Leonardo Benaci Fotografia
Formado desde 2010 na grande cidade de São Paulo, a banda Válvera segue em sua nova fase, melhores do que nunca. A banda irá lançar o novo álbum, ‘Cycle Of Disaster’, e está com toda força este novo trabalho que promete surpreender. A banda concedeu uma entrevista ao site Headbangers News, onde conta sobre as mudanças na banda, o contrato com o selo americano Brutal Records, expectativa com o novo trabalho e a emoção de ganhar o concurso New Rock Bands.
‘Cycle Of Disaster’ foi gravado no Dual Noise Studio 2020, em São Paulo/SP, produzido pela banda em conjunto com o Rogério Wecko e será lançado dia 28 de agosto, via Brutal Records.
“Cycle of Disaster” estreia este mês, e podemos notar que houve uma grande evolução na banda. Sabem explicar a que se deve essa mudança?
(Glauber) Estamos completando 10 anos de banda, temos cerca de 200 shows nas costas, tour europeia, é muita estrada. Nós estamos todos trabalhando exclusivamente com música. Então a gente acorda, dorme, respira e vive música 24 horas. Acho que tudo isso nos faz crescer, existe um foco, nós sabemos o que queremos e aonde queremos chegar.
Quando a banda começou éramos apenas uns moleques com a pretensão de tocar e beber, hoje a gente busca tocar e beber, mas tem coisas muita maiores como meta. Nos queremos sempre inovar e evoluir nosso som, tocar mais, fazer mais e claro, ter a um dia chegar ao ponto de viver fazendo turnês mundiais.
Como foi fechar o contrato com uma gravadora americana? É o primeiro trabalho da banda com um selo internacional?
(Glauber) Sim, é nosso primeiro selo internacional. Toda banda sonha fechar um contrato americano ou europeu. Nós entendemos que não existe milagre, que uma gravadora de fora vai nos ajudar muito, mas o corre da banda nunca pode diminuir. A Brutal Records vai lançar nosso álbum mundialmente e nos ajudar a chegar em lugares que antes era bem difícil chegar, tem resenha saindo no mundo todo. Ficamos felizes de chamar atenção de uma gravadora gringa, mostra que estamos no caminho certo.
Como estão as expectativas para este novo álbum?
(Leandro) A expectativa já é realidade. Nossa ideia com o ‘Cycle Of Disaster’, primeiramente, foi modernizar o som do Válvera, e com isso atingir a visibilidade internacional. Conseguimos modernizar o som e, coincidentemente, era a peça que faltava para encontrar a nossa identidade sonora. Consequentemente, as composições ficaram tão boas que a mídia internacional começou a olhar mais pra banda, como podemos ver com tantos reviews vindos de outros países.
Jéssica Mar
Válvera se apresenta como uma das finalistas do concurso New Rock Bands, em São Paulo.
O single “Glow of Death” fala da contaminação por Césio-137, famoso ‘O brilho da morte’. Achei essa música bem curiosa e consegui encontrar uma conexão á pandemia que estamos vivendo. Vocês podem comentar sobre a música e o processo de composição?
(Glauber) Dá pra se fazer ligações a pandemia. Por isso lançamos ela primeiro, pois o acontecimento todo é uma lição que não pode ser esquecida. A irresponsabilidade de um pode acarretar na morte de muitos. Todas as músicas do álbum acabam tendo conexões com os dias atuais, essa é a grande sacada do álbum, por isso se chama “Ciclo de Desastres”, eles sempre voltam a acontecer. Sobre a composição, nós pisávamos em alguns terrenos do Groove em outros álbuns, algumas passagens leves, mas dessa vez decidimos usar ele a fundo nessa música. Esse tema é sombrio, carregado e precisava de uma música pesada. Primeiro fizemos a melodia, de princípio seria em uma afinação mais alta, mas aí decidimos levar pra B Standard e fazer algo diferente de tudo que já tínhamos feito. Depois encaixamos a letra baseada na história real e nasceu a “Glow Of Death”.
