Carlos Pupo/Headbangers News
O Dead Fish não só mantém até hoje a urgência em estar como também sabe gerenciar a própria autonomia para continuar existindo como banda por mais de três décadas. Com uma trajetória que começou em 1991, em Vitória, no Espírito Santo, o grupo conquistou respeito no cenário independente e ainda conseguiu romper as barreiras do underground para se tornar referência de hardcore em todo o território nacional. Prestes a rodar o sul do país celebrando os mais de 30 anos em atividade, o vocalista Rodrigo Lima concedeu entrevista à Abstratti Produtora, responsável pelas apresentações junto com a Ablaze. Em Porto Alegre, o show ocorre dia 26 de março, no Opinião (Rua José do Patrocínio, 834), às 19h, com abertura da veterana banda gaúcha Atrack. O quarteto capixaba toca ainda em Curitiba (dia 25/3, no CWB Hall) e Florianópolis (em 27/3, no John Bull Pub).
Antecipados para o evento na capital gaúcha estão no terceiro lote e podem ser adquiridos e neste link (https://bileto.sympla.com.br/event/71107).
“É uma situação muito complicada porque nós somos os primeiros a ser afetados e provavelmente os últimos a serem assimilados de volta na vida cotidiana (…). Existe um projeto de aniquilação do meu meio. Outros setores como futebol ou música sertaneja seguiram. Não que eu seja contra, de boa, adoro futebol, só não sei se sou muito fã de sertanejo. Enfim, eles têm direito de continuar trabalhando. Só que eu pagar por isso, depois de dois anos, não dá. O DF é uma banda estradeira. Desses 30 anos de banda, creio que uns vinte e tantos foram dentro de transportes para ir a shows. E isso é minha casa, sempre me senti confortável num banco de van, de avião ou de ônibus, correndo atrás, fazendo as coisas acontecerem”, desabafa Rodrigo.
O papo completo pode ser conferido aqui (abstratti.com/urgencia-em-estar-vivo-e-batalhar-pela-arte-entrevista-rodrigo-lima-dead-fish/) e dá uma dimensão de o que esperar nesse momento delicado, porém necessário, de retomada das atividades presenciais em eventos de cultura. A trajetória do próprio Dead Fish, arte versus política e nostalgia também foram temas da conversa.