Há 40 anos, em 5 de dezembro de 1983, o Accept lançava “Balls to the Wall“, o álbum de número cinco da carreira desta que é uma das mais importantes bandas do Heavy Metal germânico e, claro, tema do nosso Memory Remains desta terça-feira.
Existem duas datas de lançamento para o álbum. A data de hoje refere-se ao lançamento na Europa. Nos Estados Unidos, o álbum foi lançado em janeiro de 1984 e a razão era a de não criar uma concorrência com o álbum antecessor, “Restless and Wild“, que havia sido lançado na terra do Mickey em janeiro de 1983.
Na época, o nosso aniversariante do dia gerou uma controvérsia, devido à temática das letras supostamente abordarem a homossexualidade. Estávamos falando de 4 décadas atrás, quando o tema ainda era tratado como um grande tabu. O baterista Stefan Kaufmann deu uma declaração acerca das letras:
“É um fenômeno que deve ser levado em consideração. Porque existe em larga escala e deve ser desmistificado. Na verdade, este é um fenômeno da sociedade que precisa ser tomado como tal. Durante muito tempo os gays foram considerados como doentes ou loucos. E ainda assim, é hora de respeitar essas pessoas, abrir nossas mentes que muitas vezes estão fechadas.”
É muito bom ver que os integrantes da banda não viam problema em abordar tal assunto em suas letras, o que é louvável, ainda mais em se tratando de um ambiente hostil, machista e homofóbico como o Heavy Metal. Ainda hoje presenciamos atos preconceituosos de alguns chamados Rockstars, o exemplo mais recente é de um certo baterista redpill que foi chutado da banda que estava por se referir a um fã, que é biólogo, de forma pejorativa. O Accept mostrava que estava na vanguarda.
Para a gravação do play, a banda se acomodou no Dierks Studios, em Colonia, Alemanha, por onde ficaram entre os meses de julho e agosto de 1983. A própria banda atuou na produção. Este é o único álbum a contar com o guitarrista Herman Frank. Ele só voltaria a gravar com a banda no álbum “Blood of the Nations” (2010). Ele é creditado no álbum “Restless and Wild“, embora não tenha tocado.
O álbum é composto de dez músicas em quarenta e cinco minutos de duração. A faixa-titulo se tornou o maior hino da banda e também entrou para a história como uma das canções mais icônicas do Heavy Metal. “London Leatherboys” e “Love Child” também são os destaques deste disco, onde o Accept destila o melhor do Hard N’ Heavy. A recepção foi ótima, tanto por parte da crítica quanto do público e isso explica a razão de ser o álbum que mais representa o Accept.
“Balls to the Wall” chegou ao 10° lugar nas paradas da Suécia, 43° no Canadá, 59° na Alemanha e 74° na “Billboard 200“. Foi certificado com Disco de Ouro no Canadá e nos Estados Unidos, sendo o único disco a receber tal honraria em terras estadunidenses. Gente do tamanho de Dimebag Darrell, Doro Pesch e Kai Hansen tinham no Accept e também o nosso mais novo quarentão como referências.
Hoje é dia de celebrar os 40 anos desta verdadeira pérola do Heavy Metal. Felizmente o Accept está em plena atividade, tendo inclusive, se apresentado no Brasil no ano de 2023. E enquanto aguardamos o sucessor de “Too Mean to Die“, lançado em 2021, vamos curtir esse “Balls to the Wall” no volume máximo. É bom saber que vivemos na mesma época destas feras do Accept, uma autoridade do Heavy Metal alemão.
Balls to the Wall – Accept
Data de lançamento – 05/12/1983
Gravadora – RCA
Faixas:
01 – Balls to the Wall
02 – London Leatherboys
03 – Fight It Back
04 – Head over Heels
05 – Losing More than You’ve Ever Had
06 – Love Child
07 – Turn Me On
08 – Losers and Winners
09 – Guardian of the Night
10 – Winter Dreams
Formação:
Udo Dirkschneider – vocal
Peter Balts – baixo
Herman Frank – guitarra
Wolf Hoffmann – guitarra
Stefan Kaufmann – bateria