Recentemente vocês ganharam o concurso New Rock Bands, promovido pela prefeitura de SP, TopLink e Autoral Brasil Kiss FM, uma grande conquista para as bandas autorais. Foi o primeiro concurso de bandas que vocês ganham?
(Rodrigo) Sim esse foi o primeiro concurso que ganhamos, foi uma vitória que significou muito para nós, já tínhamos batido na trave diversas vezes como no Rock Na Praça entre outros, mas como diz o ditado quem acredita sempre alcança e dessa vez rolou, foi maravilhoso, uma felicidade indescritível. Essas coisas levantam o moral da banda que está parada por causa da pandemia, foi um alívio poder subir no palco. E o fato de isso ter rolado perto do lançamento do nosso álbum, realmente foi a melhor hora possível. Agora mais do que nunca estamos motivados pra trabalhar e trazer shows e sons melhores para o nosso público, acredito que essa é a primeira de muitas vitórias que vem por aí.
Com um longo tempo de estrada, após essa porta aberta, contrato com a gravadora americana… Com toda essa bagagem, olhando para trás, como vocês enxergam a estrada do Válvera?
(Rodrigo) Hoje a gente sabe que toda banda tem seu tempo, mas no começo não víamos assim e acabamos muitas vezes sofrendo por coisas simples, faltava experiência, diz o ditado que ‘experiência só vêm quando se ferra bastante ‘ e nós nos ferramos um bom tanto. Olhando para trás nós vemos que foi uma estrada difícil, cheia de pedras, a mudança para São Paulo foi algo bem complicado, acredito que todos nós sofremos de alguma forma, mas acredito que no nosso meio a estrada constrói caráter e a nossa conta uma história de quem aprendeu a suar, sangrar e trabalhar no Underground, e vejo isso como uma história vitoriosa, claro que se pudesse voltar no tempo mudaria algumas coisas, mas hoje sei que o que passamos foi o necessário para chegarmos nesse momento com mais força e experiência do que nunca.
Jéssica Mar
Válvera se apresenta como uma das finalistas do concurso New Rock Bands, em São Paulo.
Um dos prêmios foi uma quantia em dinheiro para investir na banda…Como esse prêmio ajudou vocês?
(Gabriel) Essa premiação deu um fôlego novo pra gente, já que todos vivemos da música, e sem shows, a gente não tem muito aporte pra poder preparar material novo pro público, por exemplo as nossas camisetas, pôsteres, etc. Esse dinheiro que chegou salvou nossa pele nesse quesito
Em meio á tantas críticas pesadas á cena do metal nacional, feita pelos próprios brasileiros… Como vocês enxergam a cena atual do underground?
(Rodrigo) Falar sobre a cena é algo complexo, nós conhecemos milhares de pessoas maravilhosas, tem gente que nunca te viu e mesmo assim contrata o seu show e coloca você pra dormir debaixo do mesmo teto e do outro lado tem aqueles que tentam cavar a sua cova. Enfim acredito que a cena seja um reflexo do momento que vivemos no mundo com pessoas boas e outro tanto de ‘FDPS’, fato é que aprendemos a trabalhar com todos eles, tiramos e damos o nosso melhor pra quem quer nosso bem, lutamos e corremos juntos e mandamos um foda-se pros arrombados de plantão, afinal a vida é assim tem quem não é feliz e não é nossa pretensão agradar a todos.
Quais os próximos passos do Válvera?
(Leandro) Os próximos passos são: o show de lançamento do ‘Cycle Of Disaster’, que estamos preparando pra ser o maior espetáculo feito pelo Válvera na história da banda, gravar clipes para as músicas do novo álbum e, por fim, fazer turnês nas Américas do Sul, do Norte e na Europa, assim que essa terrível pandemia tiver acabado.
Muito obrigada pela entrevista! Deixem um recado para os leitores do Headbangers News!
(Gabriel) Agradeço demais pelo espaço, logo mais o ‘Cycle Of Disaster’ tá aí, e vamos voltar pros palcos o mais rápido possível assim que a pandemia se resolver, quero ver vocês nos shows com a gente!
Marcelo Vasco