O lendário baterista Kjetil-Vidar Haraldstad, conhecido como Frost, da icônica banda norueguesa de black metal Satyricon, concedeu uma entrevista exclusiva ao Headbangers News às vésperas de seu aguardado retorno ao Brasil. A banda está prestes a se apresentar em São Paulo como parte de sua mini-turnê pela América Latina, marcando seu primeiro show no país após um hiato de cinco anos.
O Satyricon, conhecido por sua contribuição significativa para o cenário do black metal desde os anos 90, trará sua mistura única de brutalidade e atmosfera sombria para o palco do Carioca Club, na capital paulista, no dia 13 de novembro. Este show faz parte de uma série limitada de apresentações que a banda está realizando em 2024, tornando-o um evento ainda mais especial para os fãs brasileiros.
Nesta entrevista, Frost compartilha suas expectativas para o show em São Paulo, discute o recente trabalho da banda com uma orquestra, explora a fascinante conexão do Satyricon com a arte de Edvard Munch e oferece um vislumbre do futuro musical do grupo. Prepare-se para mergulhar no universo sombrio e cativante do Satyricon, diretamente das palavras de um de seus arquitetos principais.
Frost, é um prazer tê-lo conosco. O Satyricon está retornando ao Brasil após um longo período. Quais são as expectativas para o show em São Paulo?
Frost: Estamos muito animados para voltar. O Satyricon ficou sem tocar ao vivo entre 2019 e 2024, um hiato de cinco anos. Agora, estamos realmente curtindo tocar ao vivo novamente. Tivemos alguns festivais de verão, e nossa única turnê este ano é esta mini-turnê na América Latina. Sabemos que estamos indo para um lugar onde temos alguns dos nossos melhores fãs e onde tivemos nossas melhores experiências. Para qualquer banda de metal, tocar na América Latina é sempre um sonho, e certamente essa tem sido a experiência do Satyricon – somos recebidos por multidões verdadeiramente dedicadas que demonstram muita apreciação. As pessoas que vierem nos ver encontrarão uma banda que gosta de tocar ao vivo novamente, que está com fome de palco e se sentindo melhor do que nunca.
Antes do hiato, vocês lançaram um álbum ao vivo com orquestra. Como foi ouvir sua música através de uma orquestra pela primeira vez?
Frost: Faz muito sentido para o Satyricon ter uma orquestra e até um coro, porque muito do que fazemos tem algo de grandioso, épico e monumental. Quando adicionamos arranjos de coro ou orquestrados, eles basicamente enfatizam algo que já está fortemente presente na música do Satyricon, tornando-a ainda mais poderosa e épica. Nos esforçamos muito para garantir que todos esses arranjos fossem feitos da melhor maneira possível, sem deixar nada ao acaso. Foi uma experiência muito agradável, e acho que o álbum em si é excelente. É diferente de qualquer outra coisa que já fizemos, quase como uma peça musical separada, com arranjos únicos feitos para orquestra e coro.
Vocês têm uma forte conexão com a arte de Edvard Munch. Como surgiu a ideia de fazer música black metal relacionada à arte dele?
Frost: Foi algo que estava esperando para acontecer. Após o ciclo do álbum “Deep Calleth Upon Deep”, o Satyr estava um pouco incerto sobre qual direção tomar. Durante uma longa caminhada na floresta, ele sentiu uma forte conexão com Edvard Munch, sua arte, seu espírito e sua pessoa. Ficou claro para ele que queria criar uma peça musical fortemente conectada ao universo de Munch. Ele comprou um sintetizador Moog para ter mais ferramentas de trabalho e começou a fazer composições de uma maneira diferente do que o Satyricon tradicionalmente fazia. Após um longo período de composição e gravação de demos, ele percebeu que isso realmente seria um trabalho do Satyricon, não apenas um projeto pessoal. O resultado foi fantástico, e a exposição “Satyricon & Munch” foi uma experiência incrível e intensa.
Quais são os planos futuros do Satyricon? Vocês pretendem fazer um álbum de black metal mais tradicional novamente?
Frost: Estamos trabalhando em um novo álbum, e vai ser um álbum em um sentido mais tradicional. Definitivamente será um álbum de black metal em um sentido mais clássico. O Satyricon é sobre evolução e desenvolvimento, então não ficamos parados. Por outro lado, temos uma assinatura que a maioria dos nossos fãs reconhece, não importa se eles estão ouvindo um álbum de 2017 ou do meio dos anos 90. Sendo uma banda de black metal, nossa música sempre terá uma atmosfera muito sombria, a extremidade típica do gênero, a obscuridade e outros elementos como ser grandiosa e monumental. Também temos aquelas melodias inspiradas no folk que são muito típicas do Satyricon. Tudo isso ainda estará presente, mas o Satyricon hoje é uma banda verdadeiramente diversificada.
Vocês pretendem relançar o catálogo antigo em algum momento, como “Dark Medieval Times” ou “The Shadow of the Throne”?
Frost: Na verdade, já fizemos isso. Durante a pandemia, quando não podíamos fazer shows ao vivo, nos certificamos de que “Dark Medieval Times” e “The Shadow of the Throne” fossem disponibilizados novamente. Fizemos algumas reformulações para garantir que os álbuns antigos estivessem disponíveis da maneira que pretendíamos originalmente. Há novas capas e tudo mais nas versões relançadas.
Muito obrigado pelo seu tempo, Frost. Espero que tenha um bom dia e nos vemos em São Paulo!
Frost: Tudo bem, nos vemos em São Paulo. Estamos ansiosos por isso. Fiquem bem até lá.
Você também. Até logo!
Frost: Até mais.
SERVIÇO SÃO PAULO
Data: 13 de Novembro de 2024 – Quarta-feira
Abertura: 19:30
Início: 20:30
Local: Carioca Club Pinheiros
Endereço: Rua Cardeal Arcoverde, 2899 – Pinheiros – São Paulo, SP
Classificação etária: +16
Ingressos:
1º Lote – Pista – Meia-entrada / Promocional (Doe 1kg de alimento não perecível): R$ 220,00
1º Lote – Pista – Inteira: R$ 440,00
1º Lote – Camarote – Meia-entrada / Promocional (Doe 1kg de alimento não perecível): R$ 350,00
1º Lote – Camarote – Inteira: R$ 700,00
Venda: https://www.clubedoingresso.com/evento/satyricon-saopaulo