pela Europa, o trabalho recebeu ótimos elogios da mídia especializada e para falar sobre sua carreira, concedeu uma entrevista ao site Headbangers News.

Olá Dan, tudo bem? Para começar, para quem não conhece ainda a sua carreira, você pode contar um pouco sobre a sonoridade? O que podemos encontrar na sua música?

Olá sim tudo! Obrigado por me receber aqui e pelo espaço. O meu som é uma mistura de bandas dos anos 70 , 80 o meu DNA é muito amplo e às vezes até  eu me assusto com o que sai da minha mente, pode variar bastante…

Pode falar sobre o conceito por trás de suas músicas? 

O conceito é sempre uma viagem, ou uma experiência de vida. A base das minhas letras e arranjos é bem progressiva e muitas vezes contando uma história ou fantasia, sempre com melodias interessantes. Sou muito cabeça aberta e gosto de explorar meus acordes de forma bem ampla.

‘Celestial Imigrant’ é um álbum altamente reflexivo e melancólico, sabemos já que ele é retrato de sua vida como um extrangeiro, mas também parece muito também uma mensagem para aqueles que sentem o peso da cobrança pessoal, gerada por uma pressão da sociedade de sucesso, no trecho “Sent into the darkness. No warning was given, baby. In the wake of the night. The celestial immigrant is on his way in the Milky Way. Will he make it? The stars are looking down on him – riding the neon wave. Will he make it? Will he find a new home?”. Tudo isso fica muito evidente, essa leitura estaria fazendo algum sentido?

O álbum Celestial Immigrant é realmente muito pessoal e conta muito da minha vida… E a música diz muito do sofrimento de mudar de pais e perder muitas coisas,  como amigos e família. Tem também o lado de não se adaptar em um outro país…
Mas ela abrange esse sentimento de pressão e pode sim deixar o ouvinte com essa impressão. Porque muitas vezes a vida é muito difícil, e as pessoas querem meio que te pressionar para que você tenha mais sucesso ou seja igual a uma outra pessoa.  As redes sociais criam muitos problemas para a sociedade. Acho que temos que talvez entender os limites de cada um na sociedade e viver em paz e tranquilidade ajudando.

Como um imigrante, como já descrito por si mesmo em sua apresentação, qual sua visão de Brasileiro sobre o cenário musical de cada lugar que passou? O que você pode destacar de cada um deles?

Bom, nos Estados Unidos a cena musical é muito ampla, e muitas bandas e músicos indianos vivem essa vida de forma integral, dia após dia e com pouco dinheiro…uma vida de mochileiro mesmo. Em Israel, um país mais pequeno, o cenário é com certeza interessante e bem cosmopolitano. Na França as bandas são muito boas, mas seguem um padrão sempre semelhante em composição e estilo. Imigrantes na França que fazem música se dão muito bem nesse cenário mais conservador.

Ainda sobre ser brasileiro e ter a visão e perspectiva de um em outro país, quais conselhos e dicas você daria para os músicos brasileiros, principalmente aqueles que escolheram o Rock para trabalhar?

Olha com certeza tentar compor as músicas sem ter medo de fazer algo inovador, usando sempre a intuição que todo grande músico tem. Acho que fazer um arranjo onde o Rock tem uma vertente brasileira é sempre maravilhoso. Eu adoro o Rock nacional e gostaria de ver novas bandas nacionais fazendo muito sucesso e mais shows indicos com muita gente para conferir.

Além de Pink Floyd, é nítido as referências de Bowie e Allan Parson… Quais outros artistas te serviram de referência para construção de ‘Celestial Imigrant’?

Olha com certeza tem muito Doors e Maiden e King Crimson aí dentro, com pitadas de Vangelis por exemplo na música Interstellar…realmente sou muito eclético.

Qual é a sua maior ambição na música?

Para mim ser um artista, um poeta e fazer grandes shows já é um grande feito. Isso para mim já é o ápice de ser músico e da profissão. Mas porque não abrir um grande show! Muitos músicos e jornalistas conceituados adoraram o álbum, fiquei muito feliz com isso. Espero com o meu próximo disco, mostrar em definitivo que cheguei pra ficar.

A arte que ilustra seu trabalho é muito interessante, um recém nascido em uma cápsula espacial. Quem foi responsável pela arte da capa e o que ela quer dizer? Como foi o processo de criação?

A arte foi feita por um grande artista indiano que se chama Sumit Roy: https://www.scorpydesign.com/

Eu tive a ideia do bebê e contei pra ele e ele muito criativamente fez tudo aquilo, e os planetas tristes ficaram ótimos! Tenho que também mencionar meu produtor Fabien Pilard do estudio L’autre Oreille: http://lautreoreille.com/
Ele entende muito bem minhas ideias e adiciona muita coisa interessante. É um ótimo músico e produtor.

E sobre um próximo álbum, o que podemos esperar de Dan Szyller? Pretende manter a aura melancólica, reflexiva? Ou assim como sua experiência, navegar por vertentes diferentes?

O próximo álbum vai ser uma grande aventura com certeza e vai ter outras tonalidades e cores… Uma grande escapada nos aguarda, fiquem atentos que logo darei mais notícias sobre isso. Já estou terminando a pré produção e devo entrar no estúdio em breve.