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Festival Verão Sem Censura traz show da banda Pussy Riot

Festival Verão Sem Censura traz show da banda Pussy Riot

24 de janeiro de 2020


Em 29 de janeiro, às 21h, Maria Alyokhina lança Riot Days, em tradução direta do russo por Marina Damaros, coedição da n-1 edições e Editora Hedra, no Centro Cultural São Paulo. No livro, a ativista faz um relato contundente sobre sua atuação política e o tempo passado na prisão. Antes do lançamento, às 19h, será exibido o filme Act and Punishment, seguido de bate-papo com a escritora e outros integrantes do grupo. No dia 30, Pussy Riot se apresentará junto com Linn da Quebrada na rua Vergueiro, em frente ao CCSP, dentro da programação do Festival Verão Sem Censura da Prefeitura de São Paulo. Após o show, a Dj Kot, integrante do grupo, fará um set encerrando o festival. Além do livro Riot Days, a n-1 edições lançará dois cordéis escritos por mulheres que passaram pelo sistema prisional brasileiro.

Livro

Livro "Riot days" será lançado em português no dia 29 de Janeiro no Centro Cultural São Paulo

Riot days é um relato cru, alucinatório e apaixonado sobre a prisão da autora, Maria Alyokhina, e julgamento em uma colônia penal nos Urais após participar de um protesto punk contra Putin em uma igreja ortodoxa. A tradução, direto do russo, foi feita por Marina Damaros, doutoranda em Cultura e Literatura Russa pela USP, mestra em Jornalismo Internacional pela Rossiyskiy Universitet Druzhbi Narodov e bacharel em Comunicação Social pela Faculdade Cásper Líbero. Os primeiros 300 exemplares do livro, virão acompanhados por dois cordéis e serão embalados em balaclavas coloridas confeccionadas especialmente pela  Cooperativa Libertas, de mulheres egressas do sistema penitenciário brasileiro. Parte do lucro da venda dos livros será revertida à causa internacional do grupo Pussy Riot e à Cooperativa Libertas.

 

Sobre o Filme

“Act and Punishment” (90 minutos, legendas em português), de Yevgeni Mitta, exibido dia 29 de janeiro às 19h, apresenta o ativismo situado na intersecção entre arte, história e política. Repleto de elementos visuais e textuais, o filme começa abordando a história do feminismo russo através da filmagem de pinturas em uma galeria de arte, olocando o grupo dentro de uma perspectiva extensa de tradição de resistência política. A causa contra a qual se rebelam é embasada em vasto material de arquivo e entrevistas com figuras do establishment: o tratamento de outros dissidentes, atitudes restritivas às mulheres e a proximidade entre igreja e estado. Além disso, Act and Punishment apresenta os primeiros clipes da Pussy Riot, possibilitando a avaliação do quanto melhoraram ao trazerem músicos experientes para a equipe. As cenas de performance no filme são escassas, já que pouco delas sobreviveu — imagens capturadas em sua maioria pela polícia secreta. Mas enquanto alguns enfrentam críticas por se apropriarem de causas, para Pussy Riot o apoio foi bem-vindo e a visibilidade internacional ajudou o movimento.

 

Sobre os Cordéis

Junto ao lançamento de Riot Days, pela primeira vez mulheres que passaram pela prisão terão textos publicados em dois cordéis da coleção Pandemia – também editados pela n-1 edições e Editora Hedra e organizados por Nathali Estevez Grillo e Rosângela Teixeira Gonçalves. Os cordéis trazem trajetórias, narrativas, cenas, lembranças, dores, vida e morte de 5 diferentes mulheres, Patricia Cândido, Camila Lopes Felizardo, Gabriela Ferreira Souza da Costa, Batia Jello, Cleide Vieira da Silva, que vivenciaram dias e noites em celas de penitenciárias femininas no Brasil – uma médica, uma Yalorixá e mãe de santo atuante em terreiro, uma administradora de empresas, uma educadora social e uma mulher que fazia consumo de crack e hoje cursa Serviço Social e é bolsista de um núcleo de pesquisa da Universidade de São Paulo. São diferentes trajetórias, vivências, idades e cores. O que têm em comum é terem compartilhado da mesma experiência: presas, julgadas, sentenciadas (ou não), todas viveram dias e noites no cárcere. Sobre(viver) e Engaiolaram-nos, dois cordéis lançados em 29/01 com Riot Days, contam ainda com cenas de entradas e de saídas da prisão, narradas por uma socióloga e uma psicóloga social, que compartilharam durante meses a experiência de conversarem com dezenas de mulheres em três diferentes unidades prisionais do estado de São Paulo. Algumas das autoras que vivenciaram dias no cárcere tornaram-se próximas das pesquisadoras e foram convidadas por elas para compor as edições do cordel. Outras duas autoras, dividiram dias e noites na prisão, com Preta Ferreira.

SERVIÇO

Centro Cultural São Paulo

29 de janeiro
19h Exibição do filme Act and Punishment, de Yevgeni Mitta,
sobre a trajetória do grupo Pussy Riot. Entrada gratuita com retirada de senha uma hora antes do início do evento. Sujeito a lotação.

20h30 Debate com participação de membros do Pussy Riot
e convidados brasileiros. Mediação de Preta Ferreira.

21h Lançamento do livro Riot Days e sessão de autógrafos
com Maria Alyokhina, autora e integrante do Pussy Riot.

30 de janeiro
20h Show de Pussy Riot com Linn da Quebrada

22h15 Festa final comandada por DJ Kot (Rosemary loves a Blackberry), musicista do Pussy Riot. Música interdisciplinar, focada em pesquisa e sem quaisquer limitações formais ou estilísticas.

Local: Centro Cultural São Paulo (CCSP). R. Vergueiro, 1.000, Paraíso. Próximo da estação Vergueiro do metrô.