Entrevistas

James LaBrie (Dream Theater): “Mike Portnoy fez a seleção das músicas desta vez, como era costume quando ele estava na banda”

James LaBrie (Dream Theater): “Mike Portnoy fez a seleção das músicas desta vez, como era costume quando ele estava na banda”

5 de setembro de 2024


Os fãs do Dream Theater podem se preparar para uma experiência inesquecível, pois a banda anuncia sua tão aguardada turnê em celebração aos 40 anos de história. A turnê, intitulada “An Evening With Dream Theater”, marcará a primeira vez em 14 anos que a formação icônica, composta por James LaBrie, John Myung, John Petrucci, Mike Portnoy e Jordan Rudess, se reunirá para subir ao palco. As apresentações no Brasil acontecerão em dezembro de 2024, passando por Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, com shows de aproximadamente três horas repletos de clássicos e músicas favoritas dos fãs. Falamos com o vocalista James LaBrie sobre a vinda da banda ao Brasil. Confira!

Crédito: Vinícius Rosa/Headbangers News

HBN: O Dream Theater é conhecido como uma das bandas mais impressionantes para se ver ao vivo. Como você experimenta essa sensação, já que nunca se vê ao vivo?

James LaBrie: Uau, o sentimento é, de certa forma, indescritível. Acho engraçado você fazer essa pergunta, porque tivemos essa discussão entre nós na banda. Não seria incrível se pudéssemos ir lá na frente e assistir a nós mesmos, tendo a mesma experiência que os fãs? É bem louco estar no palco. Não é a mesma coisa ver a banda no DVD; ver ao vivo é algo muito especial e inesquecível. Estar no palco também é outra experiência, ver milhares de pessoas interagindo com você – é incrível testemunhar o sorriso e a curtição. O sentimento é incrível, é como flutuar. Mesmo quando você vê a banda num DVD, nunca é a mesma coisa que ver a banda ao vivo. Ver Rush ao vivo, por exemplo, não tem a mesma intensidade, nem a mesma mágica de fazer parte – é uma experiência louca!

HBN: Um dos instrumentos mais desafiadores em um show ao vivo é sempre a voz, já que é o único elemento que envelhece e muda. Como você está se preparando para isso?

James LaBrie: Tenho cantado muito e me preparado demais para esses shows. São mais de três horas de apresentação, então você tem que alternar músicas e talvez até mudar a forma de cantar para se adaptar às situações. É um desafio. Conversei com muitos cantores que estão envelhecendo e ainda cantando aos 60 e 70 anos – digo que temos que ajustar algumas coisas e que não cantamos mais como se tivéssemos 20, 30 ou 40 anos… temos que fazer escolhas. Mas, ao mesmo tempo, você quer manter o nível para que o público saia feliz e que tudo fique ótimo. Esse é o objetivo. Muitos cantores que amo mudaram seu jeito de cantar, mas ainda assim, tenho uma excelente experiência e saio do show feliz. Tenho que fazer ajustes e sei que não vou cantar músicas do Images and Words e do Awake da forma que cantava quando os álbuns foram lançados. Mas hoje sei que as músicas serão muito bem interpretadas e os fãs sairão muito satisfeitos dos shows.

HBN: Os fãs do Dream Theater são um dos mais devotos, comparáveis aos do Iron Maiden. Isso é algo que preocupa a banda quando vocês se apresentam ao vivo?

James LaBrie: Os fãs são muito críticos, como são com o Iron Maiden. Estamos sempre sob o microscópio. Rush também. Temos consciência dessa exigência dos fãs, mas não ficamos paranoicos com isso. Acho que se pensássemos nisso, falharíamos toda noite por causa da pressão em cima da gente.

HBN: Já vi o Dream Theater ao vivo algumas vezes e é sempre uma experiência diferente. Que experiência podemos esperar do DT hoje?

