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Andreas Kisser fala sobre luto, novos hábitos e Sepultura

26 de outubro de 2023


Andreas Kisser foi o entrevistado desta terça-feira (24), do programa Provoca, da TV Cultura, apresentado por Marcelo Taz. O guitarrista do Sepultura respondeu perguntas do apresentador e de telespectadores, comentando desde seu processo de passagem pelo luto a possibilidade de uma reunião nos 40 anos do Sepultura.

Sobre a importância do Sepultura, Andreas responde:

“Sepultura já viajou 80 países pelo mundo. Você vê que a música abre portas de uma maneira absurda. Por exemplo, Indonésia”, afirma Andreas. “Nossos maiores seguidores são Brasil e Indonésia”, completa.

A liberdade trazida pela internet versus a pressão da indústria:

“A pressão da indústria está sempre. Em algum momento você precisar entrar para indústria. Você vai precisar ter um contato com algum empresário. Abrir para uma banda maior. Vai ter que negociar. Quanto mais informação e educação mais livre você vai ser dentro do processo.”

Andreas Kisser, o renomado guitarrista brasileiro, desponta como uma figura emblemática no universo do heavy metal. Nasceu em 24 de agosto de 1968 em São Bernardo do Campo (SP), e desde jovem trilhou seu caminho na música, destacando-se como um dos talentos mais promissores do cenário. Sua entrada no Sepultura em 1987 foi um marco na história da banda, impulsionando-os para o reconhecimento internacional e consagrando-os como referência no metal. Com habilidade técnica excepcional e uma paixão ardente pela música, Kisser elevou as performances ao vivo a um nível impressionante, conquistando uma legião de fãs ao redor do mundo.

No programa, quando perguntado sobre o passado em relação aos irmãos Cavalera:

“É uma parte da nossa história que foi importante, sem dúvidas. Mas a escolha de sair foi deles.Não foi uma coisa que a gente mandou embora. Eles estavam com outras ideias, enfim. Muita gente acha que ‘ah, ficou o nome Sepultura’, como se fosse uma coisa pronta e estava tudo certo. Mas a gente teve muito a construir”, responde Andreas.

Sobre uma possível reunião, Andreas Kisser descarta essa possibilidade.

Após um ano de luto da perda da esposa, Patrícia Kisser, que morreu decorrente de um câncer de cólon, o músico reflete sobre esse processo.

“O luto vai ser para sempre. O tempo é um conceito muito doido. Muitas vezes ele é amigo, ele ajuda; muitas ele é terrível, ele massacra realmente. Acho que é um processo, eu tenho passado por todo esse processo. Dias difíceis. Dias melhores.”

Além disso, Andreas falou sobre sua decisão de parar de beber.

“Parei de beber. Faz 3 anos e meio que não bebo mais. Álcool. Foi a melhor decisão da vida. Isso foi antes da pandemia, antes do diagnóstico da Patrícia. Não ter a opção do álcool nos momentos mais difíceis da minha vida foi a melhor coisa que pude ter.”

Este luto público também nos lembra da importância de valorizarmos e celebrarmos aqueles que amamos enquanto estão presentes em nossas vidas. É uma oportunidade para refletirmos sobre a brevidade da existência e sobre como o apoio mútuo em momentos difíceis é essencial para superarmos as adversidades.

“Estou me reconhecendo como outra pessoa. (…) Tenho feito meditação, respiração, banhos frios, pilates, exercícios, conhecendo muita gente, lendo livros a respeito desse assunto, terapia, coisa que não fazia antes, terapia tem me feito muito bem…”

Junto aos seus filhos, amigos e familiares tem conduzido o movimentoMãetrícia que se trata de um projeto em homenagem à Patricia Perissinotto Kisser, cujo objetivo é discutir morte digna. A importância de levar conhecimento sobre os cuidados paliativos, testamento vital, dentre outras decisões importantes diante de um tema que ainda é evitado e pouco discutido na sociedade, que é o destino de todos nós, a morte.