“Tetra” novo EP de quatro faixas do trio instrumental piauiense Autoclismo já existia antes do planeta Terra parar diante de uma pandemia sem precedentes na história da humanidade. Suas quatro faixas já faziam parte do repertório ao vivo da banda, algumas há poucos meses, outras desde sempre. O consenso era que este trabalho deveria “amarrar” o percurso da banda também. Enquanto o mundo se isolava e aprendia a sobreviver à base de protocolos, “Tetra” foi gestado.
O EP acaba de ser lançado em todas as plataformas de streaming pelo selo Electric Funeral Records.
Importante ressaltar também que “Tetra” foi um enorme quebra-cabeças, já que foi concebido sem que todos os envolvidos pudessem dividir o mesmo ambiente, contando para isso com a ajuda das novas tecnologias e do apuro logístico do estúdio 202, em Teresina.
O EP abre com “Venice”, uma das canções mais antigas do repertório, e talvez a faixa que mais sintetiza a proposta da Autoclismo: energia, melodia contagiante e marcante, que deixa um rastro de adrenalina logo na primeira audição. “Obsolescence” traz peso, andamentos quebrados e guinadas sonoras, que fazem dela uma das faixas mais dignas de “estranhamento” na escalação.
“Nuts Bloody Nuts” é a caçula desse trabalho, e teve sua estreia mundial durante a apresentação da banda no festival Mar.The. É uma prima distante de “Venice”, com quem espelha guitarras marcadas por energia e melodia, sem deixar faltar peso. “SAMO” (ou “Same Old Shit” para os íntimos) fecha “Tetra” com rapidez, e “notas” de estranheza para aguçar os ouvidos mais ávidos.