The Damnnation é um power trio formado no início de 2019 pela guitarrista e fundadora Renata Petrelli (Marie Dolls, ex-Sinaya) com a baterista Cynthia Tsai (Little Room, ex-Sinaya) e a baixista Camis Brandão. Atualmente, a banda é composta por Renata Petrelli, responsável pelos vocais e guitarra, além de contar com a contribuição de Aline Dutchi no baixo e Janaina Melo na bateria.
As influências musicais do The Damnnation são igualmente impressionantes, com ecos de bandas lendárias como Testament, Megadeth, Metallica e Kreator se fazendo presentes em sua música. No entanto, o que torna o som da banda verdadeiramente único é a maneira como elas incorporam essas influências em suas composições, criando algo que é inconfundivelmente identidade da banda.
Em 2020, a banda lançou o EP “Parasite”, destacando tanto na mídia nacional quanto internacional. “Parasite” conquistou o 9° lugar de melhores lançamentos de 2021, em votação realizada pelo site Metal Injection. Em 2021, The Damnnation assina contrato com a gravadora holandesa SoulSeller Records e lançam em 2022 o seu álbum de estreia “Way Of Perdition”.
Confira a entrevista que realizamos com Renata Petrelli, vocalista e guitarrista do The Damnnation:
Vamos começar do início! Como vocês se conheceram e formaram o The Damnnation?
Renata Petrelli: Nós três já nos conhecíamos. Tocamos juntas na Sinaya em momentos diferentes. Quando saí da banda, montei a Damnnation. Em pouco tempo a Dutchi assumiu o baixo e a Janaína mais recentemente a bateria.
Quais são as principais influências musicais que norteiam a sonoridade da banda?
Renata: Thrash Metal da Bay Area e o alemão mais moderno, e algo do Death metal sueco. Outras não tão óbvias como o grunge e southern rock em solos também se fazem presentes
O thrash metal é conhecido por sua energia e agressividade. Como vocês abordam a criação de músicas que capturam esse espírito, ao mesmo tempo em que mantêm a originalidade e a identidade da banda?
Renata: Acho que a raiva, revolta, decepção com a sociedade, humanidade em geral e círculos próximos são boas fontes de inspiração. Musicalmente, nada é muito pensado. Acontece naturalmente sentada em casa.
Em 2020, vocês estrearam com o EP “Parasite”. Conte-nos um pouco como foi a experiência de compor e gravar esse primeiro registro?
Renata: Foi bem rápida, eram músicas que eu já tinha na gaveta para a banda anterior e preferi apostar nesse projeto. Quando gravamos, a banda não tinha 6 meses. A composição foi mais individual também e letras mais pessoais.
“Way of Perdition”, lançado em 2022, recebeu muitos elogios da crítica. Como se deu o processo criativo por trás desse álbum?
Renata: O processo foi bem semelhante ao de Parasite. Trouxe todos os esqueletos das músicas, mas dessa vez a Dutchi já conseguiu colaborar com linhas de baixo mais criativas e com maior preenchimento, que funciona melhor ao vivo. Também tivemos a prévia dos vocais com a Mayara Puertas e o Martin Fury (que também mixou) a gravação foi feita no Flight Studio (mesmo de Parasite).
No processo de composição lírica da banda, quais temáticas são abordadas e como se dá esse processo criativo? Qual mensagem esperam transmitir ao público?
Renata: No geral falo sobre revoltas pessoais que também sei que muita gente passa, falo sobre política, contra o machismo, sobre desigualdade, guerra.
The Damnnation se apresentou no Abril Pro Rock, em Recife, na edição deste ano e agora estão no line-up do festival Maranhão Open Air. Como vocês veem a oportunidade de fazer shows em outras regiões, poder alcançar um público maior?
Renata: Fico muito feliz que o Brasil no geral está de portas abertas para ouvir nosso som. Tanto o APR quanto o MOA e o Otacílio no começo do ano são grandes marcos para a banda, tocando para públicos cada vez maiores.
Como foi o seu primeiro contato com a música? O que a inspirou a se tornar uma musicista?
Renata: Gosto de rock desde cedo, por influência da minha mãe. Acho que Nirvana e meu primeiro show, do Metallica, me fizeram querer tocar em banda.
Quais são suas principais influências musicais? Quais artistas te inspiram?
Renata: Dave Grohl, Taylor Hawkins, Charlie Starr, Dave Mustaine, James Hetfield, Kai Hansen.
Como foi sua primeira experiência na música?
Renata: Primeira vez que me apresentei na escola tinha 13 anos. Foi horrível rs.
Quais foram os momentos mais memoráveis da sua carreira até agora?
Renata: Fazer turnê pelo Nordeste, Am. Latin e Europa.
À medida que sua carreira se desenvolveu, você enfrentou desafios únicos como vocalista e guitarrista. Como você lida com esses desafios e os supera?
Renata: Tomo 2 cervejas antes de cada show. Sou uma pessoa tímida por mais que não pareça. E tento não pensar muito na multidão. No geral as guitarras decoro antes, letras depois. E não bebo água gelada e não fumo.
Ao longo dos anos, você teve a oportunidade de tocar em diferentes lugares. Existe algum local que seja especial para você e que tenha uma conexão única com a sua música?
Renata: Gostei muito de tocar na Holanda, no Peru, na Argentina que é um país que tenho muito carinho e muitos amigos. No Brasil o nordeste inteiro é sempre incrível!
Além da música, quais são suas outras paixões e interesses na vida? Como você encontra equilíbrio entre sua carreira musical e suas atividades pessoais?
Renata: Eu trabalho com marketing e faço outros tipos de arte, tipo desenho e pintura. O equilíbrio vem do relaxamento que desenhar me proporciona.
Atualmente, há várias bandas de metal com mulheres em sua formação, algo que no passado era muito raro. Quais os principais desafios para as mulheres numa cena que foi constantemente predominantemente masculina? Como você vê a presença das mulheres no cenário musical, especificamente no metal?
Renata: Acho que o maior problema é o homem desdenhar ou diminuir o conhecimento ou opinião da mulher, achar que pode ludibriar. Sobre a presença nossa no cenário, está cada vez mais abrangente em todos os setores, o que acho ótimo.
Além da banda The Damnnation, você tem outros projetos ou parcerias?
Renata: Sim, toco em um Foo Fighters cover e estou iniciando um projeto de southern rock. Vamos ver. Para quem ainda não conhece a banda, conte um pouco da história, sonoridade e principais conquistas do Damnnation.
Se pudessem escolher qualquer artista ou banda para colaborar, quem seria e por quê?
Renata: Testament é uma das minhas maiores influências no thrash metal e a banda em si é muito acessível e gente boa.
Quais os planos futuros do The Damnnation?
Renata: Temos algumas coisas para divulgar nos próximos dias e estamos também no meio das gravações do segundo álbum, que terá mais peso e velocidade, mas também algumas novidades de arranjo.
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