O hardcore, como um movimento sociocultural que vai além de se fazer música, busca abrir a mente do indivíduo como parte de um mundo e suas desigualdades, adversidades e crueldades, ao mesmo tempo um espaço e tempo do amor, da felicidade, de amizades e de respeito à diversidade.
No segundo disco da carreira, intitulado Sabotagem, o quarteto Apto Vulgar de Jacareí (interior de São Paulo) carrega as 10 faixas com mensagens de alerta e questionamentos sobre o duro cotidiano em que todos querem ao menos dignidade para seguir em frente.
Ouça aqui: https://onerpm.link/573426545098.
Gravado ao longo de 2021 no 1100 Estúdio, em Diadema (SP), Sabotagem soa propositalmente cru e orgânico: escancara o punch dos acordes e realça a quebrada da bateria graças à cuidadosa mixagem e masterização do produtor Vinicius Buchecha.
O álbum mostra o amadurecimento do Apto Vulgar, tanto na sonoridade, colocando o HC old school em diálogo com variáveis contemporâneas do gênero ou misturando com hip-hop e heavy metal, como também nas mensagens das letras, que trazem urgentes críticas sociais, questões da conduta humana e sobre a vida cotidiana.
“Sabotagem é um disco sólido, onde conseguimos nos expressar de várias formas através da música, contar várias histórias, cada uma delas fala de alguma coisa real, um problema social ou interno. E um disco político de várias formas, é sobre amor, sobre raiva, e todo tipo de sentimento que podemos ter!”, comenta o vocalista Bonzo.
Dorgs (guitarra), Luciano Leres (bateria) e Rafael “Mortão” (baixo) completam a banda, na ativa desde 2012 e que, recentemente, no pré-lançamento de Sabotagem, fez shows ao lado de Ratos de Porão, Bayside Kings, Surra, Garage Fuzz, entre outras.
E por falar em Bayside Kings, outro nome da atual revolução do hardcore nacional, o vocalista Milton Aguiar canta ao lado de Bonzo em uma das faixas do disco, ‘Tempo e Espaço. A música é uma das mais impactantes de Sabotagem, com uma dinâmica que vai crescendo e repleta de referências ao hip hop.
Neste momento da carreira, com quase 10 anos de estrada, o Apto Vulgar reforça a urgência do hardcore na indústria musical, não apenas num nicho, mas também abrindo brechas e mentalidades com um disco forte, de letras diretas e reflexivas sem ofender ou julgar.
“Mostra um caminho paralelo a propagandas, uma forma de ver além daquilo que vemos é principalmente consumimos, conclui Bonzo.
Gustavo Amaral/Divulgação
A banda
De Jacareí, interior de São Paulo, a Apto Vulgar existe desde 2012 e é formada por Bonzo (vocal), Dorgs (guitarra), Luciano Leres (bateria) e Rafael “Mortão” (baixo).
Os primeiros singles foram lançados em 2016: Resistência e As Grades, sucedidos em 2017 pelo primeiro disco, ‘Sistema Não Operacional’, de oito faixas de um hardcore direto e reto, metalizado.
Em 2018 veio um EP, O Inimigo, que assim como o debut, trazia agressividade nos riffs e nas letras para refletir sobre questões políticas e sociais do Brasil, uma marca que o Apto Vulgar carrega até hoje em suas composições.
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