Conversamos com um dos ex-vocalistas do Anthrax, Neil Turbin, que falou sobre sua experiência traumática numa das maiores bandas de thrash metal do Mundo, sua redenção no mercado da música e seu amor pelos músicos e produtores brasileiros.
Neil Turbin é um músico estadunidense e ex-vocalista de uma das maiores bandas de thrash metal da Bay Area – o Anthrax. O músico está se preparando para vir para o Brasil, onde se apresentará com uma banda formada por brasileiros e em seu repertório traz um dos álbuns mais emblemáticos do Anthrax no qual ele ajudou a compor praticamente tudo – o álbum de estreia da banda intitulado ‘Fistful Of Metal’.
Mas Neil diz que não é apenas o álbum que será tocado no show e complementa “teremos músicas do EP Armed and Dangerous e algumas músicas do álbum Spreading the Disease onde sou também sou co-autor em duas músicas. Farei todas as músicas que estão na versão em LP como também músicas do Neil Turbin e Deathrider.”
Turbin diz que é importante celebrar os 45 anos do lançamento do álbum ‘Fistful of Metal’ já que Anthrax certamente não mostrou interesse algum em comemorar o aniversário deste álbum histórico. O músico acrescenta que escreveu e compôs praticamente tudo neste que é o derradeiro início de uma história de sucesso de uma das bandas mais icônicas do estilo do Mundo.
A conturbada relação com Scott Ian e os outros membros da banda
“Eu fui acusado por diversas vezes por Scott Ian de querer impor uma regra de como nós deveríamos nos vestir”, comenta Turbin. “Eu sempre tive o meu estilo e ele tinha o estilo dele e Scott sempre queria ser como Iron Maiden”, comenta Neil. “Queria se vestir de preto e vermelho como eles faziam”, comenta o vocalista. O músico completementa que a banda queria ser como Metallica, Judas Priest, Pantera e até Run DMC em alguns momentos. Ele não queria ser como nenhuma daquelas bandas famosas na época – ele as admirava apenas.
Discussões sobre a velocidade das músicas também eram constantes onde Turbin queria com que as músicas fossem mais rápidas. “A energia da música tem que estar certa e temos que trabalhar como um time e é isto que estamos fazendo com os músicos do Brasil – estamos trabalhando como um time.”
Sofri de bullying por muito tempo convivendo com Scott e os outros músicos do Anthrax – comenta Turbin. “Por diversas vezes fazia cintos e manoplas usando pecinhas de ferro. Eu usava nos shows e em fotos, mas Scott ria de minhas atitudes e fazia pouco caso sobre os presentes que dava para eles. Eu fazia tudo manualmente e com muito amor, por que realmente amava a banda e tudo o que tava rolando naquela época. Eu queria fazer parte de um time, mas fui castigado por pensar desta forma.”
Turbin continuou seu relato: “Acho que Anthrax é uma banda completamente diferente daquilo que propuseram no início. Tiveram outros vocalistas também como Dan Nelson e John Bush que sofreram nas mãos destes músicos inescrupulosos.Eu era um músico apaixonado e amava o que fazia – eles tiraram isto tudo de mim na época.”
Neil ainda complementou “Charlie (N.R.: Charlie Benante, baterista do Anthrax) queria compor partes com guitarra. Se ele quisesse ser guitarrista, ele deveria parar de tocar bateria. As ideias dele para a capa do álbum “Spreading the Disease” era uma figura pixada de um cara numa roupa espacial – era algo assim ridículo e nada profissional. No final quem acabou escrevendo os riffs foi eu Dan Lilker e Dan Spitz.”
O músico acrescentou – “na época era uma luta eterna por controle e pelo poder de dizer algo na banda. Eu só queria fazer parte de um time que trabalhasse junto e criasse músicas legais! Teria sido muito inteligente se Scott Ian tivesse pensado um pouco nos fãs e tivesse feito algo como o Helloween e tivesse juntado todos que fizeram parte da banda – ou pelo menos os vocalistas. Michael Schenker fez a mesma coisa. Eu sei que nem todos querem fazer isso, mas ajudou a carreira das outras bandas. Certamente teria ajudado a carreira de todos no Anthrax. Scott tenta apagar a história de diversos músicos que fizeram parte da banda – nós resistiremos!”