James LaBrie: A banda está fazendo uma turnê de 40 anos. Temos um novo álbum que terminamos de gravar e será lançado no começo de 2025. Isso é muito legal porque o álbum novo é tudo que queríamos que fosse – Mike Portnoy está de volta à banda, e isso por si só já nos deixa muito contentes. Tudo está incrível. Estamos numa situação maravilhosa. É um setlist maravilhoso montado por Mike, a iluminação e as músicas estão incríveis – os fãs vão amar.

Crédito: Vinícius Rosa/Headbangers News

HBN: Lembro do dia em que vocês tocaram Scenes Of A Memory na íntegra ao vivo, e isso ainda está bem vivo em minha memória. Vocês ouvem muito isso dos fãs?

James LaBrie: O show comemorativo para o álbum Scenes of a Memory foi algo realmente incrível. Sempre encontro fãs que falam a respeito desse show e que foi algo muito sentimental; pessoas choraram muito (risos) e sempre falam dele. É um álbum que os fãs abraçaram com todo coração. Mesmo que toquemos uma ou duas músicas desse álbum, é sempre legal ter uma emoção maior do que todas as outras – é muito bom fazer parte da história de vida de nossos fãs.

HBN: Como o DT lida com a escolha das músicas ao vivo, já que vocês têm tantas músicas incríveis para escolher ao longo de 40 anos de carreira?

James LaBrie: Mike Portnoy fez a seleção das músicas desta vez, como era costume quando ele estava na banda. Agora que ele voltou, ele novamente está encarregado disso. Ele fez um setlist maravilhoso. Mike não é apenas um membro da banda, mas um fã (risos). Ele é muito atento e sabe tudo sobre a banda. Não consigo imaginar ninguém saindo do show falando “ah, queriam que eles tivessem tocado esta” ou “ah! Eles deveriam ter tocado aquela”. O fã sai do show com a sensação de que foi preenchido com tudo, já que Mike Portnoy é um mestre em escolher as músicas certas. Há sempre exceções, mas os fãs sairão realizados do show.

HBN: Muitas pessoas gostam de perguntar sobre o retorno de Mike Portnoy, mas sempre fiquei curioso sobre Myung, já que ele não fala muito. Como é trabalhar com ele no palco e no estúdio?

James LaBrie: John é um cara único e muito amoroso. Ele é um excelente baixista, aparece, toca o baixo dele com maestria e vai embora. Interagimos com ele sim, mas, para ser honesto, John Myung vive em seu mundinho. Ele é muito silencioso, muito taciturno e se afasta de aglomerações; faz as coisas do jeito dele. Respeitamos isso e o deixamos no canto dele sempre. Ele é assim. Nós o aceitamos assim – ele fala de vez em quando, mas na maioria das vezes fica na dele. Mas nos shows ele dá 100%. Nós não somos todos iguais, mas no palco damos sempre 100% – mas ele é mais recolhido, mais introvertido, melhor dizendo.

HBN: Posso perguntar por que ele prefere ficar mais na dele em comparação aos outros membros do Dream Theater no palco?

James LaBrie: É tão doido que John Myung, sendo a pessoa que é, tenha virado uma estrela do rock e escolhido esta carreira. Ele quer ser deixado sozinho, gosta de andar sozinho, mas ao mesmo tempo tem milhares de fãs. É muito bizarro, mas o amamos e definitivamente é um dos maiores baixistas de todos os tempos.

CONFIRA OS SHOWS DO DREAM THEATER NO BRASIL:

10/12 (sexta-feira) Belo Horizonte @ BeFly Hall
Vendas: https://fastix.com.br/events/dream-theater-40th-anniversary-tour-belo-horizonte

13/12 (sexta-feira) Rio de Janeiro @ Vivo Rio
Vendas: https://www.clubedoingresso.com/dreamtheater

15/12 (domingo) São Paulo @ Vibra São Paulo
Vendas: https://www.clubedoingresso.com/dreamtheater

16/12 (segunda-feira) Curitiba @ Live Curitiba
Vendas: https://www.clubedoingresso.com/dreamtheater

17/12 (terça-feira) Porto Alegre @ Auditório Araújo Vianna
Vendas: https://bileto.sympla.com.br/event/93544

Dream Theater Online
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