Elena Stein
“The Everlasting Plague” é o oitavo álbum de estúdio da banda americana de brutal death metal Pathology, e será lançado pela Nuclear Blast no próximo 19 de novembro.
Em meio a temas como assassinatos e morte, a banda faz analogia com a pandemia e termas atuais da sociedade. Em uma entrevista exclusiva, o guitarrista Daniel Richardson explicou com mais detalhes sobre a produção do álbum, processos de escrita, expectativas para o lançamento e planos futuros!
O álbum se chama “The Everlasting Plague”, que também é uma de suas músicas, por que vocês escolheram esse nome?
Parece que se encaixa com os tempos atuais. Esperançosamente, desejamos que tudo que está acontecendo não seja eterno, mas pareceu apropriado o título da música, e achamos que soava muito legal e se encaixava com o tema… você sabe, com o médico (da capa do álbum) em uma infestação de zumbis, é muito semelhante aos nossos tempos atuais..
Vamos falar sobre a produção do álbum, quando tudo começou, a pandemia afetou em alguma coisa?
Ah, isso não afetou tanto os planos, meio que nos empurrou mais para que o álbum acontecesse. Porque estávamos em turnê quando a pandemia começou, estávamos na costa leste como por exemplo Nova York, Nova Jersey, e percebemos que tudo começou a fechar, então tivemos que cancelar todos os shows, cancelando um por um, e pensamos “Não achamos que podemos fazer isso”, então tivemos que cancelar toda a turnê, dirigir todo o caminho através da América de volta para Califórnia, e a última coisa que tivemos pra fazer foi começar a pensar no álbum. Nós meio que começamos e levamos quase um ano para escrevê-lo e então gravamos em janeiro, em janeiro deste ano. E agora estamos esperando todo esse tempo para liberar ele.
Foi o momento certo para lançá-lo, eu acho …
Sim, exatamente. Que coisa melhor a fazer enquanto estamos num bloqueio…Então, vamos escrever algumas músicas!
Sobre o processo de escrita e composição, como funciona para vocês?
Normalmente começamos na casa do Dave, tentamos nos reunir e começar a analisar os materiais que já temos, e começamos apenas a escrever riffs. Na garagem, Dave tem seu computador, e nós temos as ideias, e o processo é meio que o de um artista, nós começamos a esboçar a música com a ideia de todos e depois eu levo para casa e tento ouvir na minha cabeça e fazer arranjos diferentes, aí eu volto para a casa de Dave e ele muda a bateria e faz os arranjos da música, e é assim que chegamos ao produto final.
Fale mais sobre as letras, do que elas estão falando? Eu li que algumas músicas que falam de homicídios, coisas assim.
Bem, certo, acho que eu e o Obie amamos um crime de verdade, nós dois gostamos disso, Obie ainda mais, eu diria, suas tatuagens são todas sobre essas coisas. É fascinante para mim como funciona a psicologia por trás da mente humana, do que a mente humana é capaz de fazer, principalmente com pessoas doentes, é muito louco. E Obie gosta de falar sobre o lado negro da natureza humana e coloca-o liricamente na música que estamos escrevendo.
Eu achei interessante as capas, porque parece que elas têm uma conexão entre si … tem alguma coisa por trás das capas?
Sim, é uma espécie de progressão ao longo dos anos, temos o mesmo artista Par Olofsson, ele fez a maioria das nossas capas, e acho que é meio divertido para ele imaginar e fazer uma progressão de uma história, sabe, como por exemplo o médico…agora ele é totalmente um zumbi! Ele está ficando completamente louco, e eu acho isso divertido. Em “Reborn To Kill”, nosso último álbum, os zumbis o estavam trazendo de volta à vida, porque a banda estava meio que em um hiato por um tempo, então esse era o tema de “Reborn To Kill”, trazer o médico de volta e agora, neste álbum ele está realmente de volta e muito puto. Então, é muito legal.
E quais são as diferenças entre “The Everlasting Plague” e seus outros álbuns? O que mudou?
Eu posso dizer porque os dois últimos álbuns são aqueles em que eu estive, nesta formação, os outros álbuns são os outros caras, e isso é uma história diferente. E acho que as diferencias são as influências minhas nesses últimos álbuns, porque sou fã do Pathology há muito tempo, e agora eu faço parte dele, escrever no álbum com eles é bem surreal para mim.
Divulgação/Nuclear Blast
Sim, parece ser muito diferente para você …
Sim, é tipo “uau, isso realmente aconteceu comigo?”. Mas para mim eu tento ter em mente no processo de composição que não vou colocar limites nele, todas as músicas não são intencionais, não é como “Ai meu Deus, eu quero fazer isso, eu quero compor algo diferente”, não, eles não são nada intencionais. Nós apenas apresentamos as ideias e tentamos pensar se é legal. E às vezes não são (risos), o ponto é que nunca sabemos para que direção a música está indo, até que elas estejam lá.
O que a banda está planejando para o futuro? Alguma turnê em mente?
Esperançosamente sim. É difícil porque você quer fazer planos, mas não sabe quando eles realmente vão acontecer. Acho que sim, mas provavelmente estaremos em turnê ano que vem. Nós temos planos para a Europa no próximo verão, eu acho, eu não posso falar muito sobre isso, mas se isso acontecer devemos voltar para lá, e espero que tenhamos uma ótima turnê começando na primavera nos Estados Unidos e então pensaremos na Europa.
Por favor, lembrem-se de vir ao Brasil, as pessoas aqui gostam muito desse tipo de música..
Eu não posso esperar para voltar por aí, espero que não haja nenhuma restrição e nada que nos impeça de ir.
E esse é o primeiro álbum de vocês lançado pela Nuclear Blast, como estão suas expectativas com isso?
Melhor do que o esperado. É a melhor experiência com uma gravadora que nós tivemos. As divulgações estão ótimas e todos lá são realmente legais. Todos que conhecemos pessoalmente também, antes de assinarmos…Lembro que eles apareceram em alguns shows e nós saímos, conhecemos alguns dos funcionários. Então é realmente uma boa experiência fazer parte disso oficialmente agora e colocar esse disco e essa música, não poderíamos pedir algo melhor. É incrível, tão legal.
Agora, a última pergunta, qual é a essência da banda? Vocês querem ser lembrados pelo quê?
Esta é uma boa pergunta. Eu penso apenas em colocar nossa música que seja o mais real possível, e significando que nenhum de nós está tentando se encaixar em um determinado gênero. Você sabe que muitas pessoas estão tipo “Vai ser esse gênero e tudo o mais é uma merda”, e eu acho que queremos ser brutais e pesados, mas acho que tentamos equilibrar todos os aspectos, até os emocionais, não é só unilateral, eu acho que isso é uma coisa boa para as pessoas terem em mente com as músicas.
Quer dizer mais alguma coisa, uma mensagem para os fãs?
Sim, fiquem atentos porque vai haver mais e mais músicas novas, mais coisas estão saindo e não só de nós, há muitos álbuns bons saindo, então apoiem todas as bandas que puderem, comprem os discos delas e, com sorte, veremos todos na estrada novamente.