John Bush no Anthrax
Conforme Neil Turbin, John Bush foi um excelente vocalista no Anthrax e a fase dele na banda foi excepcional. “Creio que colocar John Bush nos vocais teria sido muito melhor se tivesse sido feito antes. Mas a banda estava lutando diretamente contra o estilo musical que estava fazendo sucesso na época – o grunge e o estilo musical deles na época tinham muito do grunge.” Turbin diz que com ele isso nunca teria acontecido. “Musicalmente isto não é o que eu ouço. Seria como um selo que viesse e me obrigasse a tocar este estilo musical.”
Os shows no Brasil e redenção
Turbin disse em sua entrevista que está animado para os shows no Brasil e que nunca teve uma experiência tão incrível de estar numa equipe como agora. “Estou muito animado em poder trabalhar com Eliton Tomasi e a Suzy dos Santos. A Som do Darma é uma empresa incrível e estão fazendo de tudo para fazer esta uma experiência única para mim. Sem contar com os músicos que estão ensaiando comigo.”
Neil Turbin citou todos os músicos que farão parte da banda e que se apresentarão com ele em solo brasileiro. “Teremos o Rafael Gonçalves na bateria, da banda Brave, Bill Martins da banda Hellish War no baixo, na guitarra o músico Thales Statkevicius do Hammathaz e um outro guitarrista chamado Jader Menoci – todos excelentes músicos e que sabem trabalhar em equipe e que se dedicam ao máximo.”
“Também tocaremos em Vila Velha, no Espírito Santo, onde vamos ter tarde de autógrafos e tocaremos um set inteiro” comenta Turbin. “Estou muito animado de verdade em poder fazer estes shows, pois estes músicos e produção não estão ligando para o dinheiro. Eles estão fazendo isto pelo coração e paixão pela música. Acho incrível que ainda existam pessoas assim no Brasil e acredito que será uma grande oportunidade de mostrar como algo que funciona quando é feito com honestidade e com paixão” comenta o músico.
Mais informações:
Neil Turbin “Fistful of Metal Alive 40th Aniversary Tour” + Hammathaz
Serviço – Vila Velha/ES:
Neil Turbin + Hammathaz + Lifeforce + Desert Voices
Data: 21 de Abril de 2023
Horário: 21h
Local: Correria Music Bar – Av. Est. José Júlio de Souza, 740 – Praia de Itaparica – Vila Velha/ES – CEP 29119-113
Ingressos: R$ 85,00 (Primeiro Lote) à venda pelo Whats App (27) 99238-5703
Informações, reservas e caravanas: https://www.instagram.com/lifeforceproducoes/
Serviço – Campo do Meio/MG:
Neil Turbin + Hammathaz no CDM Metal Fest (também se apresentam no mesmo dia Edu Falaschi, Troops Of Doom, Viper, Garotos Podres, The Mist, Justabeli, Azul Limão e Seventh Seal)
Data: 22 de Abril de 2023
Horário: 16h
Local: CDM Metal Fest – Av. Beira Lago – Campo do Meio/MG
Ingressos: R$ 10,00 por dia ou R$ 30,00 para a Área de Camping (à venda apenas na portaria no dia do evento)
Informações, reservas e caravanas: https://www.instagram.com/cdmmetalfest/
Serviço – São Paulo/SP:
Neil Turbin + Hammathaz + Warsickness + Selvageria
Data: 23 de Abril de 2023
Horário: 17h
Local: Jai Club – Rua Vergueiro, 2676 – Vila Mariana (entre as estações Vila Mariana e Ana Rosa do metrô) – São Paulo/SP
Informações, reservas e caravanas: https://www.instagram.com/caveiravelhaproducoes/
Mais Informações:
www.instagram.com/deathriders (Neil Turbin)
www.instagram.com/hammathazofficial/ (Hammathaz)
