Em 14 de setembro de 1971, nascia na cidade de Appletown, no Estado de Wisconsin, Estados Unidos, o guitarrista Jeff Loomis. Mais conhecido pelo seu trabalho com o Nevermore, responsável por escrever os clássicos da banda, juntamente com a lenda imortal Warrel Dane, de quem foi parceiro por 18 anos.
Desde cedo ele já se destacava. Começou a tocar guitarra e piano, praticando o instrumento por horas. A paixão pelas seis cordas (mais tarde adotaria a guitarra de sete cordas que se tornaria sua marca registrada) nasceu após ele escutar o disco “Perpetual Burn“, de Jason Backer, sendo este o seu maior ídolo. Também é fã de Yngwie Malmsteen, de quem podemos perceber a fonte que ele bebeu, dada a sua técnica extremamente apurada.
Aos 16 anos ele venceu um concurso de guitarristas em Wisconsin e isso o credenciou a fazer uma audição para ninguém menos que Dave Mustaine. No ano de 1989, o Megadeth buscava um substituto para Jeff Young. Loomis, então com 19 anos impressionou com sua performance, porém ouviu de Dave um sincero agradecimento e que a vaga não poderia ser sua, pois era muito jovem e não tinha ainda experiência. A vaga acabou ficando com um certo Marty Friedman e sabemos o que isso rendeu. Anos mais tarde eles se reencontrariam: Nevermore e Megadeth excursionariam juntos na “Gigantour“, festival idealizado por Mustaine. Outro dado curioso é que em 2007, o mesmo Dave Mustaine recrutaria para sua banda, o então parceiro de guitarra de Loomis, o não menos excelente Chris Broderick. Os caminhos de ambos sempre andaram em linhas perpendiculares.
Então Jeff seguiu sua vida, entrou no Sanctuary, onde excursionou na turnê do álbum “Into the Mirror Black“. Com a separação da banda, por divergências musicais, era natural que Warrel Dane e Jim Sheppard convidassem Loomis para a nova empreitada e em 1992 estaria formado o Nevermore.
Durante o tempo em que a banda esteve reunida, ele foi um dos responsáveis por dar uma nova cara ao Metal, em uma década em que o estilo estava passando por um momento muito difícil. Com sua técnica absurda, ele conseguiu junto com o talento do parceiro Warrel, estabelecer na cena, uma banda em que até os dias de hoje é uma tarefa impossível de rotular. Quem é capaz de sentenciar o som do Nevermore? Thrash Metal? Progressive Metal? Heavy Metal pura e simplesmente? Tudo isso e mais um pouco, a banda inovou e deixou aberto um caminho que as bandas mais atuais vieram a trilhar. E mérito total para o aniversariante do dia.
O quarteto de Seattle se destacou (N.do R: não o suficiente para ser reconhecida como uma das maiores de sua geração, uma pena) graças à sua capacidade de criação, foi um fator que contribuiu para que ele se tornasse compositor de alguns dos melhores riffs das décadas de 1990 e da primeira década dos anos 2000. Músicas como “Next in Line“, “Beyond Within“, “The Death of Passion“, “Narcosynthesis“, “Inside Four Walls“, “Enemies of Reality“, “Born“, entre outras falam por si só.
Lamentavelmente, devido a problemas de relacionamento, Loomis acabou saindo da banda em abril de 2011 e com isso, o Nevermore acabou entrando em um hiato… Hiato esse que jamais será restabelecido, pois como sabemos, Warrel Dane faleceu na cidade de São Paulo, em 13 de dezembro de 2017, vítima de um infarto, enquanto gravava seu segundo disco solo, lançado postumamente. E Loomis, de maneira muito sábia, deu a seguinte declaração. Aspas para ele:
“É inviável um retorno do Nevermore sem Warrel Dane entre nós.”
Carlos Pupo/Headbangers News
Mas antes disso, eles fizeram as pazes. E essa conversa de reconciliação de ambos ocorreu na casa do guitarra Thiago Oliveira, com quem Warrel Dane tocou nos últimos anos de sua vida. E o próprio Thiago me relatou certa vez que pediu ao Warrel que o autorizasse a escutar essa conversa por telefone, o que foi aceito. A conversa foi boa e o Warrel ficou muito feliz de ter voltado a conversar com seu amigo de anos.
Houve, inclusive, a possibilidade real de um retorno do NEVERMORE, mas Jeff já estava no ARCH ENEMY e era muito difícil encontrar um espaço na agenda. Ficou aquele gostinho agridoce para os fãs, este que vos escreve tem essa sensação até hoje e honestamente, levarei este sentimento comigo para o meu túmulo. A morte, implacável, impediu que Jeff voltasse a tocar com seu maior parceiro.
Foi a partir do álbum “Dead Heart in a Dead World“, que Jeff adotou a sua guitarra de sete cordas e com isso ele conseguiu um som ainda mais pesado e único. Você escuta e de cara sabe que é Jeff em ação.
Jeff está no ARCH ENEMY desde 2014 e com a banda gravou o álbum “Will to Power“, de 2017. No NEVERMORE, ele participou de todos os discos, que no total foram oito de estúdio, mais um EP e um disco ao vivo. Tem dois discos solo, “Zero Order Phase“, de 2008 e “Plains of Oblivion“, de 2012, além de um álbum pelo projeto CONQUERING DYSTOPIA, em parceria com o baixista do CANNIBAL CORPSE, Alex Webster, no ano de 2014.
Pessoalmente, considero Jeff Loomis o meu guitar-hero. Foi a minha inspiração para que eu comprasse a minha Ibañez e um dia eu pretendo tocar uns 30% do que ele toca. Foram seus riffs que me fizeram de vez mergulhar no mundo do Heavy Metal. Ainda vou além, afirmando que é um desperdício de talento ele fazer parte do lineup do Arch Enemy, ainda que juntamente com o monstro Michael Amott, ele faça parte de uma das maiores duplas de guitarristas da cena atual, ele tem seu espaço completamente limitado, no que diz respeito as composições, Uma pena que o Nevermore tenha sido muito subestimado ao longo de sua existência. A banda tinha um grande valor e ele é muito responsável por isso.
Com isso, nós da HEADBANGERS NEWS desejamos feliz aniversário e longa vida para o mais novo cinquentão, Jeff Loomis, este excelente guitarrista e que ele siga prestando ótimos trabalhos para a música pesada. Nós, metalheads, agradecemos.