Em recente entrevista ao Metal Injection, Max Cavalera, ex-vocalista do Sepultura, falou sobre o fim da banda e descartou a possibilidade de uma reunião. Max, que deixou o grupo em 1996, enfatizou a importância de sua parceria com o irmão Igor Cavalera e a satisfação com o projeto Cavalera Conspiracy.
Fundada pelos irmãos Cavalera, a banda Sepultura surgiu em 1984, em Belo Horizonte, e se destacou com o lançamento de seu primeiro álbum, “Morbid Visions“, em 1986. A banda ganhou notoriedade com álbuns subsequentes como “Schizophrenia” (1987), “Beneath the Remains” (1989) e “Arise” (1991). Em 1993, com o aclamado “Chaos A.D.“, o Sepultura solidificou sua posição como uma das bandas mais influentes do metal mundial. O álbum “Roots” (1996) marcou um ponto alto na carreira do grupo, incorporando ritmos tribais e uma sonoridade única. No entanto, o ano de 1996 também foi marcado pela saída de Max Cavalera, após tensões internas entre os integrantes.
Mesmo com a saída de Max, a banda continuou sua trajetória com o novo vocalista Derrick Green, Paulo Xisto (baixo), Andreas Kisser (guitarra) e Igor Cavalera (bateria). Eles lançaram trabalhos influentes como “Nation” (2001) e “Dante XXI” (2006), que receberam elogios da crítica por sua criatividade e inovação. Em 2006, a saída do baterista Igor Cavalera marcou outra transição importante, com Jean Dolabella assumindo as baquetas e, posteriormente, sendo substituído por Eloy Casagrande em 2011.
Em dezembro de 2023, o Sepultura anunciou o seu fim com uma turnê de despedida, que está em andamento desde março deste ano. Algumas declarações de Andreas Kisser e Max Cavalera sobre uma possível reunião reacenderam as expectativas na imprensa e entre os fãs. No entanto, Max Cavalera esclareceu que “não haverá reunião com o Sepultura”.
Durante a entrevista, Max expressou surpresa sobre o fim da banda, mas deixou claro que a verdadeira reunião para ele já aconteceu quando se juntou novamente a Igor. “Minha percepção é que estou meio surpreso com isso. Quanto a uma reunião, eu queria me reunir com meu irmão e foi isso que fizemos. Para mim, essa foi a verdadeira reunião“, afirmou.
Max também enfatizou que não vê necessidade de uma reunião e, especialmente agora que a banda anunciou o fim, ele e Igor continuarão focados no Cavalera Conspiracy. “Eu não vejo necessidade de fazer uma reunião e eu acho que mais do que nunca agora, especialmente agora que eles vão se separar. A banda acabou e eu e Igor vamos continuar fazendo o que queremos com o Cavalera Conspiracy, que é o Sepultura em si“, completou Max Cavalera.
Além disso, Max ressaltou que uma reunião do Sepultura poderia prejudicar o atual direcionamento de sua carreira com o Cavalera Conspiracy. “Você meio que tem que perceber que se acabarmos fazendo uma reunião do Sepultura, é quase como se não pudéssemos voltar para a coisa do Cavalera, sabe? Não vai fazer muito sentido. As pessoas provavelmente vão ficar tipo ‘Eu não quero ir assistir Cavalera se eles estiverem fazendo uma reunião de verdade’. Para mim, eu não quero fazer isso porque eu amo o que temos aqui no Cavalera agora. É tão foda. Então sim, está definitivamente fora de questão.”
A decisão de não se reunir com o Sepultura também é compartilhada por Igor Cavalera. Max mencionou que muitas pessoas não conhecem a verdadeira história por trás de sua saída da banda, incluindo os conflitos e traições que ocorreram. Ele criticou a desinformação que circula na internet, especialmente as acusações contra sua esposa, Gloria Cavalera.
“Acho que é aí que o problema surge. As pessoas são tão mal informadas. A primeira coisa que fazem é culpar a Gloria . Tipo “ah sim, ela acabou com a banda”. Para mim, essa é a coisa mais louca de todas, porque o contrato dela tinha acabado. Sabe, ela estava praticamente acabada. Pediram para ela ficar e me gerenciar, mas ela não quis. Ela até me disse que eu deveria ficar na banda, mas eu também não queria. Então eu disse a eles “Não, não vamos fazer isso”. Estou fora, sabe. Fora pela minha própria integridade“, revelou o músico.
Em meio às polêmicas e especulações sobre o rompimento de 1996, Max enfatizou a importância de seguir em frente e respeitar as decisões de todos os envolvidos. “Eu simplesmente não conseguia mais ficar com eles. Eu tive que ir embora. E então, você sabe, eu estava realmente sentindo falta do meu irmão. E agora estou de volta com ele. Então, agora mais do que nunca, não vejo razão para fazer uma reunião“, concluiu.
Recentemente, os irmãos Cavalera lançaram regravações dos EP “Bestial Devastation” e dos álbuns “Morbid Visions” e “Schizophrenia” do Sepultura, reafirmando sua dedicação ao legado musical que construíram juntos.